'Fomos assinalados com a pertença a Cristo', diz Cardeal Scherer na Missa do Crisma

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<p>O Clero renova suas promessas sacerdotais diante de Dom Odilo.</p>
Publicado em: 02/04/2015 - 15:30
Créditos: Reportagem

Por Fernando Geronazzo
Fotos: Luciney Martins

 

A Catedral da Sé ficou lotada na manhã desta Quinta-feira Santa, 2, para a Missa do Crisma, presidida pelo arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer.

A celebração na qual acontece a renovação das promessas sacerdotais do clero diante do Arcebispo, também é marcada pela benção dos santos óleos usados nos sacramentos do Batismo e Unção dos Enfermos e a consagração do Óleo do Crisma, usado em diversos sacramentos, como o próprio Batismo, Confirmação, nas ordenações presbiterais, episcopais e na unção de altares e igrejas.

Concelebraram a missa os sete bispos auxiliares da Arquidiocese e o arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, que também é prefeito emérito da Congregação para o Clero, da Santa Sé. A maioria dos padres presentes pertence ao clero que atua na Região Episcopal Sé, uma vez que, neste ano, as demais regiões episcopais (Belém, Brasilândia, Ipiranga, Lapa e Santana) celebraram a Missa do Crisma na noite desta quarta-feira, 1º, com seus respectivos vigários episcopais.

Logo no início da celebração, Dom Edmar Peron, bispo auxiliar e vigário-geral da Arquidiocese, saudou o Arcebispo em nome de todo o clero.  “Estamos em comunhão de fé e também comunhão de missão expressa no nosso 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese.  Agradecemos a Deus por tê-lo entre nós e pelo seu sacerdócio. Queremos mostrar que o senhor não está sozinho e pode contar conosco nessa caminhada evangelizadora”, manifestou o Bispo. 

Na homilia, Dom Odilo recordou os padres idosos, enfermos e falecidos no último ano. Também saudou os religiosos e religiosas presentes, destacando o Ano da Vida Consagrada, instituído pelo Papa Francisco. A saudação também se estendeu ao leigos, “povo sacerdotal, povo ungido com a graça do Espírito Santo para testemunhar as maravilhas do Reino de Deus”.

Ao destacar a leituras proclamadas na celebração, o Cardeal frisou que os textos falam de forma particular da unção do Espírito Santo, quando, por exemplo, o profeta Isaías, “anuncia aquele que realmente virá cheio do espírito de Deus”. Já o Evangelho narra que na sinagoga de Nazaré, Jesus leu esse texto de Isaías e disse: “hoje cumpriu-se essa profecia”. “Jesus, cheio do Espírito Santo, anuncia o evangelho da salvação”, afirma Dom Odilo.

O Arcebispo também ressalta que a “unção” citada nos textos também aparece relacionada com a bênção dos óleos dos sacramentos e a consagração do Santo Crisma.  “A unção nos configura com o Cristo, de quem o Crisma sagrado toma o nome. Cristão é quem foi crismado, isto é, ungido, revestido, marcado por Cristo.  Fomos assinalados com a pertença a Cristo. Somos dele, pertencemos a ele, a seu povo e somos consagrados à missão. Foi invocado sobre nós o Espírito Santo, o dom de Deus, para que possamos ser testemunhas de Jesus no mundo”, acrescentou.

Falando sobre os sacerdócio cristão, cuja instituição é celebrada nesta mesma data, na missa vespertina da Ceia do Senhor, Dom Odilo recordou que sacerdotes tiveram suas mãos ungidas pelo Crisma na ordenação “para poderem abençoar, apresentar os dons do povo de Deus, para louvor de Deus”.

“São mãos de servidores em nome de Cristo, de consoladores, confortadores em nome de Cristo, mãos de quem administra a misericórdia de Deus. Mãos ungidas para realizar os gestos de Cristo no meio do mundo, diante a Igreja, do povo de Deus, povo sacerdotal”, completou. 

Após o momento de renovação das promessas sacerdotais do clero, foram apresentadas as ânforas com os santos óleos. O primeiro óleo abençoado foi o dos Enfermos, seguido do da benção do óleo dos Catecúmenos, usado para o Batismo. A consagração do Santo Crisma é marcada pelo gesto do Arcebispo que sopra sobre a ânfora, simbolizando a o sopro do Espírito Santo. Em seguida, é derramado o balsamo sobre o Óleo e é proferida a oração de consagração.

Como de costume, depois da missa, os santos óleos foram separados e encaminhados para as paróquias e comunidades da Região Sé, assim como os óleos abençoados nas demais regiões foram entregues para suas respectivas paróquias.