Coroinhas se reúnem com Arcebispo na Catedral

A A
<p>A tradicional concentração das crianças e adolescentes servidores do altar marca a celebração da memória de seu padroeiro, São Tarcísio.</p>
Publicado em: 16/08/2014 - 16:30
Créditos: Redação

A catedral da Sé ficou lotada de coroinhas, acólitos e cerimoniários para a missa presidida pelo arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, na manhã deste sábado, 16.

A tradicional concentração das crianças e adolescentes servidores do altar marca a celebração da memória de seu padroeiro, São Tarcísio, cuja memória litúrgica é lembrada em 15 de agosto. 

Logo no início da missa, Dom Odilo convidou todos a rezarem pelos coroinhas de todo mundo e especialmente as crianças cristãs que, a exemplo de São Tarcísio, sofrem perseguições por causa de sua fé.

Na homilia o Cardeal falou sobre a beleza que é servir o altar e contou que sua vocação nasceu exercendo essa função. “Eu também um dia fui coroinha, e ajudando na missa, no altar, veio o desejo de ser padre (...). Quem sabe se Deus não coloca no coração de muitos de vocês esse desejo”.

“Vocês dão alegria a Deus fazendo o bem que vocês fazem. Façam isso com muita alegria e com muita dignidade”, também disse o Arcebispo, recordando que quando os coroinhas exercem bem sua função na celebração, ajudam as pessoas a rezar.

Padre Messias de Moraes Ferreira, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional, explicou que além deste encontro anual, há um trabalho constante nas regiões episcopais e paróquias para a formação e acompanhamento dos grupos de coroinhas.

“Nós os ajudamos a refletir sobre o que Deus lhes pede, seus projetos de vida e até mesmo como ser Igreja”, afirmou Padre Messias, que ainda ressaltou que sempre após essas celebrações, jovens o procuram para manifestar o desejo de discernir a vocação. 

Mártir da Eucaristia

Tarcísio foi um mártir da Igreja dos primeiros séculos, vítima da perseguição do imperador Valeriano, em Roma, Itália. A Igreja de Roma contava, então, com 50 sacerdotes, sete diáconos e mais ou menos 50 mil fiéis no centro da cidade imperial. Ele era um dos integrantes dessa comunidade cristã romana, quase toda dizimada pela fúria sangrenta daquele imperador.

Acólito do Papa Xisto II, ou seja, era coroinha na igreja, Tarcísio servia ao altar nos serviços secundários, acompanhando o Pontífice na celebração eucarística.

Durante o período das perseguições, os cristãos eram presos, processados e condenados a morrer pelo martírio. Nas prisões, eles desejavam receber o conforto final da eucaristia. Mas era impossível entrar. Numa das tentativas, dois diáconos, Felicíssimo e Agapito, foram identificados como cristãos e brutalmente sacrificados.  Xisto II queria levar a comunhão a mais um grupo de mártires que esperavam a execução, mas não sabia como.

Foi quando Tarcísio pediu ao Papa que o deixasse tentar. Ele tinha doze anos de idade. Comovido, o papa Xisto II abençoou-o e deu-lhe uma caixinha de prata com as hóstias. Mas o garoto não conseguiu chegar à cadeia. No caminho, foi identificado e, como se recusou a dizer e entregar o que portava, foi abatido e apedrejado até morrer. Depois de morto, foi revistado e nada acharam do Santíssimo Sacramento. Seu corpo foi recolhido por um soldado, simpatizante dos cristãos, que o levou às catacumbas, onde foi sepultado.

Essas informações são as únicas existentes sobre o pequeno acólito Tarcísio. Foi o papa Dâmaso quem mandou colocar na sua sepultura uma inscrição com a data de sua morte: 15 de agosto de 257.

Veja mais fotos da celebração com os coroinhas