A fé inabalável do Padre Ladislau

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Padre Ladislau, da Paróquia Santa Teresinha, é exemplo de fé, perceverança e dedicação a evangelização
Publicado em: 04/08/2017 - 12:30
Créditos: Redação

Roberto Minozzi

A Igreja é rica de pessoas que se dedicam à evangelização, enfrentando obstáculos e perseguições. Um desses exemplos se encontra quase oculto na Paróquia Santa Teresinha, no Setor Pastoral Santana, na casa 

dos salesianos: Padre Ladislau Klinick, SDB. 

Nascido há 103 anos na Polônia, viu sua vocação sacerdotal aflorar logo cedo numa época marcada pelos conflitos que gerariam a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e que influenciariam profundamente sua vida. Em 1º de setembro de 1939, o País foi invadido pela Alemanha nazista, naquilo que é considerado o início da Segunda Guerra Mundial. O seminarista Ladislau foi enviado a Roma para iniciar os estudos em Teologia. Já de volta à Polônia, ele e os demais seminaristas foram feitos prisioneiros do regime de Hitler e levados à prisão chamada 
Lukiszki, após a casa dos padres salesianos, em Varsóvia, ter sido invadida, em 4 de março de 1942. 

“A maior ajuda espiritual para nós foi a confiança na misericórdia de Deus e a oração”, escreveria Padre Ladislau, mais tarde, em seu livro “A um Passo da Morte”. Justamente inocentados da acusação de auxílio aos guerrilheiros, os seminaristas ainda seriam enviados para a Alemanha para trabalhar nas fábricas de armamento nazistas, e os professores, deportados para a Lituânia. Nessa situação, os salesianos, tentando salvar os jovens do nazismo, resolveram ordenar Ladislau como sacerdote, em 14 de fevereiro de 1943. Atuando há um ano como catequista da Casa Inspetorial Salesiana de Varsóvia, ele foi novamente preso e, até o fim da guerra, viveu nos campos de concentração de Gross -Rosen, Dora e Nordhausen.

Padre Ladislau só seria libertado em 12 de abril de 1945, por soldados norte- americanos, com o fim da guerra. Recuperou-se na casa salesiana de Kassel, na Alemanha, onde permaneceu durante cinco anos. “Reconquistada a saúde, eu ia visitar a igreja diariamente e participar da missa, presidida pelo Vigário, o Cônego Werner. No campo de concentração, devido à desnutrição prolongada, sofri grande perda de memória. Tive de aprender de novo como se celebra a Santa Missa”, expressaria em seu livro. 

Após a guerra e a sua recuperação, seus superiores enviaram-no para atuar no Equador e, depois, para o Brasil. Hoje, após tantos anos dedicados à evangelização, Padre Ladislau ocupa-se das confissões e é um testemunho vivo de fé para a comunidade paroquial. 

 

(Com informações do jornal Santa Teresinha em Ação)