Que palavra é essa? - Diácono Mario Braggio

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30/08/2016 - 00:15

Lc 4,31-37

Jesus ensinava na sinagoga. As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque ele falava com autoridade, bem diferente dos mestres da lei e dos fariseus que elas conheciam. Numa dessas ocasiões, havia ali um homem possuído pelo espírito de um demônio impuro, que lhe perguntou gritando: “O que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus” (Lc 4,34).

Sem perder tempo com resposta ou explicação, Jesus simplesmente ordena ao demônio que se cale e saia do homem – no que foi obedecido sem demora: “o demônio lançou o homem no chão, saiu dele, e não lhe fez mal nenhum” (35). Todos os que ali se encontravam ficaram espantados e comentavam entre si: “Que palavra é essa? Ele manda nos espíritos impuros, com autoridade e poder, e eles saem” (36).

De fato, Jesus “não brinca em serviço” e não manda recados, seja numa festa de casamento, na rua, jantando na casa de alguém, caminhando pelas estradas, no Templo ou na sinagoga. Ele fala o que tem para dizer com conhecimento, propriedade, firmeza, autoridade e, na hora certa! Sua palavra é sempre eficaz e transformadora: ela ilumina, cura, liberta, resgata, conforta, alimenta, afasta o mal, revivifica, enfim, salva.

Esta passagem suscita uma questão: afinal, o que fazia um homem possuído pelo demônio dentro da sinagoga de Cafarnaum numa manhã de sábado? Bem, hoje não é diferente; há gente fragmentada, esvaziada do bem, vivendo nas trevas, oprimida pelo mal e distante de Deus em toda parte, inclusive nas nossas Comunidades...

A boa notícia é que Jesus veio nos libertar de todos os males, tanto os que atingem as pessoas em particular quanto os que estão presentes nos grupos, nos organismos, nas instituições e disseminados na sociedade. A eficácia da sua palavra resgata a nossa dignidade, nos aproxima e nos devolve a Deus.

Cada um de nós, agentes de pastoral, é “portador da Palavra”. Que Deus nos dê discernimento, força e coragem para testemunhá-la todo tempo em todo lugar.