Não tenham medo - Diácono Mario Braggio

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28/06/2016 - 00:15

Mt 8,23-27

A tempestade de que nos fala o texto representa a jovem comunidade dos discípulos de Jesus, que se deparava com obstáculos, intolerância, violência e expectativa de morte, prejudiciais ao anúncio e à construção do Reino.

Diante desse quadro, os discípulos, não raro, sentiam-se sozinhos, perdidos, abandonados. Contudo, era preciso recuperar e reafirmar a confiança na proposta do Senhor.

“Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?”. Jesus questiona o comportamento dos discípulos diante da tempestade fazendo-lhes uma pergunta que já contém a resposta. A falta de fé, ou uma fé insipiente, deixa-nos inseguros, medrosos, aterrorizados.

Sem a fé, sobramos somente nós mesmos, com os nossos limites e incapacidades, para viver num mundo que nos apresenta inúmeros desafios e muitas dificuldades.

Vivemos tempos difíceis. A mudança de época provoca a distorção e a relativização de valores. Surgem questionamentos sobre o certo e o errado, sobre a direção a seguir, sobre o jeito de ser e de fazer. Tudo isso afeta as relações humanas na família, na escola, na sociedade, incluindo, queiramos ou não, as relações entre os membros da comunidade eclesial. 

Assim, o nosso barco singra o mar da vida, sujeito a intempéries e ao inusitado. A travessia é longa. Durante o percurso, vive-se momentos em que se alternam a confiança e o medo. Enquanto aquela gera esperança e impulsiona adiante, este provoca a dúvida, induz ao erro, causa estagnação.

Calma! Não estamos sós. Jesus está conosco e, junto dele, podemos enfrentar qualquer tempestade, sem desespero, sem medo de sucumbir. Os apuros e os problemas não deixarão de existir, mas, confiantes no Senhor, seremos capazes de enfrentar e lidar de maneira oportuna e apropriada com tais adversidades.