Jesus é senhor também do sábado - Diácono Mario Braggio

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17/01/2017 - 00:15

Mc 2,23-28

A observância do sábado era uma lei considerada fundamental na estrutura da sociedade à época de Jesus. Ela identificava quem eram os judeus autênticos, distinguindo-os dos pagãos. Os doutores da Lei listavam 39 trabalhos que não deveriam ser feitos durante o sábado, inclusive preparar alimentos...

É dia de sábado, pois, e passando ao lado de uma plantação de trigo, os discípulos de Jesus arrancam algumas espigas para comer. Estão com fome, caso contrário não fariam isso, pois a propriedade não lhes pertence.

O Mestre não os impede e tampouco os repreende. Contudo, lá estão fariseus que não perdem tempo e criticam o que os seus seguidores estão fazendo, dirigindo-se a Jesus num tom acusativo, inquisitivo e ameaçador, parece-nos.

 Não estão preocupados se os discípulos estão “roubando”, se estão invadindo uma propriedade que não é sua, se a sua conduta seria moralmente condenável. Incomodam-se, isto sim, porque eles estão esfregando as espigas, para debulhá-las, o que era considerado como preparação de alimentos...

Jesus sabe que leis são necessárias e importantes para a vida em sociedade e que devem estar a serviço da justiça, da paz, do amor, da vida! Portanto, todas devem estar a serviço do homem, e não o contrário. A novidade de Jesus ratifica que todo o projeto de Deus está voltado para o homem.

Vivemos imersos em leis, decretos, regulamentos, normas e outros instrumentos reguladores de direitos e deveres. Todavia, sabemos muito bem disso, nem sempre o legal é justo. Nem sempre a aplicação da lei converte-se em justiça de fato, garantindo os direitos e as necessidades dos pobres, dos oprimidos, dos marginalizados e dos excluídos. Não raro, contribuem exatamente para que isso aconteça e se mantenha...

E nós, então? Quantas vezes reproduzimos o comportamento atrevido e impertinente daqueles fariseus, inclusive nas nossas comunidades...