Cardeal Braz de Aviz apresenta autobiografia em Madri

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O Instituto Teológico de Vida Religiosa de Madri (ITVR) e a editora Publicaciones Claretianas organizaram , um encontro com o Cardeal para o lançamento do Livro
Publicado em: 08/05/2015 - 13:45
Créditos: Redação com Rádio Vaticano

O Instituto Teológico de Vida Religiosa de Madri (ITVR) e a editora Publicaciones Claretianas organizaram na quarta-feira (06/05), um encontro com o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz, que apresentou a sua biografia: "Das periferias do mundo ao Vaticano".

Falando aos membros de cerca de cinquenta ordens religiosas e amigos do Movimento dos Focolares, presentes no encontro, o Cardeal pediu para “crescer em humanidade” e “ser normais”:

“As coisas normais são as que nos servem. Reconhecer que somos pecadores, como disse o Papa Francisco, mas não corruptos. E que, apesar de tudo, Deus nos ama muitíssimo”, destacou.

Dom João alertou ainda que "não há espaço para uma vida dupla, fazer uma coisa e dizer outra. Não porque seja pecado ou um erro, mas porque temos que oferecer constantemente um testemunho claro do que somos”. “Nosso rosto – continuou – tem que dizer se somos felizes ou não; este é um desafio muito interessante”, reconheceu.

Vida cristã

Em seguida, o Cardeal indicou outra chave da vida cristã hoje: "Temos que respeitar profundamente a diversidade. A diversidade é boa. A uniformidade é uma doença”. Neste sentido, lembrou que para o Santo Padre, “o poliedro, e não a esfera, é a melhor figura para falar da diversidade, porque não esconde as diferenças. Não temos que transformar o outro, mas amar o outro na diversidade”, insistiu.

Segundo Dom João, "a autorreferencialidade é uma doença muito pesada, porque queremos transformar os outros em nós. Isso não está correto. É preciso caminhar na direção contrária e ir ao encontro das pessoas. Existe uma observação do Papa muito interessante. Ele disse que se nós não vamos à periferia, Deus não entra em nós. Se nós somos o centro, Deus não pode entrar. Se somos arrogantes, não existe experiência de Deus, só falaríamos de nós mesmos”, assegurou.

Comunidade

Além disso, o Cardeal-prefeito ressaltou que "a reforma que Francisco quer fazer é irreversível”: “Todos juntos temos que realizá-la, porque a Igreja somos todos os cristãos”, recordou. “Temos que viver a experiência juntos. Sozinhos não somos capazes de fazer nada”. “Temos que fazê-la com o irmão, com os demais”. "Nós devemos caminhar juntos", insistiu.

Finalmente, ressaltou que não há lugar para uma Igreja de classes e castas: “Ainda temos uma Igreja dividida em classes”, lamentou. E sobre os leigos disse que “não são proletários do espírito. Não é verdade... São batizados, têm a Cristo dentro de si mesmos, seu dom. A vocação cristã é viver com todos".