12 mil pessoas participam do Festival Halleluya em São Paulo

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Promovido pela Comunidade Católica Shalom, o Festival foi considerado o primeiro desta dimensão na Capital Paulista
Publicado em: 28/06/2019 - 16:00
Créditos: Nayá Fernandes

Filha, mãe e avó: três gerações da mesma família participaram do Festival Halleluya, que aconteceu no domingo, 23, no Largo da Batata, em São Paulo. Aos 75 anos, Dora Almeida estava na cadeira de rodas e foi levada pela filha, Rita Leite, 54, e pela neta, Maria Gabriela Leite, 13, ao evento que reuniu cerca de 12 mil pessoas.  

Promovido pela Comunidade Católica Shalom, o Festival foi considerado o primeiro desta dimensão na Capital Paulista.
Às 10h30, houve missa presidida pelo Cardeal Scherer e concelebrada por Dom Carlos Lema Garcia, Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade e Referencial para a juventude da Arquidiocese. 

O Cardeal saudou a todos os presentes no Largo da Batata, bem como os que acompanhavam a missa pela Rede Vida de Televisão e pelas redes sociais da Arquidiocese de São Paulo, os representantes da Prefeitura de São Paulo, apoiadora do evento, e os membros da Comunidade Shalom, que trabalharam muito na organização.

Estar com Jesus
“Jesus levou os apóstolos para um lugar retirado e perguntou a eles: ‘Quem dizem que eu sou?’ Jesus queria saber se as pessoas estavam ou não compreendendo sua mensagem. E Ele pergunta novamente: ‘E vocês, quem dizem que eu sou?’”, recordou Dom Odilo, na homilia, citando o Evangelho da liturgia do dia. “Quem é Jesus para cada um?”, perguntou a todos.

Dom Odilo disse, ainda, que “Jesus não é aquele triunfalista, que resolve todos os nossos problemas”, mas passou pelo sofrimento e pela cruz. “A grande aposta de vida é estar com Jesus, mesmo que se passe pelo caminho da cruz. Estando com Ele, estaremos com aquele que é o caminho, a verdade e a vida, aquele que nos leva à salvação. Mas, estando com Ele, enfrentamos também o sofrimento, pois o caminho que ‘leva à vida é estreito e apertado’. Jesus nos convida a caminhar com Ele, mesmo nas dificuldades”, afirmou.

O evento, que começou pela manhã, seguiu com programação até às 21h30, com shows musicais e tendas com atividades para todas as idades. 
Thiago Hummel, consagrado da Comunidade Shalom e membro da organização do evento, recordou que o objetivo do Halleluya em São Paulo é justamente promover um grande evento, que agrega pessoas em torno de Jesus Cristo. “A partir do Festival, muitas pessoas passam a participar mais efetivamente de grupos e pastorais em suas paróquias ou mesmo se decidem pela consagração religiosa ou pelo sacerdócio”, disse à reportagem do O SÃO PAULO.
Esse foi o caso de Monique Andrade, que foi ao evento a convite de um amigo. “Sou católica, mas estou me reaproximando da Igreja agora, e o Halleluya é um momento muito oportuno para isso”, disse a jovem.
Junto a outros 50 jovens, Nicoly Carvalho, 16, Ester Garcia, 15, e Gustavo de Oliveira, 17, vieram da Baixada Santista para participar do Halleluya. “Saímos de casa de madrugada e estamos muito felizes pela oportunidade de participar deste grande evento da Igreja”, disse Gustavo, que integra o movimento católico “Jovens Sarados”. 

Divaneide Santos, 69, é membro da Comunidade Shalom e faz parte da Missão em Perdizes. “Sempre sonhei em ir a Fortaleza (CE) para participar do Festival lá, mas nunca consegui, e vi como uma grande bênção o fato de ele ter vindo até nós”, afirmou a Missionária.
“Minha participação no Festival Halleluya foi um momento único. Fiquei muito feliz em ter sido convidado para este grande evento da música católica. Eu amo o que sou e gosto do que faço e fui lá para cantar e rezar com o povo. Foi também um marco importante dentro do sínodo que estamos vivendo na Arquidiocese. Espero que aconteçam muitos outros”, afirmou o Padre Marcos Roberto Pires, que apresenta, diariamente, na rádio 9 de Julho, o programa “Orando em Família”, das 11h às 12h. 

No coração da metrópole 
Além do palco principal, o evento contou com atividades como o Espaço Kids e a Tenda da Misericórdia – local para oração, aconselhamento e adoração ao Santíssimo Sacramento. Além disso, houve a presença de livrarias, como a Livraria Shalom e a Livraria Ave-Maria. Outra tenda ficou disponível para recolher doações que foram destinadas às obras sociais da Arquidiocese de São Paulo.
Já o “Beco do Rolê” foi um espaço pensado em alusão à tradicional travessa da cidade, localizada no bairro da Vila Madalena. Os participantes puderam acompanhar campeonatos de dança e skate, batalhas de rap e o trabalho de grafiteiros, que fizeram obras ao vivo durante o Festival. 

Douglas de Oliveira, 32, um dos organizadores do espaço, explicou à reportagem que o evento começou bem antes do dia 23: “Há semanas, os missionários da Comunidade vêm ao Largo para conversar com os jovens que frequentam o local e, assim, convidamos skatistas e dançarinos que se propuseram a participar, voluntariamente”.
Seis grafiteiros também pintaram voluntariamente. Foi o caso do @NegoABC e do @MKdogStreet, que realizaram suas obras em painéis disponibilizados exclusivamente para o evento. “Soube do Festival durante uma festa junina que participei na paróquia perto da minha casa. Então, convidei outros amigos grafiteiros”, explicou @MKdogStreet, que foi ao evento com a esposa e a filha. Ele trabalha com grafite há mais de 30 anos. 

História
O Halleluya é considerado o maior festival de música católica da América. Reconhecido por promover a paz nos locais por onde passa, além de oferecer diversas atrações e opções de lazer para todos os que participam, foi declarado, no ano passado, como patrimônio cultural de Fortaleza e bateu recorde de público e doações, consolidando-se também como um dos eventos mais solidários. Depois de passar por cidades como Fortaleza (CE), São Luís (MA), Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ), o Halleluya voltou a acontecer também São Paulo. 

(Colaborou: Amanda Pereira/Comunidade Shalom)

Luciney Martins / O SÃO PAULO