Eleições chegando

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<p>Reta final da propaganda política de Setembro e preparação para as votações de Outubro.</p>
Publicado em: 17/09/2014 - 14:15
Créditos: Edição nº 3018 do Jornal O SÃO PAULO – página 05

Estamos entrando na reta final da propaganda política. Embora as eleições sejam em outubro, neste mês de setembro tudo vai entrando na reta definitiva. As pesquisas eleitorais vão anunciando os resultados de suas enquetes como se já fossem resultado das urnas. Os candidatos vão disputando cada vez mais espaço na mídia, pois importa que seus nomes sejam citados e que se tornem conhecidos e comentados.

Chama atenção a desinformação reinante que até parece ser proposital. Por exemplo, confundem-se as atribuições aos diversos cargos eletivos. Tem quem pense que basta votar para presidente e tudo se resolve, porque tudo é da competência da Presidência da República.

Pensa-se até que ele seja superior hierárquico dos outros cargos. A confusão que daí deriva é bastante ruim, porque se pensa que o Presidente pode tudo, inclusive o que não é de sua alçada.

Conhecer as atribuições de cada cargo é tarefa do eleitor, sim. Por isso, ele precisa reconhecer na propaganda eleitoral aqueles que confundem as atribuições e, por isso, não merecem seu voto. Afinal, se não sabem a que atividades eles se candidatam, como poderão ser bons executores de suas tarefas? Se há candidatos que permitem ou promovem esta confusão, nós precisamos saber direitinho o que compete a cada um nos diferentes níveis: o que é atribuição do governo federal ou estadual nas áreas da saúde, da educação, dos impostos e assim por diante. Porque não é o governo federal que arrecada todos os impostos, nem apenas ele que executa projetos e obras no País. Ele não pode tudo nem faz tudo.

Assim, também, é preciso conhecer e reconhecer as atribuições do Poder Legislativo e dos candidatos ao Parlamento federal e estadual.

Deputados e senadores não executam obras, nem chefiam setores da administração pública. Não é sua função querer administrar nem proporcionar ajuda com recursos públicos, muito menos favorecer corrupção. Um Legislativo forte e não corporativista ou fisiológico pode concorrer para a melhora da democracia no País, caso contrário a enfraquece.

Por fim, há quem ainda pense que se pode abrir mão do direito de participação democrática através do voto. Há quem prefira não votar, como se não participasse da vida pública. Não é só questão de direito de escolha ou de reclamação, mas reconhecimento que a construção do bem comum é tarefa de todos, e disso ninguém pode se furtar. Por isso, há que votar com consciência e seriedade, definindo os caminhos pelos quais se quer construir o futuro do nosso País.

Cônego Antonio Manzato