Missionários da Consolata rendem ação de graças por beatificação

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Religiosa foi martirizada por radicais islâmicos em 2006
Publicado em: 30/05/2018 - 15:45
Créditos: Redação
Fotos:Luciney Martins/O SÃO PAULO

Os membros da Família Missionária de Nossa Senhora da Consolata que atuam em São Paulo uniram-se em oração pela beatificação da mártir Irmã Leonella Sgorbati, celebrada no sábado, 26, em Piacenza, na Itália. A missa de ação de graças foi presidida no mesmo dia pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Imirim, na zona Norte da capital paulista.

Animada por cantos litúrgicos típicos da África, entoados por religiosos africanos, a missa recordou a tradição e a cultura da região onde a Missionária derramou seu sangue em 17 de setembro de 2006, aos 65 anos, após ser assassinada por radicais islâmicos na Somália.

Na homilia, Dom Odilo recordou que a beatificação é o momento em que a Igreja reconhece que alguém deu a vida por Cristo e pelo Evangelho, seja na caridade e dedicação cotidiana ou por meio do martírio, como foi o caso da Irmã Leonella. “Ela sabia da situação de risco em que se encontrava, mas não se negou a continuar seu trabalho missionário, a dedicar a sua vida para que aquele povo tivesse mais vida a partir da força do Evangelho”, afirmou.

“O martírio é a coroação de uma vida doada, entregue generosamente à Igreja, na missão em favor do Evangelho e o testemunho de Jesus Cristo. É a forma mais elevada desse testemunho”, acrescentou o Cardeal, destacando que a Igreja possui muitos mártires e não apenas no passado. “O século XX foi o mais abundante de mártires de toda a história. E o século XXI continua tendo muitos mártires e poderá superar o anterior”.

 

Alegria do testemunho

O Arcebispo salientou, ainda, que se, por um lado, é motivo de tristeza a morte de cristãos perseguidos pelo ódio à fé, por outro lado, “a Igreja se alegra pelo testemunho dado, pela firmeza na fé, pela dedicação da vida apesar de tudo”.

“Assim, também na Síria, no Iraque, no Paquistão e em tantos outros lugares, onde os cristãos constantemente estão sob pressão e foram martirizados, os missionários permanecem lá compartilhando a mesma sorte daquele povo, dedicando sua vida aos aflitos”, completou.

“O testemunho dos mártires sempre nos edifica e nos estimula a sermos fortes na fé. Nós vivemos em um país onde temos a liberdade da prática da fé e, às vezes, não sabemos valorizá-la. Por isso, tantas pessoas a deixam de praticar, a abandonam ou talvez já não transmitem a fé aos filhos. Quando olhamos os mártires, compreendemos o valor de ser cristão, de crer em Cristo”, manifestou o Cardeal.

Por fim, Dom Odilo citou o trecho do evangelho segundo São João: “Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24), para reafirmar um pensamento antigo na Igreja que diz que “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”.