Missa do 30º dia de falecimento de Dom Paulo Evaristo Arns

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No sábado,14 de janeiro, completou-se 30 dias do falecimento do Cardeal da Esperança, Dom Paulo Evaristo Arns.
Publicado em: 16/01/2017 - 17:15
Créditos: Redação

Por Renata Moraes

Em memória ao 30º dia de falecimento do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, celebrado no último sábado, (14), a Arquidiocese de São Paulo realizou uma missa, na Catedral da Sé, em sufrágio da alma do arcebispo emérito de São Paulo.  Dom Paulo faleceu em 14 de dezembro de 2016, aos 95 anos, em decorrência de uma broncopneumonia.

A missa foi presidida por Dom Fernando José Penteado, bispo emérito de Jacarezinho (PR). Dom Fernando foi bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo (1979 a 2000), e durante 19 anos sob o pastoreio de Dom Paulo, que era o arcebispo metropolitano da época (1970 a 1998).

Em sua homilia, Dom Fernando recordou que aquela era uma missa de agradecimento a Deus por ter dado Dom Paulo a Igreja. O bispo enalteceu o pastoreio do Cardeal da Esperança. “Dom Paulo vivia da palavra de Deus e nos ensinava a amar uns aos outros como irmãos, sem distinção. Assim como Deus Pai que ama a todos sem distinção”.

Dom Paulo, um homem do Evangelho

Dom Fernando conviveu com Dom Paulo por quase duas décadas, e essa vivência próxima o fez conhecer bem o coração de pastor e profeta do Cardeal Arns. “Dom Paulo foi assim, um homem do Evangelho, um homem que deixou se penetrar pela palavra viva de Deus. Para Dom Paulo Não tinha caminho feito, ele tinha que fazer o caminho, fazia caminho de um modo incansável. Fazia caminho primeiro com o dom da verdade e não as coisas convenientes”, afirmou o bispo.

E completou: “Ele procurava caminho à luz do Evangelho, nas trevas do ódio. Ele, como bom pastor, junto das ovelhas mais desprotegidas se fazia presente; independente da religião, da linha política, das conveniências sociais, dos privilégios que ele poderia ter”.

O bispo também citou um trecho da autobiografia “Da Esperança à Utopia: testemunho de uma vida”, escrita por Dom Paulo Evaristo Arns, publicada em 2001, na ocasião dos seus 80 anos de vida.

“Nós todos somos sempre noviços. Todos os dias aprendemos a conhecer mais uma face da bondade e da misericórdia de Deus”. E completou: “Confiava, e confio, no povo que pertenço e a que sirvo em nome de Cristo, o Bom Pastor. Por vezes, o povo se manifesta lento em sua caminhada; outras vezes sabe superar-se e cria novas realidades para o mundo inteiro. Foi por isso que deixei incompleto este relato, porque vivo com o povo, para o povo, caminhando solidário em direção aos ideais evangélicos”.

Dom Fernando Penteado encerrou sua homilia pedindo ao povo que continue o legado deixado por Dom Paulo.  “Amar Jesus Cristo, construindo uma Igreja assentada na participação, na comunhão, com os bispos, com o presbitério, com os leigos, com as leigas, com os religiosos, com as religiosas, com os consagrados, com as nossas paróquias missionárias, com as nossas pastorais, com as nossas comunidades de base e também com os organismos de Direitos Humanos e da Justiça e Paz. Esse é o legado, esse é o compromisso que Dom Paulo nos pede hoje”.

Ao final da missa as pessoas foram convidadas a descerem a Cripta, local onde o Cardeal Dom Paulo está sepultado, e diante do túmulo, os fiéis puderam fazer suas orações e preces.