VIVÊNCIA CRISTÃ - RAUL AMORIM

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01/09/2017 - 08:00

Jo. 15,12-17

Os capítulos 15 até 17 do evangelho de João trazem vários ensinamentos muitos bonitos, fruto da catequese nas comunidades do discípulo. O evangelista os juntou e colocou aqui no ambiente amigo do ultimo encontro de confraternização de Jesus com seus amigos. São conselhos sobre a maneira de comportarem-se quando desanimarem diante da realidade.

Jo. 15,12-14: Este é o meu mandamento: Amem-se uns aos outros, assim como eu amei a vocês  para que a minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa. Este é o meu mandamento: Amem-se uns aos outros assim como eu amei vocês. Vocês serão meus amigos se, se fizerem o que estou mandando

A vivência cristã tem dois aspectos inseparáveis: permanecer em Jesus e comprometer-se amorosamente com os irmãos. É necessário sintonizar a mente e o coração com Jesus, de maneira que os frutos possam aparecer. O fruto mais importante é o amor entre os membros da comunidade. Assim ninguém se sentirá excluído Como precisamos rever esse compromisso em nossas comunidades! Essa recomendação de Jesus lembra um cântico muito querido: “Prova de Amor maior não há, que doar a vida pelo irmão”!

A sociedade em que vivemos é marcada pelo egoísmo, pela competição, pelo roubo. Isso provoca muitos sofrimentos, angústias e frustrações. Como é reconfortante ouvir as palavras de Jesus e refazermos a nossa caminhada! Jesus diz que o amor vale mais que esta vida. O amor em sua essência é capaz de realizar as mais importantes mudanças no ser humano.

Jo. 15,15: Eu já não digo que vocês são servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz; eu chamei vocês de amigos, porque fiz vocês conhecerem tudo que ouvi do Pai.

Jesus coloca um ideal muito importante para as comunidades: Ele não quer uma adesão de servos, de submissos, pois os servos somente cumprem e obedecem a uma ordem a ele determinada. Muitas vezes a vivência em comunidade é determinada apenas por uma série de obrigações, reuniões, cumpridores de preceitos...

Jesus não tinha segredos para seus discípulos e discípulas. Verdadeira amizade, verdadeira vida. Fiz vocês conhecerem tudo que ouvi do Pai... Este é o ideal da vida em comunidade: chegarmos ao ponto de não haver mais segredos entre nós e de podermos confiar uns nos outros e assim partilharmos as experiências que temos de Deus e da vida.

Jo. 15,16-17: Não foram vocês que me escolheram; fui eu que escolhi e orientei vocês para que vão e dêem fruto, e o fruto de vocês permaneça. Assim qualquer coisa que pedirem ao Pai em meu nome, ele lhes dará. É isto que ordeno a vocês: Amem-se uns aos outros.

Não fomos nós que escolhemos Jesus, foi ele que nos encontrou, nos chamou e nos deu a missão de ir e dar fruto e um fruto que permaneça. Às vezes fica difícil entender isso! O amor entre os irmãos na comunidade é necessário inclusive para enfrentar os desafios que vem de fora. Os esquemas dominantes da sociedade e seus promotores egoístas não conseguem aceitar o testemunho da comunidade seguidora de Jesus.

Nosso modelo é aquilo que Jesus mesmo viveu no seu relacionamento com o Pai. “Como o Pai me amou, assim também eu amei vocês. Permaneçam no meu amor!” Jesus insiste em dizer que devemos permanecer nele e que as palavras dele devem permanecer em nós. E chega a dizer: “Se vocês permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, aí podem pedir qualquer coisa e vocês terão!” 

Essa insistência para que a gente se torne de verdade discípula e discípulo de Jesus é o segredo de produzir muito fruto.  O que mantém a planta viva e a torna capaz de dar frutos é a seiva que a percorre... Nesse sentido fica a pergunta: Qual a seiva que percorre nossa comunidade e a mantém viva capaz de produzir fruto?

 

P/ CEBI ( Centro Estudos Bíblicos)

Raul de Amorim> raul4ap@gmail.com