Sínodo: clima positivo na Assembleia Geral

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O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, afirma que “há uma vastíssima colaboração para fazer com que o caminho do Sínodo possa progredir bem”
Publicado em: 14/10/2015 - 18:30
Créditos: Redação com Rádio Vaticano

“Convido-os a acompanharem o Sínodo no caminhar positivo que muito se respira na Sala Paulo VI, e a desse modo seguirem os seus trabalhos.”

Foi o convite do Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, na coletiva desta terça-feira, após esclarecer que a carta de alguns Padres sinodais ao Papa era reservada e que o que foi publicado por algumas fontes não corresponde, nem no texto nem nas assinaturas, à que foi entregue ao Santo Padre, tendo em vista que ao menos quatro cardeais desmentiram.

Na realidade, o religioso jesuíta reportou o que efetivamente declarou, a propósito, o Cardeal George Pell: que a missiva ao Pontífice era e deveria permanecer reservada e que o que foi publicado não corresponde, nem no texto, nem nas assinaturas, à que fora entregue ao Papa.

De fato, quatro Padres sinodais – os cardeais Angelo Scola, André Vingt-Trois, Mauro Piacenza e Péter Erdő – desmentiram tê-la assinado.

Por sua vez, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé acrescentou:

“Substancialmente, as dificuldades mencionadas na carta tinham sido evocadas na tarde de segunda-feira, 5 de outubro, na Sala do Sínodo, como havia dito, embora não de modo tão amplo e detalhado. Eu tinha falado de objeções e dúvidas sobre o procedimento.

Como sabemos, o secretário geral do Sínodo, Cardeal Baldisseri, e o Papa haviam respondido com clareza na manhã seguinte, terça-feira, dia 6. Portanto, quem, passados alguns dias, deu este texto e esta lista de assinaturas a serem publicadas fez um ato de transtorno não pretendido pelos signatários. Portanto, é preciso não deixar-se condicionar por isso.”

“O porta-voz vaticano explicou ainda que se podem fazer observações sobre a metodologia do Sínodo, que é nova. Isso não surpreende, mas uma vez estabelecida, se procura aplicá-la da melhor forma possível.”

Tanto é assim que “há uma vastíssima colaboração para fazer com que o caminho do Sínodo possa progredir bem”, frisou. Pe. Lombardi ressaltou que, sem dúvida, o clima geral da Assembleia é positivo.

Em seguida, Pe. Lombardi fez-se porta-voz de uma declaração do arcebispo de Durban (África do Sul), Cardeal Wilfrid Fox Napier, a propósito de uma afirmação sua erroneamente reportada numa entrevista:

“A propósito da composição da Comissão de dez membros nomeada pelo Papa para a elaboração do Relatório final do Sínodo, foi escrito erroneamente: ‘Napier questiona o direito do Papa Francisco de fazer essa escolha’. O Cardeal Napier pediu-me para corrigir, afirmando exatamente o contrário: ‘Napier não questiona o direito do Papa Francisco de escolher essa Comissão’.”

Também esteve presente na coletiva de imprensa o abade geral Jeremias Schröder, presidente da Congregação Beneditina de Santa Otília, representando os dez superiores gerais participantes do Sínodo, o qual se deteve sobre a questão da ligação entre a vocação e a vida familiar:

“Muitos jovens monges não mais provêm de famílias católicas bem formadas, muitas vezes o caminho vocacional é, ao mesmo tempo, um caminho catequético, ou seja, o aproximar-se da fé comporta também, posteriormente, a reflexão sobre a vocação. Nesse âmbito estamos vendo mudanças profundas na base social das nossas vocações.”

Em seguida, respondendo à pergunta de um jornalista sobre o tema do diaconato feminino, desenvolvido por um Padre sinodal, o Rev. Schröder explicou:

“Fiquei impressionado, porque pareceu-me um tema audaz e também, para mim, convincente, tanto que poderia imaginar um caminho dessa natureza. Mas tive a impressão de que esse tema, por agora, não tenha tido uma grande repercussão na Assembleia. Ouvimos uma opinião, mas por enquanto ficou nisso.”

Encontrava-se também entre os participantes da coletiva a consultora e formadora da Federação africana da ação familiar, Thérèse Nyirabukeye, presente no Sínodo na qualidade de auditora. Originária de Ruanda, ela recordou o genocídio no país, vinte anos atrás, e ressaltou a importância da família no processo de reconstrução nacional, porque a família é testemunha de amor e reconciliação, explicou.

Por fim, outra auditora, a diretora do Instituto canadense católico de bioética, Moira McQueen, expressou satisfação pelo papel que tem sido dado aos auditores durante o trabalhos sinodais: “Somos ouvidos e podemos nos pronunciar – disse ela. E esse é um processo democrático.”