Este é o dia que o Senhor fez para nós - Cônego Celso Pedro da Silva

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16/04/2017 - 00:15

DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
​Jo 20,1-9

A quem melhor poderíamos ouvir nesta manhã da ressurreição a não ser Pedro, que passa de Israel ao universo pagão e lhe descortina um novo horizonte de vida e graça! Pedro estava em Cesaréia, na casa do centurião Cornélio, um romano justo e temente a Deus, de quem toda a nação judaica dava bom testemunho. Pedro anunciou a ele e a seus parentes e amigos que lá se achavam, Jesus morto e ressuscitado. Disse-lhes, sintetizando a vida e a obra de Jesus, que tudo começou depois do batismo de João.

Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder.

Andou por toda a parte fazendo o bem.

Curou os dominados pelo demônio.

Morreu, pregado numa cruz, 

mas Deus o ressuscitou no terceiro dia,

e concedeu-lhe tornar-se visível

aos que comeram e beberam com ele depois que ressuscitou.

Deus o constituiu juiz dos vivos e dos mortos.

Todos os profetas dão testemunho dele.

Quem nele crê, recebe o perdão dos pecados.

Foi naquele dia, o primeiro da semana, que Maria Madalena encontrou o túmulo vazio. Dizem que o amor madruga e que bem de madrugada, quando ainda estava escuro, lá estava a Madalena à porta do sepulcro. O amor a impeliu ao encontro do amado que, por mais amar, já tinha madrugado. Antes dela, levantou-se Jesus, ressuscitando. O evangelista se esquece por um momento de Maria e coloca no centro da cena Pedro e o Discípulo amado, aquele cujo nome não conhecemos e que pode ser o meu e o seu. Correram os dois até ao túmulo. Chegou primeiro o mais novo que, educado, esperou pelo mais velho. Pedro entrou o viu as faixas no chão e o sudário dobrado. Entrou então o Discípulo. Ele viu e acreditou. Ele viu o túmulo vazio e acreditou que Jesus estava vivo. Não viu Jesus e acreditou nele. Este é o discípulo, aquele que crê sem ter visto.

Nós não vimos e acreditamos, e por acreditarmos, resuscitamos com ele nas águas do batismo. Tornou-se visível, e agora está oculto no seio da divindade, na qual nossa vida está escondida com ele. Um dia nossa vida aparecerá em seu triunfo e apareceremos com ele revestidos de glória.

Este é o dia que o Senhor fez para nós: Alegremo-nos e nele exultemos! O Senhor manifestou que eterna é a sua misericórdia. Sua mão direita faz maravilhas e nos levanta, por isso não morreremos. Ao contrário, viveremos para cantar as grandes obras do Senhor. Os pedreiros rejeitaram uma pedra que se tornou a pedra principal da construção. Tudo isso foi feito pelo Senhor, que faz maravilhas aos nossos olhos. Já que ressuscitamos, olhemos para o alto, aspirando às coisas celestes.