Tudo é possível para Deus - Diácono Mario Braggio

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24/05/2016 - 00:15

Mc 10,28-31

Os discípulos ficam espantados quando Jesus lhes diz o quanto é difícil para um rico entrar no reino de Deus. “– Então, quem pode salvar-se?”, comentam entre si. Jesus responde: “– Para os homens é impossível, não para Deus; tudo é possível para Deus”.  De fato, quem tudo pode é Deus, e não a riqueza, que é relativa, se deteriora e se acaba. Aquele que nela confia e a ela se agarra, sucumbe junto.

Pedro, tomando consciência de que a ele e aos discípulos foi-lhes dado aquilo que ao rico foi pedido, por haverem deixado tudo para seguir o Mestre, exclama: “– Vê: nós deixamos tudo e te seguimos”. Jesus, então, afirma categoricamente que aqueles que abrem mão dos vínculos, das seguranças e do conforto deste mundo, por causa dele e do evangelho, receberão cem vezes mais nesta vida, e no mundo futuro vida eterna. Não se trata de uma troca ou de um pagamento, mas de consequência da generosidade de Deus. O verdadeiro bem desta vida é fazer parte do Povo de Deus, da família cristã – que cumpre a vontade do Pai – embora nela haja dificuldades e perseguições (v. 30).

O tratamento que Jesus recebeu daqueles que não o aceitavam hoje é destinado aos seus seguidores: desrespeito, desprezo, zombaria, calúnia, maus tratos, opressão, martírio. Não raro, mesmo entre irmãos de comunidade, uns sofrem com a inveja, o orgulho, o despeito, a soberba, a impaciência, a intolerância e a maldade dos outros...

O Senhor reafirma: “– Mas muitos primeiros serão últimos, e muitos últimos, primeiros” (v. 31). Da mesma maneira que os primeiros (sacerdotes, fariseus, doutores da lei...) por não se converterem, tornando-se pobres e pequenos, tornaram-se os últimos, muitos tidos como últimos (desvalorizados, rejeitados, oprimidos, explorados, perseguidos, pobres...) são os prediletos de Jesus.

Para merecer a vida eterna, há que se converter: abandonar a lógica da riqueza acumulada e assumir a lógica da comunhão e da partilha. Esta atitude possibilita o futuro para todos ainda nesta vida, que se prolongará na vida eterna.