QUINTA FEIRA DA 24ª SEMANA DO TEMPO COMUM

(Festa de São Mateus)

Leituras: Ef 4, 1-7.11-13 Sl:18; Evangelho: Mt 9, 9-13

            A caminhada litúrgica do tempo comum é prodigiosa em apresentar exemplos de homens e mulheres que viveram a santidade. Pessoas que em meio as coisas amenas e ordinárias do dia-a-dia foram sinais de paixão pelo Reino de Deus e de compromisso com a transformação do mundo. Hoje a liturgia apresenta-nos a figura do apóstolo São Mateus, aquele que com misericórdia foi escolhido (Miserando ataque elegendo)  como  exemplo de seguimento a  Deus.

Nesta solenidade,  a liturgia própria do dia coloca-nos diante do irremediável convite a seguir Cristo, mesmo em meio as nossas fraquezas e pecados. Desafia-nos a imitar seus passos, sabendo que foi Ele, em sua infinita misericórdia,  que nos elegeu e , ao passar por nossa vida, convidou-nos ao seu serviço.

A primeira leitura desta festa é extraída da carta de Paulo aos efésios. Trata-se de uma coleção de instruções sobre o seguimento a Cristo. O apóstolo dos gentios instiga todos a viverem segundo a vocação dada por Deus (v.2). Tal vivencia baseia-se na capacidade de compreender, por amor, a fraqueza do próximo( v.2), em guardar a unidade, em promover a paz(v.3) e conservar a esperança(v.4). De igual modo, Paulo instiga cada cristão a desempenhar da maneira profícua o ministério ao qual cada um é escolhido, mesmo em meio as próprias fragilidades.

Contiguo a esse texto, na liturgia, despontam o salmo e o evangelho. O salmista, numa sinfonia de palavras ritmadas, testemunha que a mensagem de Deus ressoa e se espalha por toda a parte, chegando aos confins da terra. O evangelho, por seu turno, apresenta o chamado de Mateus(v.9.11). Cristo que passa pelo cobrador de impostos, fita-o com o olhar e o chama a segui-lo (v.9). Mateus iluminado e deslumbrado pela palavra de Deus feita carne(Jo 1,14) deixa tudo e o segue(v.9). Em meio às suas fragilidades o cobrador de impostos, sabe que o seu Senhor o elegeu com Misericórdia. Mateus doravante é testemunho eloquente de com quão grande bondade Deus olha a humanidade. Sua conversão é para publicanos e cobradores de impostos, sinal do perdão de Deus e da opção que o senhor faz em resgatar os pecadores. Mateus, “misericordiado” por Deus foi capaz de anunciar ao mundo a misericórdia de Deus. Ele, como conta-nos a tradição, o fez por vários lugares e  encontrou na Etiópia seu fim, foi martirizado.

Nesse espírito, ensina-nos muito esta festa. Ela volve nosso olhar para o que há de mais necessário aos cristãos: seguir Cristo. Exorta-nos à fidelidade ao Senhor e aponta-nos que, não obstante, nossas fragilidades o foi ele que nos escolheu e espera que sejamos capazes de, por um decido compromisso com os que sofrem, testemunhar seu amor misericordioso.

Pe. Reuberson Ferreira, mSC - Mestrando em Teologia na PUC-SP. Trabalha na Paróquia S. Miguel Arcanjo, Arquidiocese de São Paulo.