Papa reconhece martírio de Dom Oscar Romero

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<p>O Papa Francisco promulgou&nbsp;&nbsp;o decreto que reconhece o martírio de Dom Oscar Arnulfo Romero Galdámez, arcebispo de San Salvador (El Salvador).</p>
Publicado em: 05/02/2015 - 15:00
Créditos: Redação com Rádio Vaticano

O Papa Francisco promulgou na terça-feira, 3, o decreto que reconhece o martírio de Dom Oscar Arnulfo Romero Galdámez, arcebispo de San Salvador (El Salvador), assassinado em 24 de março de 1980 enquanto celebrava a Eucaristia. De acordo com a Sala de Imprensa da Santa Sé, o salvadorenho será beatificado ainda este ano.

Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Vincenzo Paglia, arcebispo italiano postulador da causa de beatificação de Dom Romero, afirmou estar comovido com a notícia. “Depois de tantos anos, finalmente, se chega à conclusão deste longo processo, desta longa causa, e a alegria é redobrada, não somente porque os pareceres foram unânimes, tanto da parte dos teólogos quanto da parte dos cardeais. “É uma alegria que significa também uma grande responsabilidade para todos: ainda hoje testemunhas como Romero continuam presentes para dizer que o amor até o limite extremo, o de dar a vida, é aquilo que transforma o mundo e que dá esperança, “relatou o Postulador, que também é presidente do Pontifício Conselho para a Família.

“Vejo Romero como um mártir da Igreja que brotou do Concílio Ecumênico Vaticano II, querida por aquela assembleia dos Padres conciliares que pediam que se tomasse o caminho do bom samaritano, colocando-se ao lado dos pobres e dos mais fracos. Romero se fez tão próximo destes que ele mesmo acabou morrendo”, afirmou Dom Paglia.

Oscar Arnulfo Romero Gadamez nasceu em 15 de agosto de 1917, em Ciudad Barrios (El Salvador). Sua família era numerosa e pobre. Com apenas 13 anos entrou no seminário. Foi para Roma completar o curso de Teologia com 20 anos e se ordenou sacerdote, em 1943. Em 1977, foi nomeado Arcebispo de San Salvador.

Em 1979, o presidente do país foi deposto pelo golpe militar. A ditadura se instalou no país e, pouco a pouco, se acirrou a violência. De janeiro a março de 1980 foram assassinados 1015 salvadorenhos. Dom Romero teve que se posicionar e, de pronto, se colocou no meio do conflito. Não para aumentá-lo, mas para ajudar a resolvê-lo, o que resultou em seu assassinato, por um atirador de elite do exército salvadorenho.

Em 1997 Romero foi declarado um Servo de Deus pelo Papa João Paulo II.