Em missa, Cardeal dedica igreja e altar da Paróquia São Gabriel Arcanjo

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"O rito de dedicação da igreja e do altar, nos lembra aquilo que somos nós, Igreja.", disse o Arcebispo Metropolitano durante a dedicação da paróquia criada em 13 de novembro de 1939
Publicado em: 30/10/2017 - 13:00
Créditos: Redação
Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na entrada lateral da igreja-matriz da Paróquia São Gabriel Arcanjo, as velas acesas minutos antes da missa, colocadas logo abaixo das imagens do Menino Jesus de Praga, de Santo Antônio e de Nossa Senhora Aparecida, estão ao lado de uma Bíblia aberta, e convidam ao recolhimento e à oração. Aos poucos, os fiéis ocuparam os bancos da igreja que, durante a celebração eucarística, realizada no sábado, 21, às 18h, foi dedicada, com o seu altar, pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. 

A missa presidida por Dom Odilo e concelebrada por outros sacerdotes, como o Cônego Sergio Conrado, Pároco, teve um caráter especial, com o rito próprio de dedicação da igreja e do altar. O altar, centro da igreja, que permaneceu sem toalha e demais objetos litúrgicos, só a partir de um determinado momento foi revestido, o que simboliza a preparação da mesa para uma grande festa, em que Cristo se dá como alimento para saciar a fome daqueles que O buscam.

 

Rito

Logo após a saudação inicial e a oração de bênção da água, realizada pelo presidente da celebração, o templo, o altar e os fiéis foram aspergidos e todos pediram a Deus a graça de “banhados em Cristo, serem novas criaturas”. 

Antes da proclamação da liturgia da Palavra, o Cardeal incensou o ambão, onde foi colocado o Lecionário, livro de onde são proclamados as leituras e o Evangelho durante cada celebração eucarística. 

Após a profissão de fé, toda a assembleia reunida rezou a Ladainha dos Santos. Na sequência, depositou-se sob o altar as relíquias dos santos. O gesto deriva da tradição cristã antiga dos fiéis que construíam igrejas sobre os túmulos dos santos e mártires para recordar assim o sacrifício de pessoas que, ao longo da história, ofereceram-se a Deus e a Ele dedicaram o tempo, as energias e suas próprias vidas. 

Com a unção do altar e das paredes da igreja, torna-se o altar símbolo de Cristo, que é o “Ungido” por excelência. Igualmente o gesto de incensação simboliza o sacrifício do Cristo e o desejo de que as preces de todos os fiéis subam a Deus e sejam por Ele escutadas. Por fim, antes da liturgia eucarística, acontece a iluminação do altar e da igreja. Nesse momento do rito, recorda-se a mesa da refeição e Cristo, que é luz para todos os povos. 

“O altar lembra a mesa da última ceia e, ao mesmo tempo, a cruz sobre a qual Cristo se ofereceu pela nossa redenção. É no altar que depositamos nossas oferendas, que são oferecidas junto ao sacrifício de Cristo. E, assim, Ele se oferece a nós como pão descido do céu, para que todo que Dele comer não pereça, mas tenha vida eterna”, explicou o Cardeal, enquanto o altar era revestido e devidamente ornamentado.
 

‘A Caminho da Jerusalém Celéste’

Na homilia, Dom Odilo salientou que “o rito de dedicação da igreja e do altar, nos lembra aquilo que somos nós, Igreja. Quando falamos Igreja, pensamos no templo, e esse é um modo de entender, mas a Igreja de Cristo é a comunidade dos batizados e também dos que não foram batizados ainda, mas procuram a Deus e, de alguma forma, estão ligados à Igreja, mesmo que não o estejam formalmente”. 

Ele explicou que “na segunda leitura, São Paulo diz à comunidade que ela não é mais estranha, estrangeira, mas parte da família de Deus, concidadã dos santos. E nós somos a Igreja a caminho da Jerusalém celeste, da cidade eterna. São Paulo continua dizendo que a comunidade está integrada ao edifício, que é a Igreja, a casa de Deus, que tem como fundamento os apóstolos”, continuou. 

“A Igreja é a comunidade convocada pela Palavra de Deus, que deseja ouvir o que o Senhor irá falar. A Palavra de Deus deve ressoar na Igreja, não só no templo, mas na comunidade dos fiéis; Igreja viva: casa de Deus que somos nós; Igreja: comunidade de irmãos; Igreja: povo de Deus a caminho da Jerusalém Celeste”, disse o Cardeal, que tem realizado a dedicação de paróquias e comunidades que, mesmo tendo sido criadas há muitas décadas, ainda não tinham celebrado os ritos próprios de dedicação.

 

Comunidade viva 

Criada em 13 de novembro de 1939, quando Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva era Arcebispo de São Paulo, a Paróquia está localizada na avenida São Gabriel, 108, no Jardim Paulista, proveniente de um desmembramento das paróquias do Jardim América, Indianópolis e Santa Generosa. A conclusão das obras só aconteceu em 1940, quando o Monsenhor Humberto Manzini foi oficialmente nomeado Pároco. 

Desde 2016, o Pároco é o Cônego Sérgio Conrado, que concelebrou a missa de dedicação. À reportagem do O SÃO PAULO , o Cônego salientou que “a Paróquia é muito conhecida e querida pelo número de missas dominicais, oito no total, e o intenso atendimento às confissões: semanal e dominical. A população frequentadora, cerca de 5 mil pessoas por final de semana, além dos moradores do Jardim Paulista – o mais antigo dos Jardins – acolhe muitas pessoas de toda a cidade”. 

Além disso, há um núcleo comunitário, composto pelos moradores do Jardim Paulista, que acompanha o desenvolvimento da ação missionária da Igreja. 

 

Pastorais, grupos e projetos da Paróquia São Gabriel Arcanjo

-  Catequese infantil e de iniciação cristã de adolescentes e adultos;
- Oficinas e Oração e Vida;
-  Grupo de Oração São Gabriel Arcanjo;
- Pastoral da Música;
- Pastoral Vocacional;
-  Conferência de São Vicente de Paulo;
- Pastoral de Eventos;
-  Projeto Arcanjo Gabriel: Centro Social e assistência a idosos, pessoas carentes e cursos variados;
- Grupo de Jovens Rumo Certo;
- Grupo Coral;
-  Projeto Igreja Irmãs: ajuda financeira a diversas comunidades carentes e instituições eclesiais;
-  Terço dos Homens e da Misericórdia;
-  Tardes de Encontro: tricô e artesanato;
-  Grupo de Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão.