Papa em Filadélfia: "Chamados a edificar o Corpo de Cristo que é a Igreja"

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Na manhã do sábado, Francisco presidiu Missa para os bispos, o clero, os religiosos e as religiosas da Pensilvânia na Basílica de São Pedro e São Paulo
Publicado em: 27/09/2015 - 09:00
Créditos: Redação com Rádio Vaticano

Neste sábado, 26, penúltimo dia nos Estados Unidos, o Papa Francisco se despediu de Nova Iorque, pela manhã, e seguiu para Filadélfia, onde presidiu à celebração Eucarística para os bispos, o clero, os religiosos e religiosas da Pensilvânia na Basílica de São Pedro e São Paulo.

Na basílica, Francisco foi acolhido por um grupo de crianças e algumas famílias, enquanto no interior, estavam presentes cerca de 2 mil fiéis e, na capela lateral, outros 500. Durante a Missa votiva da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, o Papa pronunciou sua homilia referindo-se inicialmente à história daquela bela Catedral, que o levou a aprofundar o aspecto histórico, não material mas espiritual, da Igreja da Filadélfia e da Pensilvânia:

 “Trata-se de uma história que nos fala de gerações e gerações de católicos comprometidos, que saíram para as periferias a fim de construir comunidades de culto, de educação, de caridade e de serviço à sociedade inteira. Tal história é visível nos muitos santuários espalhados por esta cidade, nas suas inúmeras paróquias, cujas agulhas e campanários falam da presença de Deus no meio das nossas comunidades”.

Esta história da Igreja local pode ser vista ainda, acrescentou o Papa, nos esforços de todos aqueles sacerdotes, religiosos e leigos que, com dedicação, ao longo de dois séculos, trabalharam pelas necessidades espirituais dos pobres, dos imigrantes, dos doentes e dos encarcerados; pode ser vista também nas inúmeras escolas, onde consagrados e consagradas ensinaram as crianças a ler e a escrever, a amar a Deus e ao próximo, e a contribuir como bons cidadãos para a vida da sociedade americana.

Missionariedade

A seguir, Francisco recordou a história de Santa Catarina Drexel, uma das grandes santas daquela Igreja local. Quando ela falou ao Papa Leão XIII da necessidade das missões, o Papa, que era muito sábio, perguntou-lhe: «E você, o que vai fazer?» Tais palavras mudaram a vida e o rumo de Santa Catarina. E o Papa explicou: “Cada um de nós deve responder, da melhor forma possível, o chamado do Senhor para construir seu Corpo, que é a Igreja: ‘E você o que vai fazer?’”.

A partir destas palavras, o Papa se deteve em dois aspectos, no contexto da nossa missão especial de transmitir a alegria do Evangelho e edificar a Igreja como sacerdotes, diáconos ou membros de institutos de vida consagrada. Primeiro, referindo-se ao numerosos jovens que, nas paróquias e escolas, têm os mesmos ideais elevados, generosidade de espírito e amor a Cristo e à Igreja, o Santo Padre recordou: “Um dos grandes desafios que a Igreja tem pela frente, nesta geração, é promover, em todos os fiéis, o sentido de responsabilidade pessoal pela missão da Igreja e torná-los capazes de a cumprir como discípulos missionários, sendo fermento do Evangelho no nosso mundo.

Criatividade

Isto, porém, frisou o Pontífice, exige criatividade para se adaptar às situações em mudança, para levar adiante a herança do passado, dóceis ao Espírito, e comunicar a alegria do Evangelho, todos os dias e em todas as estações da vida. Aqui, o Papa explicou o segundo aspecto da nossa missão cristã:

“Sabemos que o futuro da Igreja, numa sociedade em rápida mudança, exigirá e exige, desde já, um compromisso cada vez mais ativo por parte dos leigos. A Igreja nos Estados Unidos sempre dedicou um enorme esforço ao trabalho da catequese e da educação. O nosso desafio, hoje, é construir alicerces sólidos e promover um sentido de colaboração e responsabilidade compartilhada, quando programamos o futuro das nossas paróquias e instituições”.

Porém, advertiu o Pontífice ao clero, isto não significa descuidar da autoridade espiritual que nos foi confiada, mas discernir e usar sabiamente os múltiplos dons que o Espírito concede à Igreja. De forma particular, valorizar a contribuição imensa que as mulheres, leigas e consagradas, deram e continuam a oferecer à vida das nossas comunidades. Por fim, o Pontífice deixou a seguinte exortação aos bispos e clero da Pensilvânia:

“Encorajo-os a deixar-se renovar na alegria daquele primeiro encontro com Jesus, extraindo, de tal alegria, renovada fidelidade e vigor. Durante estes dias de Encontro Mundial das Famílias, peço-lhes para refletir sobre a qualidade do nosso ministério com as famílias, os casais de noivos e os jovens. Peço-lhes que rezem com fervor pelas famílias e pelas decisões do próximo Sínodo dos Bispos sobre a família”.

O Santo Padre concluiu sua homilia, dirigindo seu olhar a Maria, nossa Mãe Santíssima, para que, com o seu amor materno, interceda pelo crescimento da Igreja na América, levando alegria, esperança e força ao mundo.