Irmã Clara: 60 anos de vida religiosa

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Irmã Clara: ‘Senhor, dai-me um coração grande para amar e forte para lutar’
Publicado em: 23/02/2017 - 16:15
Créditos: Jenniffer Silva/ Pascom Brasilândia

Etelvina Amadio, ou como é popularmente conhecida dentro da Região Brasilândia e em outros diversos lugares onde passou: Irmã Clara, a religiosa que a vinte anos dedica sua vida a Comunidade Nossa Senhora de Fátima, no bairro Jardim Elisa Maria, acaba de completar sessenta anos de vida religiosa.

Ela conta que durante toda sua caminhada, sempre foi alguém vista como diferenciada, já que desde os tempos escolares buscou lutar por causas que considerava justas. Essa personalidade a destacava até mesmo entre os professores que contavam com sua liderança. Se fosse preciso, ela ia até a diretoria defender questões de injustiças: “Eu sempre lutei por coisas boas”, afirma.

Seu primeiro despertar, acontece aos quatorze anos, quando inicia sua missão como catequista, esse desejo ocorre principalmente pela boa formação catequética que recebera quando criança e por sua primeira catequista que, segundo Irmã Clara lhe apresentou o próprio Jesus.

Aos dezessete anos, descobre sua vocação religiosa, porem sua mãe e seus irmãos não compreendiam seu desejo e questionavam sobre o que faltava em sua vida para que ela tomasse essa decisão. Mesmo depois de completar a maioridade a guerra em sua casa continuou, novamente seus irmãos a proibiam de entrar para o convento dizendo que por ser mulher só poderia tomar suas decisões após completar vinte e um anos.

Entretanto ela não recuou, e foi em busca do que mais desejava. As tentativas de impedir sua entrada em uma congregação permaneciam, Irmã Clara lembra que na época pediam um atestado médico para sua entrada no convento, sua família solicitou ao médico da região que não o fizesse, mais uma vez foi preciso lutar, e vai pessoalmente o convencer a entregar-lhe o documento.

A escolha pela Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora, ocorre devido ao seu desejo de trabalhar religião e social de forma encarnada, ela nunca esqueceu sua missão consagrada, mas sempre prezou pela luta dos menos favorecidos e pobres. Em suas orações, sempre pede a Deus que lhe dê um coração grande para amar e forte para lutar.

Como professora deu aulas para adultos no Paraná, em uma região muito humilde, onde não havia sequer luz elétrica, o tempo das aulas era definido pela duração das velas levadas pelos alunos.

Em São Paulo, ocupou muitos espaços importantes, até chegar ao Elisa Maria, e ajudar na construção da Comunidade Nossa Senhora de Fátima, do bairro e de projetos de melhoria, onde é respeitada, amada e admirada por muitos, sendo a verdadeira vida e missão neste chão.

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