O que agrada a Deus é a misericórdia - Diácono Mario Braggio

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09/02/2016 - 00:15

Mc 7,1-13

Os fariseus e os mestres da Lei, incomodados, perguntam a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?”.

Jesus, sabendo que não se trata de mera curiosidade, mas de uma cobrança carregada de censura, perde a paciência diante da hipocrisia e da inconveniência daqueles homens chamando-os severamente à atenção.

De fato, fariseus e mestres da Lei estavam muito preocupados com as aparências, com o externo, com o visível. Falavam bonito, mas faziam feio. Pensavam uma coisa, diziam outra e agiam bem diferente, por isso que Jesus diz que honravam a Deus “com os lábios” (ou seja, da boca para fora) enquanto o seu coração estava longe dele; prestavam culto a Deus, porém ensinavam – não o seu mandamento – mas preceitos humanos; esvaziavam a sua Palavra à medida que transmitiam a tradição da maneira que lhes interessava, que lhes era conveniente. Viviam, enfim, uma religiosidade de convenção social.

Aqueles mesmos fariseus e escribas que criticavam a Jesus descumpriam vergonhosamente a Lei ao consagrarem a Deus o que era devido a seus pais. Como poderiam agradá-lo se, na realidade, se opunham à sua vontade?

Ainda hoje muitos de nós damos exagerada importância aos ritos, aos gestos e às fórmulas e nada fazemos para modificar o nosso interior. Ordem e limpeza, por exemplo, são úteis nos limites da sua necessidade e desde que não sejam utilizadas para discriminar, limitar, oprimir, excluir ou impedir a prática da justiça. A vida em primeiro lugar!

A nossa falsa piedade pode enganar a muitos e até a nós mesmos, contudo não engana a Deus e, muito menos, o agrada. Deus nos quer sinceros, puros e verdadeiros; de coração aberto e disponível.

Não há como aprazer a Deus sem se importar com os irmãos, sobretudo com os mais necessitados. O que agrada a Deus é a coerência, o amor ao próximo, a misericórdia e a prática da caridade.