Arquidiocese ganha 11 novos diáconos no sábado

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<p>Ordenados para o serviço da caridade e da proclamação da Palavra</p>
Publicado em: 13/12/2014 - 16:00
Créditos: Redação

Neste sábado, 13, a Arquidiocese de São Paulo ganhou 11 novos diáconos, em celebração presidida pelo arcebispo metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, na Catedral da Sé.

Dois deles se preparam para o sacerdócio, João Henrique e Wellington Laurindo, por isso recebem esse primeiro grau da ordem como mais um passo em direção ao presbiterado.

Os outros nove - Gilmar Freire Rodrigues; Francisco Eduardo Lemes Nogueira; Marcelo Brito; Benedito José da Silva; José Jindarley Santos Silva; Carlos Franco de Barros Fornari; Antonio Ferreira Junior; José Donizeti Leonel; Francisco Jandui Gonçalves – são leigos casados, que, descobrindo a sua vocação, assumem de forma permanente esse serviço.

Na homilia, Dom Odilo ressaltou que a Igreja de São Paulo vive uma semana muito especial, com muito apelo vocacional, recordando a ordenação de seis padres no sábado anterior, 6, a festa patronal do Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição, segunda-feira, dia 8, juntamente com a comemoração do aniversário de ordenação sacerdotal de muitos padres da Arquidiocese, e ainda a nomeação de dois novos bispos auxiliares para São Paulo, na última quarta-feira.

“Tudo isto é chamado, é vocação... Queremos agradecer de modo todo especial a Deus, que continua a chamar e a Igreja, nós, devemos acolher o chamado de Deus, apoiar, incentivar encorajar e preparar aqueles que são chamados a desempenhar o ministério sagrado e a desempenhar o ministério sagrado para bem dos irmãos, para o louvor  e para a gloria de Deus”, afirmou o Cardeal.

Confira a cobertura completa na próxima edição do jornal O SÃO PAULO. 

Saiba quem são os novos diáconos na reportagem especial publicada pelo semanário da Arquidiocese:

Ordenados para o serviço da caridade e da proclamação da Palavra

Por Edcarlos Bispo
Jornal O SÃO PAULO – Edição 3030 - 3 a 9 de dezembro de 2014

Candidatos ao Diaconato Transitório 
João Henrique Novo do Prado, 25

Com apenas 25 anos, João Henrique, seminarista da Arquidiocese de São Paulo, será ordenado diácono na Catedral da Sé, no sábado, 13, às 15h. “O diácono deve configurar sua vida ao Cristo Servidor, dessa maneira, quero servir à Igreja de São Paulo, auxiliando o bispo, através do anúncio da Palavra, da participação na liturgia e do exercício da caridade, sobretudo com os pobres e os doentes que formam o rosto sofrido de Cristo”, afirma o jovem.
 
João ingressou no seminário aos 18 anos, após ter terminado seus estudos regulares e ao final deste ano, conclui a Faculdade de Teologia pela PUC-SP. “Ingressei no seminário porque ouvi fortemente o chamado de Deus em meu coração, percebia que só alcançaria verdadeira realização na minha vida sendo padre, ademais, minha experiência pastoral em minha paróquia de origem, Paróquia Nossa Senhora das Neves, era um impulso ainda maior para me dedicar ao sacerdócio”, conta o jovem seminarista. 
 
“Espero realizar em minha vida o sonho de Deus, quero apenas fazer sua vontade e, por isso, me coloco à sua disposição. Pretendo fazer com que Cristo seja mais conhecido e mais amado. Espero ajudar nossa Arquidiocese naquilo que for preciso, também espero aprender cada vez mais com os trabalhos que realizarei e com as pessoas com quem trabalharei”, destaca.
 

Wellington Laurindo dos Santos, 31

“Depois de oito anos de preparação no seminário, espero novamente renovar o meu ‘sim’ e me lançar, sem reservas, nos braços de Deus. Não cheguei aqui pelos meus méritos, mas pela sua bondade e misericórdia, por isso, eu quero o que Ele quer e se preciso for irei aonde Ele me enviar, fazer com que a vontade dele se faça em mim, ser presença dele em meio à liturgia e no serviço aos mais necessitados, como nos lembra o Papa Francisco na Evangelli Gaudium ‘ir às periferias existenciais da humanidade’”, afirmou Wellington, 31, seminarista que será ordenado diácono.
 
Filho de Antônio Laurindo dos Santos e Maria Cileide Policarpo dos Santos, é o mais novo de quatro irmãos.  Formado em Teologia pela PUC-SP, Wellington afirma saber do “grande desafio e das realidades da cidade de São Paulo”, porém, não se amedronta e se coloca “à disposição da Igreja, na pessoa do Cardeal Odilo Pedro Scherer”. 
 
“Sei da grande responsabilidade que estou assumindo; como o apóstolo Paulo adverte ‘carregamos preciosos perfumes em vasos de barro’ (2 Cor. 4,7), é necessário estar voltado inteiramente ao Senhor, para que a cada dia, apesar das nossas limitações, ele nos capacite em seu amor, para servir ao Povo de Deus em São Paulo”, afirmou o futuro diácono.
 

 

 

 

 

 

Candidatos ao Diaconato Permanente

Gilmar Freire Rodrigues, 46 

Ele será ordenado diácono permanente no mesmo dia que casou, há 17 anos. Pai de três filhos, Gilmar, 46, é formado em Teologia pela PUC-SP e possui formação em fotografia pelo Senac, e vídeo-comunicação pela Perfil Vídeo Produtora e pela TVN, atualmente trabalha na NET Serviços. 
 
Segundo ele, a grande responsável pela sua vocação foi a esposa, “ela é o João Batista que apontou para o cordeiro, então, resolvi encarar e acabei gostando da ideia e agora estou aqui”, comenta. 
 
Gilmar afirma que sua família “encara bem” a sua vocação e o chamado ao diaconato permanente, pois “todos participam e comungam da mesma ideia; eles são coroinhas na paróquia em que tenho trabalhos pastorais, e minha esposa me ajuda”. 
 
“Como Jesus nos pede ser missionários, o diaconato representa para mim a missionariedade de cada cristão para a qual fomos chamados”, afirma.
 
 

Francisco Eduardo Lemes Nogueira, 66

“O diácono deve testemunhar que o serviço de Cristo não se reduz a determinadas atitudes, mas engloba toda vida. Significa assumir as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, bem como carregar com eles a cruz de cada dia e com eles repartir a vida nova de filhos de Deus e cordeiros de Cristo”, afirma o professor Francisco, 66, casado há 43 anos. 
 
Francisco é pai de uma filha de 41 anos, e afirma que deseja ser diácono permanente para exercer “com fé e entusiasmo a Tríplice Diaconia” - Sacerdote-Diácono, para santificar o povo de Deus; Profeta-Diácono, para transmitir a salvífica Palavra de Deus; Pastor-Diácono, para servir o Povo de Deus, administrando-lhe generosamente a economia da salvação.          
   
“O diácono casado não descuidará de seu lar sob o pretexto do exercício do seu ministério, por isso desenvolverá uma autêntica espiritualidade matrimonial e estará sempre atento para que os trabalhos diaconais não o afastem da necessária convivência com a esposa e os filhos. Com equilíbrio e sabedoria, deve organizar compromissos familiares e sociais, bem como atividades pastorais”, afirmou.
 

Benedito José da Silva, 59

“Minha esposa sempre esteve comigo nos trabalhos que desenvolvo em minha comunidade e, tenho a certeza, me dará grande apoio no ministério que devo assumir. Meus filhos também participam dos trabalhos; todos nós estamos engajados no serviço de minha comunidade. Portanto, penso que todos estão muito ansiosos para este momento”, destacou Benedito, 59, casado há quase 36 anos. 
 
Pai de dois filhos, Benedito, que trabalha com criação e desenvolvimento de modas para magazines, fala com orgulho que sua nora está esperando seu primeiro neto. O diaconato para ele veio por meio do convite de um amigo que também é diácono, na época. Ele comenta: “não sabia o significado e a importância do diaconato permanente, só com o passar do tempo pude compreender o compromisso que estava assumindo com a Igreja de São Paulo, e com minha comunidade”. 
 
Atualmente, Benedito, juntamente com sua esposa, faz visitas quinzenais a asilos, onde realiza uma pequena celebração e leva a santa eucaristia para os idosos, além de conversar com eles e ouvi-los. “Pretendo exercer este ministério com muita humildade. No diretório do Diaconato Permanente está escrito que o diácono permanente é um homem consagrado, que representa, pública e oficialmente, o Cristo servidor na sociedade, na Igreja, no exercício de sua profissão e na família”, afirma.
 

José Jindarley Santos Silva, 40

José, 40, completará 15 anos de casado no dia 25 de dezembro, no Natal. Pai de duas filhas, o analista contábil trabalha na Igreja desde os 9 anos, e, como ressalta, já participou da liturgia, do ministério de música, Pastoral da Juventude, Pastoral da Confirmação,  Ministro da Palavra e Extraordinário da Sagrada Comunhão, coordenador  do CPP e atualmente está na Pastoral do Batismo. 
 
Para ele, o diaconato representa estar a “serviço da Igreja por amor a Cristo e aos irmãos, um novo olhar para a vida, um ‘Aggiornamento’. O diácono permanente vive a dupla sacramentalidade: o Matrimônio e a Ordem, ambos em sua plenitude”. 
 
José destaca que decidiu ser diácono “por um chamado de Deus para servir aos irmãos”, ao qual ele “simplesmente disse sim”. A família, afirma, acolheu a ideia “com carinho, afinal minha esposa foi e continua sendo minha motivadora de todas as horas, e Jesus meu maior estímulo”.   
 
Sobre a jornada família-Igreja, destaca que durante toda a sua vida aprendeu a conciliar, pois sempre foi bastante atuante na Igreja, “claro que existem as tribulações e desafios do cotidiano, mas todo aquele que serve com alegria, o Senhor não desampara”, afirma.
 

Francisco Jandui Gonçalves, 50

Há 30 anos, ele frequenta a Paróquia Nossa Senhora do Sagrado Coração, na Região Belém, e sempre na missa das 7h30. Um dia, foi convidado pelo pároco a servir como ministro extraordinário da sagrada comunhão. A partir dai, começou a desenvolver outras atividades em benefício da Paróquia.
 
Francisco, 50, é casado há 24 anos e pai de duas filhas. Empresário autônomo, formado em Direito, afirma que consegue conciliar a vida de trabalho com a vida familiar, lazer e a religião. “Sou bastante exigente, mantenho uma rotina disciplinada de trabalho, sempre conciliado com o contato com a família e o lazer, além de sempre servir fielmente à Igreja. Costumo reservar tempo para desenvolver as atividades relacionadas à Paróquia”.  
 
Para ele, o diaconato “representa uma forma de retribuir a Deus tudo o que ele me proporcionou. É uma forma de expressar minha gratidão a Deus diante de tudo que consegui superar em minha vida, todas as realizações, pela querida família que constitui, enfim, é uma forma de devolver o que eu recebi gratuitamente”.
 

Carlos Franco de Barros Fornari, 65

“Em 2006 decidimos – eu e minha esposa - após o casamento de nossos filhos, que deveríamos agradecer a Deus tudo que recebemos e continuamos a receber, e resolvemos que eu começaria a me preparar para ingressar na Escola Diaconal São José, da Arquidiocese de São Paulo, o que ocorreu em agosto de 2007. Sempre tive o apoio irrestrito e a compreensão total de minha e esposa e de meus filhos, que me acompanham no trabalho pastoral”, afirma João Carlos, 65, gerente de vendas em uma imobiliária e corretor autônomo. 
 
Casado há 41 anos, é pai de seis filhos e avó de sete netos. Para ele, o diaconato permanente representa uma “possibilidade de poder prestar serviço à Igreja de São Paulo, atendendo às necessidades do povo carente de pão e da Palavra, trabalhando na promoção social, na Pastoral da Saúde e onde mais meu bispo e meu arcebispo entenderem que precisam de meu trabalho”. 
 
“Sempre conciliamos a vida familiar e o serviço à Igreja, pois desde o inicio de meu casamento, minha esposa e eu trabalhos em alguma pastoral. Quando nossos filhos nasceram, nós os levávamos conosco e este trabalho também os auxiliou a criarem gosto para servirem como leigos engajados”, afirmou. 
 

Marcelo Brito, 44

“Deus se revela na história, e durante o percurso da minha fui percebendo cada vez mais forte o seu chamado; o diaconato veio ao encontro deste chamado e o complementou me dando ferramentas sólidas e uma base para exercer o chamado. Sempre tive o apoio de minha família, minha esposa trouxe para o diálogo os pontos de vistas que nos levaram a refletir sobre a fé e compromisso, me dando mais solidez para a caminhada, tendo a oração como nosso alicerce”, afirma Marcelo, 44, casado há 13 anos e pai de uma menina de 10. 
 
Marcelo trabalha há 22 anos na Guarda Civil Metropolitana de São Paulo; atuou por mais de 20 anos no policiamento escolar, atualmente é educador corporativo no Centro de Formação em Segurança Urbana e luta pela implementação da Capelania para a humanização e propagação da fé entre seus colegas de trabalho.
 
“O diaconato é o serviço de todo cristão, do pai para com o filho, do marido para com a esposa e vice-versa, no entanto, como ministro ordenado, somos levados a ser sinal visível como Igreja Católica a uma comunidade, a um povo, imagem do Cristo servo’, afirmou
 

José Donizeti Leonel, 58

Aposentado há dois anos, José Donizeti, 58, afirma que com a aposentadoria pode conciliar melhor o seu tempo com a Igreja. Casado há 31 anos e pai de um único filho, o contador aposentado destaca que, desde jovem, o seu “coração sempre esteve voltado para a Igreja” e que sua família recebeu com alegria, a notícia de que ele havia decidido ser diácono permanente. 
 
“O diaconato representa um serviço gratuito, voltado sempre para os mais pobres e excluídos.  O diácono deve estar sempre disposto a servir a Igreja, com amor, levando o Evangelho a todos sem distinção de cor e de raça. Sendo como Jesus (a verdadeira luz) para aqueles que vivem na escuridão”, afirmou.
 
José fez o estágio da faculdade na Paróquia São José, na Região Lapa, onde realizou os trabalhos pastorais como coordenador da Catequese, e vem auxiliando sempre nas missas. Em 2015, iniciará um novo trabalho junto à Pastoral do Batismo. 
 

Antonio Ferreira Junior, 47

“O Diaconato é para mim, fundamentalmente, uma resposta a um chamado de Deus. E esse chamado somente pode e deve ser considerado privilégio, se for privilégio de serviço. É um mergulho na fé, não se sabe aonde vai levar, somente sabemos que estamos a serviço de Deus, da Igreja e dos irmãos, nos quais devemos sempre enxergar o rosto de Cristo”, destacou Antonio, 47. 
 
Casado há 19 anos, Antonio e sua esposa não têm filhos. O técnico em telecomunicações trabalha como assistente técnico em setor de suporte do Banco do Brasil. O desejo ao diaconato surgiu após a conversa com um sacerdote amigo. Sua esposa, que já conhecia sua história, pois ele havia sido seminarista da Arquidiocese, sempre o apoiou e incentivou. 
 
Atualmente, faz trabalhos pastorais na Paróquia Natividade do Senhor, na Região Santana, onde coordena a liturgia e assessora a Pastoral do Batismo. Antonio destaca que, como não possui filhos, consegue “conciliar bem as nossas necessidades familiares e o trabalho na comunidade”. 
 
Para ele, o diaconato é estar a serviço: da Palavra, da liturgia e da caridade. “Embora tenha uma predileção sobre as questões morais e éticas, sobretudo ligadas à Doutrina Social da Igreja, até pela herança filosófica, não estou criando expectativas, espero em Deus, e me coloco à disposição dele”.