Entenda o significado da indulgência no Jubileu da Misericórdia

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Penitencieiro-mor da Penitenciaria Apostólica ressaltou que a indulgência é a remissão total diante de Deus da “pena temporal” para os pecados já perdoados na Confissão sacramental
Publicado em: 10/12/2015 - 09:15
Créditos: Redação com Rádio Vaticano

Durante o Ano Santo da Misericórdia é possível obter a Indulgência jubilar passando em peregrinação pela Porta Santa como sinal de profunda conversão. Mas o que é a indulgência?

Diferentemente do que vem sido divulgado por alguns meios de comunicação, que informaram erroneamente que a indulgência é o “perdão dos pecados sem a necessidade da confissão”, a indulgência é a remissão total diante de Deus da “pena temporal” para os pecados já perdoados na Confissão sacramental no que diz respeito à “culpa”. Isso porque todo pecado, mesmo tendo sido perdoado por Deus, deixa um resíduo (de pena) a ser purificado – aqui na terra ou depois desta vida – a fim de que o amor seja totalmente imaculado.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o penitencieiro-mor da Penitenciaria Apostólica, Cardeal Mauro Piacenza, explicou que “absolvidos os pecados, a desproporção entre a santidade de Deus e o seu amor e a negatividade do pecado é tão grande que permanecem resíduos: o pecado é perdoado, mas permanecem resíduos de pena”.

“Eis então que a Indulgência – e aí está a sua preciosidade – reside no fato de poder desfrutar da misericórdia infinita de Deus que purifica tudo – se não fosse irreverente, se poderia falar de uma espécie de ‘aspirador de pó divino’ – eliminando todo e qualquer resíduo”, acrescentou o Cardeal.

Ainda de acordo com o Penitencieiro, quando uma pessoa recebeu a Indulgência, após a Confissão, efetivamente é como depois do Batismo, “praticamente recomeça uma nova vida”.

“É claro que existem as condições para a Indulgência, ou seja, a Comunhão e a Confissão no arco de tempo conveniente, o fato de rezar segundo as intenções do Santo Padre, o fato de rezar um Pai-Nosso e um Credo... mas isso é nada diante daquilo que nos é dado, mas deve existir porque de certo modo estrutura o modo de receber a Indulgência. Porém, o fundamental é a contrição do coração, isto é, um ato de amor perfeito diante de Deus e em favor do próximo. E isso nos faz obter a Indulgência”, completou o Cardeal, ressaltando, ainda, que o Ano Santo se perfaz sobre dois pontos centrais, que são a Confissão e a Indulgência.”

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