Se me amais, guardareis os meus mandamentos - Cônego Celso Pedro da Silva

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21/05/2017 - 00:15

Jo 14,15-21

Neste sexto domingo da Páscoa, o Senhor nos dirige sua Palavra por meio do evangelista São João (14,15-21), que lemos juntamente com a primeira carta de São Pedro (3,15-18), continuando a catequese pascal na meditação dos Atos dos Apóstolos (8,5-8.14-17) e do Salmo 65/66.

O Tempo Pascal tem a duração de sete semanas. Nas três primeiras vemos Jesus Ressuscitado. O verbo “ver” desempenha um papel importante nas narrativas da ressurreição do Senhor. Apóstolos e discípulos dirão: “Vi o Senhor”, e os escritores escreverão que o Senhor foi visto ou deixou-se ver. Agradecemos ao Senhor pela graça da visão, que começa com a fé e se realiza plenamente na glória.

No centro do Tempo Pascal, na quarta semana, nós nos encontramos com Jesus Ressuscitado e o vimos como o Bom Pastor. É o título que lhe damos porque ele mesmo se chamou de Bom Pastor, e assim o retrataram os primeiros cristãos nas catacumbas de Roma.        As três semanas seguintes são as semanas da despedida. Jesus dá suas últimas recomendações, anuncia sua partida, sobe ao céu e envia o Espírito Santo. Ascensão e Pentecostes formam uma única semana.

Jesus nos recomendou que não tivéssemos medo, garantindo-nos o fim e os meios para atingirmos o fim. Hoje ele nos recomenda guardar os seus mandamentos como sinal do amor que temos por ele. A passagem que hoje lemos começa dizendo: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos”, e termina com a afirmação: “Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama, será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”. Dentro desta moldura de amor, Jesus fala do Espírito Santo, o Defensor, Espírito da Verdade, que está junto de nós e dentro de nós. Emoldurado por afirmações sobre o amor, o Espírito Santo aparece como a manifestação do Amor do Pai pelo Filho e do Filho pelo Pai, na Santíssima Trindade; e nós somos chamados a viver deste já esta realidade de vida que o mundo não é capaz ver nem de conhecer. Jesus abre os horizontes da nossa existência e a enche com as dimensões do amor.

É o que Pedro está dizendo quando escreve em sua carta: “Santificai em vossos corações o Senhor Jesus Cristo, e estai sempre prontos a dar razão da vossa esperança”. Há em nós algo que nos ultrapassa e que é a razão da nossa esperança. O ponto de partida é o seu mandamento: “Amai-vos uns aos outros”. O amor fraterno mostra o Espírito da Verdade que está em nós. Começamos com a solidariedade e despertamos no mistério amoroso da Trindade. Amando, santificamos o Senhor Jesus em nós.