Francisco expressa proximidade e encorajamento aos sacerdotes

A A
O Pontífice manifestou o desejo de fazer companhia a todos os padres na renovação de seu “ardor sacerdotal”
Publicado em: 09/08/2019 - 12:00
Créditos: Fernando Geronazzo

O Papa Francisco enviou uma carta a todos os sacerdotes do mundo no domingo, 4, por ocasião dos 160 anos da morte de São João Maria Vianney, patrono dos padres. 

O Santo Padre expressou seu encorajamento e proximidade aos “irmãos presbíteros, que, sem fazer alarde”, deixam tudo para se empenhar na vida diária das suas comunidades; que trabalham na “trincheira” e diariamente enfrentam desafios sem pensar em si mesmos, “para que o povo de Deus seja cuidado e acompanhado”.

“Dirijo-me a cada um de vós que tantas vezes, de forma imperceptível e sacrificada, no cansaço ou na fadiga, na doença ou na desolação, assumis a missão como um serviço a Deus e ao seu povo e, mesmo com todas as dificuldades do caminho, escreveis as páginas mais belas da vida sacerdotal”, afirmou o Pontífice.

TRIBULAÇÃO
Já no início, o Papa recordou que nos últimos tempos tem sido ouvido o clamor das vítimas de abusos de poder, de consciência e sexuais por parte de ministros ordenados. “Sem dúvida, é um período de sofrimento na vida das vítimas, que padeceram diferentes formas de abuso, e também para as suas famílias e para todo o povo de Deus”, ressaltou.

Contudo, Francisco enfatizou que mesmo sem “negar ou ignorar o dano causado”, seria “injusto não reconhecer que tantos sacerdotes, de maneira constante e íntegra, oferecem tudo o que são e que têm pelo bem dos outros”.  
“Estou convencido de que, na medida em que formos fiéis à vontade de Deus, os tempos da purificação eclesial que estamos a viver nos tornarão mais alegres e simples e, num futuro não muito distante, serão muito fecundos”, acrescentou. 

GRATIDÃO
O Papa continuou a carta recordando que a vocação é mais do que uma escolha de cada um, “é resposta de um chamado gratuito do Senhor”. Ele convidou os padres a retornar aos “momentos luminosos” em que experimentaram o chamado do Senhor para consagrar toda a sua vida ao seu serviço, voltar ao “sim” crescido no seio de uma “comunidade cristã”.

Em momentos de dificuldade, de fragilidade, de fraqueza, “quando a pior de todas as tentações é a de ficar a ruminar a desolação”, o Pontífice motivou a “não perder a memória cheia de gratidão da passagem do Senhor na nossa vida” que “nos convidou a apostar Nele e pelo seu povo”.

Francisco agradeceu os irmãos sacerdotes “pela fidelidade aos compromissos assumidos” e observou que é muito significativa a existência de pessoas que apostem na felicidade de doar a vida em uma sociedade e em uma cultura que transformou o “gasoso” em valor. 

ARDOR
O Pontífice manifestou o desejo de fazer companhia a todos os padres na renovação de seu “ardor sacerdotal”. 

“A missão a que fomos chamados não comporta ser imunes ao sofrimento, à dor e até à incompreensão; pelo contrário, pede-nos para os enfrentar e assumir, a fim de deixar que o Senhor os transforme e nos configure mais a Ele”, escreveu.

Ainda segundo o Papa, independentemente das fragilidades e pecados, Deus sempre “nos permite levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria”. “[Jesus] é o primeiro a dizer-nos: ‘Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para o vosso espírito’”, completou. 

Por fim, o Santo Padre afirmou que é impossível falar de gratidão e encorajamento sem contemplar a Virgem Maria, “mulher do coração trespassado”, que ensina o louvor capaz de abrir o olhar para o futuro e devolver a esperança ao presente.

Reprodução da Internet