‘Aguardar juntos o Senhor que vem’

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Representantes de igrejas cristãs participaram da tradicional celebração ecumênica em preparação ao Natal
Publicado em: 20/12/2016 - 18:00
Créditos: Redação com Jornal O SÃO PAULO

(Por Fernando Geronazzo)

Representantes de igrejas cristãs participaram da tradicional celebração ecumênica em preparação ao Natal, promovida pelo Movimento Fraternidade de Igrejas Cristãs (Mofic), no dia 9, na Catedral Ortodoxa Antioquina, no bairro do Paraíso. A atividade reuniu líderes das Igrejas Apostólica Armênia, Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana, Evangélica de Confissão Luterana, Ortodoxa Antioquina, Ortodoxa Grega e Presbiteriana Unida.
Entre os participantes estava o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, que destacou ser muito adequado que a preparação para o Natal seja celebrada como comunidade ecumênica. “É assim que Nosso Senhor espera de nós e aqui estamos para responder: Queremos estar unidos? Devemos caminhar e aguardar juntos o Senhor que vem”, disse.
Ao acolher a todos, Dom Damaskinos Mansour, arcebispo da Igreja Ortodoxa Antioquina, afirmou que sempre se recorda de duas passagens bíblicas quando os cristãos de diferentes Igrejas se reúnem para elevarem orações a Deus: “Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos” e “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, estarei presente”.

Cristãos perseguidos
O Ortodoxo também recordou que, “nesses dias, a força do mal está se espalhando por todo o mundo”. Ainda segundo ele, “nossos irmãos e irmãs, no mundo inteiro, especialmente na Síria, em todo o Oriente Médio, estão sendo perseguidos, mortos, forçados a fugir com suas famílias por causa de sua fé. Mas, apesar de tudo, nós não podemos nos esquecer de que somos filhos de esperança e de amor, e com Deus tudo é possível”.
Dom Odilo também se lembrou dos cristãos perseguidos, torturados e martirizados pela fé e por causa do testemunho de Jesus Cristo. “Nossa oração e nossa solidariedade para com todos eles”, afirmou, destacando que os cristãos são hoje o grupo religioso mais perseguido do mundo. “Queremos manifestar nossa firme convicção de que a violência contra a fé não honra a Deus, não é digna da religião”, enfatizou.
O Cardeal Scherer recordou, ainda, o recente relatório sobre a liberdade religiosa no mundo, publicado pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, divulgado em primeira mão pelo O SÃO PAULO em 16 de novembro. O documento mostrou que a perseguição religiosa tem se ampliado não apenas no Oriente Médio, mas também no Ocidente. “Perseguições mesmo que veladas, em que, de muitas maneiras, a expressão religiosa é colocada de alguma forma como expressão de valor menor do convívio social e cultural.”

Gratidão
Para Dom Odilo, a celebração ecumênica foi oportunidade de agradecer a Deus os passos de diálogo dados ao longo do ano em São Paulo e no mundo, tais como o início das comemorações, na Suécia, dos 500 anos da Reforma Luterana, atividade que teve a presença do Papa Francisco em 31 de outubro.
“Queremos recordar a nossa fé comum e testemunhá-la com toda a alegria e coragem como patrimônio comum que herdamos dos apóstolos, dos padres da Igreja, daqueles que antes de nós a difundiram muitas vezes a custo de muito sofrimento, perseguição e sangue. Somos discípulos daqueles que vêm trazer a paz à terra”, completou o Cardeal.