Plano de Pastoral e sínodo andarão juntos

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Participantes da Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, trataram sobre a aplicação do 12º Plano de Pastoral e do sínodo
Publicado em: 17/11/2017 - 11:30
Créditos: Redação

Luciney Martins/O SÃO PAULO​

Para avaliar o primeiro ano de vigência do 12º Plano Arquidiocesano de Pastoral e pensar nas iniciativas para os anos subsequentes, já tendo em conta a realização do 1º sínodo arquidiocesano, os coordenadores das pastorais, movimentos, novas comunidades, padres, bispos auxiliares e o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, participaram no sábado, 11, da Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, no auditório da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), na zona Sul da cidade. 

“A obra da Igreja não é de uns poucos heróis, é de uma comunidade toda, é de muitos colaboradores do Senhor, que têm em comum a fé em Cristo e o entusiasmo no Evangelho”, disse o Cardeal Scherer, durante a oração inicial e partilha sobre a Palavra de Deus. 

 

Urgências da evangelização

Dom Odilo, nas reflexões iniciais, estimulou que as paróquias, organizações pastorais, movimentos, associações de fiéis e congregações realizem uma autoavaliação sobre o quanto têm levado em conta as seis urgências da evangelização apresentadas no 12º Plano. 

O Arcebispo, ao recordar cada uma das urgências, destacou que a Igreja deve manter-se em estado permanente de missão, ser casa da iniciação à vida cristã, sempre animada pela Palavra de Deus, uma comunidade de comunidades (feita de discípulos de Jesus), uma família de famílias, e também misericordiosa para a vida plena de todos. 

Ao falar sobre a sexta urgência do 12º Plano – “Igreja – Família de famílias” -, Dom Odilo ressaltou que a Igreja deve ter um rosto de família, sendo uma comunidade fraterna, e precisa atuar não apenas para socorrer as famílias em necessidade, mas estimular a “Igreja doméstica”, célula básica da comunidade eclesial.

 

Caminho sinodal 

Dom Odilo também lembrou aos participantes da Assembleia sobre o caminho sinodal da Arquidiocese, cuja a etapa preparatória está sendo vivenciada e as demais ocorrerão em 2018, nas paróquias; em 2019, no âmbito das regiões episcopais e vicariatos; e em 2020, com diferentes momentos da assembleia arquidiocesana do sínodo.

O Cardeal reforçou que todos na Arquidiocese são chamados a participar do sínodo, que será, segundo ele, um caminho de comunhão, conversão pastoral e renovação missionária, para responder melhor às situações e urgências da Igreja em São Paulo.  

“O sínodo tem como objetivo uma grande tomada de consciência de como estamos, e a partir disso deverão aparecer as realidades, mostrando onde há lacunas, falhas e o que precisa ser melhor orientado. Talvez apareça que seja preciso rever as estruturas que já não estão mais funcionando ou dando frutos para a evangelização, e que, assim, devem ser substituídas por outras mais eficazes”, afirmou. 

Dom Odilo ressaltou, ainda, que o sínodo de modo algum anulará o que está delineado no 12º Plano: “O sínodo e o Plano de Pastoral andarão juntos: o sínodo vai ajudar para que aquilo que se diz no Plano seja, de fato, trabalhado mais e que possa marcar mais profundamente a vida da Igreja em São Paulo. No sínodo, as urgências pastorais não estarão de lado, elas estarão no centro das preocupações. Esperamos que o sínodo nos ajude a um novo sentir da nossa Igreja em São Paulo, para que todos se sintam parte dessa obra, se sintam discípulos-missionários e, por isso mesmo, envolvidos no grande trabalho de evangelização, da missão da Igreja em São Paulo”. 

 

Um sínodo Pastoral 

Após a fala do Cardeal, os representantes das regiões episcopais e vicariatos relataram os enfoques das ações realizadas em 2017 e as perspectivas para 2018 (leia um resumo no box ao lado), com destaque para maior atenção às famílias e a vivência do Ano Nacional do Laicato.

Na sequência, divididos em 15 grupos, os participantes pensaram em sugestões para a vivência do sínodo nas paróquias, tendo em conta as urgências do 12º Plano de Pastoral.

“Nós vamos trabalhar nos níveis das coordenações pastorais as conclusões da Assembleia e também trabalhar todas essas questões das discussões dos grupos em vista de organizarmos a etapa do sínodo no ano que vem nas paróquias”, disse, ao O SÃO PAULO , o Padre Tarcísio Marques Mesquita, Coordenador-Geral do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, destacando, ainda, que o caminho sinodal enriquecerá o 12º Plano.

Na conclusão da Assembleia, Dom Odilo agradeceu pelas sugestões apresentadas nos grupos e disse que ao final da caminhada sinodal as indicações de ação deverão ser colocadas em prática. “O sínodo não está pronto, está no começo. O sínodo é uma grande busca, um caminhar juntos. Só não tenhamos ilusões: o sínodo não vai mudar os Dez Mandamentos, não vai mudar o Evangelho, não vai mudar o Catecismo. O nosso sínodo é pastoral. Olharemos e refletiremos sobre a realidade pastoral, sobre como está nossa Igreja em São Paulo diante das realidades que temos pela frente. Vamos ouvir a voz do Espírito Santo sobre o que temos e sobre nossa missão para nos dispormos a uma nova ação. Portanto, o sínodo deve ajudar a dar indicações, a partir de tantas reflexões, para um caminho novo de evangelização eficaz em nossa Arquidiocese”, concluiu. 

(Colaboraram: Jenniffer Silva e Flavio Rogério Lopes)


Atuações e preocupações dos vicariatos e regiões episcopais 

Regiões

Belém: Tem se constatado a vivência da Igreja em saída na maioria das paróquias, o aumento das comissões de vida cristã, atividades de formação bíblica em 56% das paróquias e fortalecimento dos conselhos pastorais. Percebeu-se a necessidade de ampliar a ação da Pastoral Familiar, para que vá além do Encontro de Casais com Cristo e da formação dos noivos. Em 2018, acontecerão ações por conta do Ano Nacional do Laicato. 

Brasilândia: Em 2017 a Região assumiu como prioridade os eixos “Família”, “Juventude” e “Formação”. Nesse sentido, constatou-se a ampliação da Pastoral Familiar, a realização de momentos de estudo sobre a Exortação Amoris Laetitia e de um evento pelo Dia do Nascituro. Houve o fortalecimento do Setor Juventude regional e aconteceram formações sobre Catequese, Bíblia e Liturgia. 

Ipiranga: Neste ano, a família foi a prioridade pastoral e se constatou o aumento da atuação da Pastoral Familiar. As paróquias já estão mobilizadas para o sínodo arquidiocesano. Na assembleia regional, que será realizada este mês, serão pensadas ações para a vivência do Ano Nacional do Laicato e para a evangelização das famílias. 

Lapa: A ampliação da Pastoral Familiar foi o foco da atuação em 2017. A fim de montar projetos para a vivência do Ano do Laicato, houve o estudo do documento 105 da CNBB. Em 2018, se buscará ampliar o envolvimento dos leigos na Região, também tendo em vista as ações do sínodo arquidiocesano. 

Santana: Constatou-se a necessidade de uma maior conversão missionária, para se viver efetivamente a “Igreja em saída”. Tem se buscado a ampliação de uma Catequese centrada na Palavra de Deus, bem como caminhos para que a família esteja no centro da prática cristã. A Região está estruturando um projeto de pastoral em atenção à urgência “Igreja - casa da iniciação à vida cristã”, com destaque para a acolhida aos jovens e às famílias; e já foi criada uma comissão regional de iniciação à vida cristã. 

Sé: Notou-se a maior integração dos jovens nos setores. Também se percebeu a necessidade de intensificar ações voltadas para as famílias nas comunidades. A prática da “Igreja em saída” tem ocorrido com visitas aos mais pobres e idosos, missas em lugares públicos e atuação nas redes sociais, além de peregrinações marianas às casas. 

 

Vicariatos

Educação e Universidade: Em 2017, foram intensificadas as visitas às escolas católicas de ensino básico, e houve aproximação com as escolas públicas estaduais e municipais, além de estímulo à formação de grupos de estudo e de oração nas universidades, realização de missas quinzenais na USP, vigílias universitárias e eventos nas universidades. O Vicariato está atento para a formação de professores a fim de que atuem nas aulas de ensino religioso confessional em escolas públicas, caso haja essa demanda. 

Povo da Rua: O Vicariato tem acompanhado o aumento na quantidade de pessoas em situação de rua, em muitos casos famílias inteiras. Há um esforço para que essas pessoas sejam integradas na Igreja como irmãos na fé e não apenas como objeto da ação caritativa.

Comunicação: Em 2017, houve a integração das equipes de trabalho do jornal O SÃO PAULO e da rádio 9 de Julho , e a uniformização da identidade visual dos veículos de comunicação da Arquidiocese. Foram realizados eventos para maior diálogo da Igreja com a cidade e para a ampliação dos momentos formativos aos agentes da Pastoral da Comunicação.