Dom Angélico: ‘O presbítero, homem de Deus, precisa viver a trindade, comunidade’

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O clero atuante na Região Brasilândia vivenciou, seu retiro anual com tema “comunhão e participação”
Publicado em: 13/05/2015 - 15:15
Créditos: Redação

Com a orientação de Dom Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), o clero atuante na Região Brasilândia vivenciou, entre os dias 3 e 8, em Atibaia (SP), seu retiro anual com tema “comunhão e participação”. 

Ao longo do retiro, Dom Angélico fez referência a documentos da Igreja e a palavras do Papa Francisco, que convoca a ida às periferias geográfica e existencial. O Bispo conclamou o clero a estar unido contra a globalização da indiferença, da cultura líquida, que é superficial. Lembrou, ainda, sobre os grandes problemas internacionais, como o avanço do Estado Islâmico, o terremoto do Nepal, os refugiados do Mediterrâneo. Também mencionou a crise econômica no Brasil, a ida do população às ruas, a corrupção, a composição atual do Congresso Nacional, considerado pelo Bispo como conservador, por discutir propostas como o de porte de arma, redução da idade penal e a terceirização do trabalho. Citou, ainda, a realização do Ano da Paz, pela CNBB, e do Ano da Misericórdia, anunciado pelo Papa Francisco.

“Estamos entre flores e lágrimas, uma Igreja marcada pelo sangue de inocentes. Para atuar nesta realidade, é preciso o fortalecimento do amor entre os padres. Conhecer melhor um ao outro, sentir-se como uma família, viver em comunhão é nosso grande desafio. Somos chamados a nos converter, para isso é preciso tirar a máscara”, afirmou

Ao falar sobre o dia a dia de ser padre, Dom Angélico disse aos sacerdotes: “O nosso relacionamento com a Trindade deve ser o nosso relacionamento com o universo. Uma comunidade que se ama e se cuida no amor. O presbítero, homem de Deus, precisa viver a trindade, comunidade. Porque Deus é comunidade e ali que se desenvolve o relacionamento e as pessoas se formam enquanto cristãos-cidadãos. É uma vida de oração, de contemplação, vida de amor infinito”, apontou. “O rezar com o povo e para o povo, pela Tua graça sou o que sou, graça da compaixão, da aflição e da dor. (1 Jo. 13,31-35), amar uns aos outros. Um presbítero conectado na Trindade Santa na contemplação, na oração, e no amor fraterno”, completou.

Dom Angélico salientou, também, que o presbítero pastor é aquele que anima a comunidade pela Palavra, pela vivência da misericórdia, é acolhedor, vai ao encontro dos afastados, dos pobres e doentes. Investe na formação de novos pastores e pastoras leigas, valoriza os meios de comunicação, acolhe os fiéis, não é legalista, tem competência e criatividade.

Durante o retiro, que teve a participação de Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, houve momentos celebrativos dinâmicos, desenvolvidos pelos padres atuantes nos sete setores pastorais da Região.