Meio Ambiente e populações tradicionais são tema de debate na Escola de Fé e Política

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Evento contou com a participação de Pe. Antonio Naves (CPT), Osvaldo Aly (ABRA-SP), Lisângela Nascimento (NUPAUB–USP) e Dom Nicolas de Moreas (Bispo Ortodoxo da Ordem dos Hospitaleiros)
Publicado em: 26/04/2016 - 11:45
Créditos: Texto e fotos: Peterson Prates

“Conexões entre Meio Ambiente, populações tradicionais e Estado: desafios recentes na visão das pastorais sociais, da academia e das organizações sociais” foi o tema do debate, organizado pela Pastoral da Juventude (PJ), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e ABRA (Associação Brasileira da Reforma Agrária) com o apoio da Escola de Fé e Política Waldemar Rossi.

Participaram do debate, Pe. Antonio Naves (CPT), Osvaldo Aly (ABRA-SP), Lisângela Nascimento (NUPAUB–USP) e Dom Nicolas de Moreas (Bispo Ortodoxo da Ordem dos Hospitaleiros). O debate aconteceu no dia 18 de abril no Centro Pastoral São José.

Lisângela  Nascimento, mestre e doutora em geografia, falou sobre o Vale do Ribeira, região do estado de São Paulo, onde há uma das maiores áreas de preservação ambiental e comunidades tradicionais, como os povos quilombolas. Acentuou a dificuldade de políticas públicas que beneficiem o direito desses povos e o acesso à terra.

O engenheiro agrônomo e doutor em águas subterrâneas, Osvaldo Aly, focou sua exposição nas organizações sociais, e a necessidade de pautar a Reforma Agrária, para também favorecer pequenos agricultores, que são esquecidos frente a uma política que beneficia apenas o agronegócio e os latifúndios. 

“Na minha vida eu assisti com muita atenção e respeito tantas comédias do Aristófanes, como as tragédias do Eurípides”, disse, com seu sotaque grego, dom Nicolas, que continuou afirmando que durante sua trajetória presenciou muitas tragédias, mas não no teatro, mas na vida real. “Eu continuo a assistir, nos recentes dias, comediantes que encenam as tragédias”, completou.  Durante a segunda parte do encontro, afirmou que “Deus quando criou o mundo, nos colocou aqui como zelador e não como proprietário”.

Pe. Antonio Naves recordou o Papa Francisco, e citou a Laudato ‘Si. Lembrou o importante papel dos crentes e não crentes da preservação da “Mãe Terra”. Durante o debate recordou os artigos da constituição que tratam da Reforma Agrária, e recordou que a Reforma Agrária formaria inúmeras “comunidades locais, que criam identidade”, superando os 12 locais que concentram, hoje, a maioria da população no Brasil.

Flávio Castro, coordenador da Pastoral Fé e Política, apresentou o MICC (Associação de Integração Campo-Cidade), que há mais de duas décadas, trabalha no incentivo da agricultura familiar e dos pequenos agricultores. Ao fim, os participantes puderam fazer aos componentes da mesa.

Meio Ambiente e populações tradicionais são tema de debate na Escola de Fé e Política