Advogada da Fundação São Paulo é nomeada para Condephaat

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<p>Veja na Íntegra &nbsp;uma entrevista com a advogada Dra. Ana Paula de Albuquerque Grillo, consultora jurídica chefe e procuradora da&nbsp;Fundação São Paulo (Fundasp).</p>
Publicado em: 02/03/2015 - 13:30
Créditos: Redação com a Fundação São Paulo

A advogada Dra. Ana Paula de Albuquerque Grillo, consultora jurídica chefe e procuradora da Fundação São Paulo (Fundasp), mantenedora da Pontifícia Universisade Católica de São Paulo (PUC-SP), foi reconduzida ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). A nomeação para o mandato de dois anos, realizada pelo governador Geraldo Alckmin, foi publicada dia 24/2 no Diário Oficial. A posse será nesta segunda-feira, 2 de março. A Dra. Ana Paula integra o Condephaat desde 2013 e ocupa a representação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Conselho Episcopal Regional Sul 1. Leia abaixo uma entrevista com a conselheira.

Como recebe esta recondução ao Condephaat? Avalia ser o reconhecimento do trabalho que vem realizando no órgão?

Entendo que o trabalho articulado, realizado ao longo dos dois últimos anos, entre a CNBB e o Condephaat, tenha propiciado a minha recondução. Trazer o órgão estadual para mais perto da Igreja e da sociedade é uma preocupação que tenho enquanto conselheira. É preciso que se entenda que o Condephaat não esta ali para tolher direitos relativos à propriedade, ou para impor condições vazias de uso de bens tombados. A função do órgão é, sim, garantir que a memória de uma determinada região ou comunidade de pessoas seja preservada. Quando você consegue garantir isso às pessoas, a interlocução fica mais fácil e frutífera. E é isso que tenho procurado fazer, enquanto representante da CNBB no Conselho.

Qual a importância desta nomeação para a PUC-SP e a para Fundasp?

Tanto a PUC-SP como a Fundação São Paulo, sua mantenedora, entendem a importância de preservar a história, para que ela possa ser contada às futuras gerações. Acredito firmemente que isso faz parte de suas missões educadoras. A PUC-SP já foi palco de importantes acontecimentos na história desse país, contribuindo, por meio de sua postura crítica, para a redemocratização da nação.
Todo esse caldeirão cultural que aqui foi vivenciado não pode ser esquecido. Somos todos reflexos dos atos ocorridos no passado e precisamos deles para construir um futuro melhor, com base nas boas experiências, reavaliando e até rechaçando as ruins. Por isso, a preservação do patrimônio histórico é um direito fundamental do cidadão.

Destaca alguma ação do primeiro mandato?

Alguns casos polêmicos passaram pelo Conselho no biênio 2012-2014, entre eles o do Belas Artes e do Teatro Oficina. Mas para mim, o que mais marcou foi o tombamento da imagem de Nossa Senhora Aparecida, quando conseguimos fazer, do ato administrativo, uma homenagem à Padroeira do Brasil.

Qual será o foco do trabalho neste segundo mandato?

Para o próximo mandato temos a questão do Seminário de Aparecida em foco. Penso que existem também alguns acervos históricos da época da ditadura que poderiam ser objeto de proteção por parte do Condephaat. A minha atuação na Comissão da Verdade da PUC-SP me fez compreender melhor que a memória cultural é e pode ser também memória política e, por consequência, memória libertadora. Nossa preocupação é também sempre fazer com que o povo da cidade de São Paulo se aproprie de seu patrimônio cultural, com o foco de divulgar os bens tombados e fazer com que a consciência preservacionista possa fazer parte de seu cotidiano.