Sexta-feira Santa: generosidade para com os irmãos dos Lugares Santos

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Além da atenção dos e comunhão com os irmãos que vivem nessa região, destinam-se as ofertas à manutenção dos templos e locais sagrados
Publicado em: 28/03/2018 - 12:45
Créditos: Redação

Vatican Media

Na Sexta-feira Santa, data em que os cristãos recordam a Paixão e Morte de Jesus na Cruz, este ano celebrada no dia 30, os católicos de todo o mundo realizam uma coleta em favor dos Lugares Santos, isto é, os lugares bíblicos onde nasceu e viveu Jesus e onde nasceu a fé cristã, como Israel e Palestina, Egito,  Líbano,  Síria,  Iraque,  Turquia e outros. 

Esses recursos financeiros não são apenas para a manutenção dos templos e locais sagrados, mas também são um gesto concreto da generosidade e comunhão dos cristãos para com os irmãos que vivem nessa região. “Como é sabido, naqueles lugares, os cristãos passam por enormes sofrimentos e dificuldades há séculos e só conseguem viver a sua fé naquele contexto com verdadeiro heroísmo e com nosso apoio”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, em carta enviada ao clero arquidiocesano no dia 22.

Dom Odilo recordou, ainda, que, muitas vezes, a perseguição, a discriminação, a falta de liberdade e também o martírio fazem parte da vida daqueles irmãos que vivem nos lugares santos das origens da fé cristã. “Eles dependem de nossa ajuda generosa e de nossa oração também [...]. Não amemos apenas com palavras, mas com gestos concretos.”
 

SOCORRO AOS PERSEGUIDOS

Em carta enviada a todos os bispos do mundo, em 14 de fevereiro, o Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, reforçou o apelo a todas as Igrejas particulares para a realização da coleta destinada aos Lugares Santos. Além de destacar locais de peregrinação da Terra Santa que precisam do auxílio dos demais cristãos para sua manutenção, o Cardeal Sandri chamou a atenção para as milhares de pessoas, entre as quais crianças e jovens, muitas em idade escolar, que escapam da guerra na Síria e no Iraque, “que apelam à nossa generosidade para retomar a vida escolar e, assim, poderem sonhar com um futuro melhor”.

 

TESTEMUNHO BÍBLICO

Em entrevista publicada pelo O SÃO PAULO em 6 de setembro de 2017, Frei Bruno Varriano, Guardião da Basílica da Anunciação, em Nazaré, recordou que já no tempo da Igreja nascente, o apóstolo São Paulo pedia uma coleta para os cristãos de Jerusalém, como relata o capítulo 16 da 1ª Carta aos Coríntios. “Até hoje, a ‘Igreja-mãe’ é pobre. São poucos os cristãos nos Lugares Santos e, por isso, não são suficientes para ajudarem na manutenção”, afirmou. O Franciscano explicou que, com a ajuda financeira, são mantidas escolas e obras sociais e construídas casas para os cristãos, de modo especial para os que tiveram suas casas destruídas em Aleppo e Damasco, na Síria. “A coleta também ajuda a financiar bolsas de estudos para que cristãos possam estudar no exterior e depois voltar para ajudar na Terra Santa. Nós temos, por exemplo, a Escola Magnificat, que é a única no Oriente Médio onde estudam cristãos, muçulmanos e judeus, e cujos professores também são das três religiões. Um lugar extraordinário de encontro. Portanto, são muitas as iniciativas. Os cristãos em dificuldades na Terra Santa necessitam da nossa ajuda”.