Bispos e empresários cristãos dialogam sobre a vivência da fé no mundo dos negócios

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Encontro aconteceu nos dias 24 e 25 e teve como tema central: “Igreja Em saída – a vocação e o papel do líder empresarial”
Publicado em: 31/08/2018 - 16:30
Créditos: Redação

“Igreja em saída – a vocação e o papel do líder empresarial:  perspectivas à luz do Ano Nacional do Laicato” foi o tema do XII Encontro Nacional de Diálogo entre Bispos e Empresários promovido pelo Setor Cultura da CNBB e a Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE/ UNIAPAC – Brasil) nos dias 24 e 25, em São Paulo. 

O encontro aconteceu no Hotel Panamby, em Guarulhos (SP), e reuniu bispos e empresários de todo o Brasil. O Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, foi convidado para a abertura do encontro, do qual participaram outros bispos da Arquidiocese, entre eles, Dom Devair Araújo da Fonseca, Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação, e Dom Carlos Lema Garcia, Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade. 

O evento teve lugar no contexto do Ano Nacional do Laicato e um dos objetivos foi colocar em relevo a importância do papel dos cristãos leigos nos lugares de diálogo da Igreja com a sociedade. Há mais de 20 anos, o evento acontece em parceria entre o Setor Cultura da CNBB e a ADCE/ UNIAPAC-Brasil, conforme estabelecido no 22º Plano Pastoral do Secretariado Geral 2016 – 2019.

 

MISSÃO

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Sergio Cavalieri, presidente da ADCE Brasil, enfatizou que a expectativa, ao promover o encontro, é sempre muito positiva, pois, reunir bispos da Igreja Católica e empresários para realizar troca de ideias, cria sempre uma perspectiva de mudança dos trabalhos realizados juntos em vista do bem comum. 

“Desejamos ajudar os empresários para que possam gerir seus negócios de acordo com valores cristãos, e que as empresas gerem riqueza econômica, mas também social. Queremos, juntos, contribuir para uma sociedade sempre mais fraterna”, afirmou Sergio. 

Gigi Cavalieri, Presidente da ADCE -SP, recordou os encontros que são feitos também em nível latino-americano e como as realidades econômicas e sociais são, em muitos casos, semelhantes na América Latina. A Igreja Católica tem contribuído enormemente para que os empresários compreendam sua missão e vocação no mundo. “Tivemos o encontro na Colômbia, em março de 2018, em que refletimos sobre o tema da Igreja em saída. A partir daquele encontro, nós pensamos este que aconteceria em São Paulo”, explicou Gigi. 

“Se formos corretos e inspirados, vamos inspirar outras pessoas. Sempre devemos nos perguntar: ‘o que nós, empresários cristãos, temos de diferente dos demais?’. Precisamos despertar os empresários para a ideia de serviço, de reciprocidade. Nesse momento do nosso País, sobretudo, temos que pensar como contribuir com nossos dons e conhecimentos para que possamos ter um País melhor”, disse Gigi. 

A presidente da ADCE em São Paulo falou ainda sobre a necessidade de fortalecer a prática cristã e superar o mero discurso. “Um exemplo dessa prática é a questão do aborto. O discurso do aborto deve vir junto ao da responsabilidade do empresário. Quando uma trabalhadora chegar até seu diretor dizendo que está grávida, qual a postura do empresário? É dispensá-la o mais rápido possível ou acompanhá-la para que a gestação aconteça da melhor maneira?”, questionou Gigi.

 

IGREJA EM SAÍDA

Ao falar sobre a Igreja em saída, Dom Odilo salientou que a Igreja necessita de uma urgente conversão missionária. “Essa expressão é fruto da Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, que aconteceu na cidade de Aparecida (SP), em 2007. A ideia de uma Igreja em saída está dentro desse contexto”, afirmou o Cardeal Scherer em sua fala no início do encontro, no sábado, 25. 

Dom Odilo recordou a mensagem do Papa Francisco em que este afirma que a Igreja precisa ser como um hospital em tempo de guerra. “Ela deve estar junto com os feridos, onde está acontecendo a batalha. Ou seja, a Igreja deve estar em meio às situações de conflito.” 

Ao falar sobre a conversão missionária na Igreja, o Cardeal recordou a importância dos leigos e a superação do clericalismo. “Os leigos são a parte da Igreja que está nas fronteiras, ou seja, em diálogo direto com a sociedade. Os leigos devem ser testemunhas, sal da terra e luz do mundo”, continuou o Cardeal, que concluiu sua fala fazendo uma provocação aos empresários. “Como podem os empresários ser Igreja em saída, conforme nos pede o Papa Francisco?”. 

 

SOBRE A ADCE

A ADCE é uma sociedade civil de caráter cultural e educativo, sem fins lucrativos. Tem por objetivo estudar, viver, e definir nas atividades econômica e social os princípios e aplicações dos ensinamentos cristãos, por meio da educação e da formação do meio empresarial. Para isso, promove estudos, pesquisas, cursos, conferências, seminários, congressos, publicações e quaisquer atividades que possam contribuir para o atendimento pleno das metas da ADCE e que discutam a questão da Responsabilidade Social Empresarial.
 

CUIDAR DA CASA COMUM

Entre os projetos apresentados no encontro está o da Estação Compacta e Modular, uma solução para tratamento de efluentes com geração de água de reúso, biogás e biofertilizante. O projeto é uma parceria da Arquidiocese de São Paulo e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP). A tecnologia foi desenvolvida por profissionais da UERJ e está em processo de divulgação e comercialização. Dom Carlos Lema Garcia e Carlos Eduardo dos Santos, da Pastoral da Ecologia da Arquidiocese de São Paulo, e o Diretor Técnico responsável, Nicola Martorano, são os responsáveis pelo projeto. Outras informações, doações e orçamentos podem ser obtidos pelos telefones (11) 99942-3152 ou (11) 99125-7320.

NOSSA CONTRIBUIÇÃO

1.  Baixo custo operacional com reduzido consumo de energia – operação remota;

2. Tratamento de 100% do esgotamento sanitário coletado diariamente, com redução de, no mínimo, 50% do consumo de água tratada pela produção de água de reúso (classe1);

3. Acondicionamento dos resíduos orgânicos gerados pelo tratamento do esgoto em Biorreatores Anaeróbicos para produção de biometano e biofertilizante;

4.  Captação do biometano não inferior a 97%, originário da digestão anaeróbica para conversão em energia elétrica, térmica ou veicular;

5.  Compacta e simples na construção e instalação de equipamentos; 6.  Não emite gases efeito estufa (CO2, METANO) e nem odor;

7.  Não gera nenhum vetor de contaminação e nem passivo ambiental;

8.  Grande capacitação de absorção à variação de cargas e vazões;

9.  Gera crédito de carbono;

10.  Passível de benefícios fiscais e tributários.