Igreja realiza dia Mundial dos Pobres nas ruas de São Paulo

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Cardeal Scherer, Padre Julio Lancellotti e membros de comunidades que trabalham junto ao povo da rua realizaramm atentimento no centro da cidade
Publicado em: 23/11/2017 - 12:15
Créditos: Redação

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

 

A comemoração do Dia Mundial dos Pobres na Arquidiocese de São Paulo contou com uma intensa programação no centro da Capital Paulista. No sábado, 18, e no domingo, 19, missionários das comunidades Aliança de Misericórdia, Fraternidade O Caminho, Toca de Assis e Missão Mensagem de Paz, além de voluntários de outros grupos, se reuniram para realizar atendimentos a pessoas em situação de rua, como corte de cabelo, barba, unhas, distribuição de refeições e momentos de oração. 

Na noite do sábado, apesar da forte chuva, foi celebrada uma missa debaixo do Viaduto do Chá, presidida por Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, seguida de um momento de louvor e adoração ao Santíssimo Sacramento durante toda a noite. Dentre os concelebrantes da missa, estava o Padre Julio Renato Lancellotti, Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua. Na manhã do domingo, foi servido um café da manhã na praça da Sé. A programação foi concluída com uma missa na Catedral da Sé, também presidida por Dom Eduardo. 

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, se encontrou com o grupo reunido sob o Viaduto do Chá no sábado. Ele saudou os missionários e agradeceu pelo testemunho dado por eles à Igreja e à sociedade. “Vocês têm a nossa gratidão, admiração e encorajamento. Vocês são sempre um chamado à consciência de todos nós de que é necessária uma atenção maior, prioritária, aos pobres em nossas comunidades”. 

Sobre a instituição do Dia Mundial dos Pobres, Dom Odilo recordou que se comemoram datas para as pessoas que são importantes, os heróis nacionais, grandes personagens da cultura, da arte, da religião. “E os pobres?”, perguntou o Cardeal. “O Papa Francisco quis este dia justamente para dizer que os pobres são importantes e por isso merecem a atenção. Devem nos lembrar sempre que existem muitos problemas de justiça, de descriminação, de muitas formas de exclusão que fazem com que pessoas tenham menos ou pouco acesso às condições melhores de vida, de assistência à saúde, à moradia, etc.”, ressaltou. 

 

Centro da atenção da Igreja 

Dom Odilo reforçou, ainda, que o Santo Padre quer trazer para o centro das atenções a pessoa do pobre e não apenas um “discurso intelectual” sobre a pobreza: “Este é o primeiro ano em que se celebra o Dia Mundial dos Pobres. Que se crie uma nova cultura  na nossa cidade, nas nossas paróquias e comunidades. Uma atenção mais concreta para que os pobres sejam, de fato, atendidos em suas necessidades”. 

Referindo-se àqueles que fizeram a opção de se consagrar no serviço aos pobres, o Arcebispo convidou-os a sempre se lembrarem das bem-aventuranças de Jesus: “Felizes os pobres porque deles é o reino dos céus”. 

Dentre os voluntários que ajudaram no atendimento aos irmãos de rua, estava Leandro Santos de Carvalho, religioso da Ordem de Santo Agostinho. “O Papa Francisco tem chamado a Igreja a olharmos para a necessidade de sermos uma Igreja em saída. E aqui também somos Igreja, comunidade de irmãos. O pobre é nosso irmão, que nos mostra Jesus de uma forma simples. Nós também somos evangelizados por eles”, disse o jovem ao O SÃO PAULO.