Pesquisadores do sínodo são enviados para levantamento da realidade religiosa e pastoral da cidade

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Até o mês de setembro, voluntários irão a casas pesquisar o perfil da população das áreas próximas às paróquias da Arquidiocese.
Publicado em: 30/07/2018 - 18:00
Créditos: Redação

Na Catedral da Sé, junto ao marco zero da cidade de São Paulo, foram abençoados e enviados, no sábado, 21, os voluntários que realizarão o levantamento da realidade social, religiosa e pastoral das paróquias da Arquidiocese de São Paulo no sínodo arquidiocesano.

A missa foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e concelebrada por padres, dentre os quais os responsáveis por supervisionar a pesquisa de campo.

Os pesquisadores, indicados pelas paróquias e comunidades e selecionados pelas regiões episcopais, farão visitas aos domicílios nas áreas de abrangência das 292 paróquias territoriais da Arquidiocese, até a metade do mês de setembro, com o objetivo de conhecer a realidade dos seus habitantes. Os resultados da pesquisa serão usados como elementos de análise das assembleias paroquiais do sínodo, previstas para acontecer entre setembro e outubro, na conclusão da primeira etapa do caminho sinodal. 

“Queremos saber qual é a condição religiosa do nosso povo, como as pessoas do bairro percebem a presença da Igreja Católica e das suas obras. De repente, poderemos concluir coisas que nos desafiam pastoralmente. Vão aparecer sugestões de como a Igreja pode exercer melhor a sua missão, preciosas indicações para que em cada paróquia, com esses elementos todos, possamos refletir melhor sobre como fazer o caminho de comunhão, conversão e renovação missionária da nossa Arquidiocese, para, assim, sermos testemunhas de Deus na cidade”, afirmou Dom Odilo, na homilia.

 

IR A CAMPO

Ainda segundo o Arcebispo, a pesquisa de campo será oportunidade de encontrar os católicos, ouvi-los e saber como estão. “Por isso, esse levantamento, no seu conjunto, vai oferecer a cada paróquia, a cada região episcopal e à própria Arquidiocese um rosto da Igreja em São Paulo”, destacou, explicando que não só os lares católicos serão abordados. Para esses, também haverá questões a serem feitas, caso aceitem ser entrevistados. Há uma meta de quantidade de católicos a serem entrevistados de acordo com os critérios metodológicos da pesquisa. 

Por isso, o Cardeal Scherer ressaltou a importância de a pesquisa ser domiciliar. “Ninguém vai sentar na praça ou na porta da igreja e começar a perguntar para quem passa. Será visitando domicílios, sem escolher previamente essas casas, mas segundo critérios científicos definidos, para ser o mais crível possível o levantamento”. 

Esses critérios metodológicos da elaboração da pesquisa foram desenvolvidos pela Coordenadoria de Estudos e Desenvolvimento de Projetos Especiais (Cedepe), da PUC-SP, que está conduzindo, por meio de seus técnicos, formações para os grupos de pesquisadores em casa região episcopal. 

 

PRESENÇA DA IGREJA

Ao agradecer aos voluntários pela disponibilidade em colaborar com o levantamento, Padre Tarcísio Marques Mesquita, Secretário-Executivo do sínodo, enfatizou que cada voluntário levará a presença da Igreja em São Paulo. “Ao lembrar o texto bíblico que diz que ‘Deus amou tanto mundo, que nos deu o seu Filho’, o melhor de si, deem o melhor de si nesse trabalho. Façam o melhor de si em toda essa missão, porque vocês a fazem pela Arquidiocese de São Paulo, em nome de Jesus Cristo e da sua Igreja”, disse, convidando os pesquisadores, ainda, a receberem “de bom grado o sorriso ou a indiferença de cada pessoa visitada” e a saberem escutar com atenção cada pessoa entrevistada. 

A aposentada Rosane Pedroso Prado Lombardi, da Paróquia Santos Apóstolos, na Região Episcopal Brasilândia, é uma das voluntárias enviadas para o levantamento. Ela afirmou ao O SÃO PAULO que a pesquisa de campo será a oportunidade de se buscar um retrato da Igreja Católica na cidade, saber quem são os católicos, considerados os mais numerosos na cidade, mas que nem sempre se sabe quem são e participam da vida eclesial. “Conseguiremos identificar quais os pontos necessários para que possamos evangelizar de uma forma mais eficaz, acolhendo melhor nossos irmãos”, destacou.

Rosane informou, ainda, que está preparada para caminhar bastante. “Já separei meus tênis para andar e estou preparada para bater em portas onde poderemos ser bem acolhidos ou não. Nesse sentido, precisamos nos revestir do próprio Jesus para podermos realizar bem esse trabalho”, disse.