Casal brasileiro fala no Sínodo do valor da sexualidade no matrimônio e sobre contracepção

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Casal sublinhou a importância da sexualidade no casamento, referindo que “o ato sexual é legítimo", querido e abençoado por Deus
Publicado em: 09/10/2014 - 13:00
Créditos: Redação com Agência Ecclesia

A sétima sessão da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, nesta quinta-feira, 9, contou com o testemunho do casal brasileiro Arturo e Hermelinda Zamberline. Casados há 41 anos,  eles coordenam atualmente as Equipes de Nossa Senhora.

A intervenção do casal sublinhou a importância da sexualidade no casamento, referindo que “o ato sexual é legítimo, querido e abençoado por Deus, e o prazer que dele decorre contribui para a alegria de viver e para a estruturação sadia da personalidade”.

“Os casais que fazem amor são os que expressam com o corpo o que lhes vai no coração. Para chegar à harmonia, é preciso saber cultivar o desejo e até mesmo um erotismo sadio”, acrescentaram.

Os responsáveis brasileiros abordaram também a questão da contracepção para “admitir sem medo que muitos casais católicos, mesmo os que procuram viver seriamente o seu matrimônio, não se sentem obrigados a usar apenas os métodos naturais”.

“O controlo da natalidade através dos métodos naturais teoricamente é bom; porém, na cultura atual parece-nos carecer de praticidade. Casais, principalmente jovens, vivem um ritmo de vida que não lhes permite praticar esses métodos”, alertaram.

Arturo e Hermelinda Zamberline pediram aos bispos que o Sínodo ofereça uma “orientação fácil e segura” sobre a ‘Humanae Vitae’ (1968), a encíclica de Paulo VI que consagrou a doutrina católica sobre a regulação da natalidade, pedindo também aos sacerdotes que a conheçam e divulguem.

Esta orientação, concluíram, deve responder “às exigências do mundo atual” sem “ferir o essencial da moral católica, que precisará de ser amplamente difundida”.

Abertura à vida

Esta sessão de trabalhos foi dedicada à terceira parte do documento de trabalho, relativa à "abertura à vida" e à "responsabilidade educativa".

Ao abrir os trabalhos, o arcebispo de Paris,  Cardeal André Vingt-Trois, um dos três presidentes delegados para este Sínodo, lamentou que muitos casais católicos tenham perdido a noção de “pecado” no uso de contraceptivos, rejeitados pelo magistério da Igreja.

“Há casais que muitas vezes não julgam que o uso de métodos anticonceptivos seja um pecado e, como tal, tendem a não fazer disso uma matéria de Confissão e assim receber a Comunhão sem problemas”, declarou o Purpurado, que também é presidente da Conferência Episcopal Francesa.

“Muitos são os que têm dificuldade em compreender a diferença entre os métodos naturais de regulação da fertilidade e a contracepção”, sustentou  Vingt-Trois.

Segundo o responsável, é necessário “encorajar uma mentalidade aberta à vida” para fazer frente à “mentalidade contraceptiva e à difusão de um modelo antropológico individualista” que têm levado a uma “forte quebra demográfica” em várias regiões do mundo.

 

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