Tudo o que você precisa saber sobre Ideologia de Gênero

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Entenda a Ideologia de Gênero
Publicado em: 27/07/2015 - 16:45
Créditos: Edição nº 3061 do Jornal O SÃO PAULO – páginas 12-13

Em 11 de agosto próximo, os vereadores da capital paulista, realizarão a primeira votação do Plano Municipal da Educação. Uma vez aprovado, o plano trará diretrizes básicas a serem aplicadas no ensino fundamental em todas as escolas da rede municipal de ensino, pelos próximos dez anos.

A questão mais polêmica que está sendo discutida e que gerou amplo debate entre os vereadores e diversos setores da sociedade é a tentativa de alguns políticos como os vereadores Toninho Vespoli (Psol) e Juliana Cardoso (PT) de inserirem no PME a chamada “ideologia de gênero”. O embate se deu quando o plano estava sendo discutido na Comissão de Finanças e Orçamentos.

Atendendo aos protestos e manifestações de centenas de pais de família, educadores e líderes religiosos, em sua maioria católicos, que lotaram o plenário, os vereadores membros da comissão retiraram de seu relatório final enviado para a votação no plenário a palavra “gênero”. A questão porém, deverá ser rediscutida na votação final que, ao que tudo indica, será acompanhada de perto pela população.

O jornal O SÃO PAULO solicitou ao Pe. João Bechara Ventura, estudioso do tema e que tem acompanhado de perto a questão uma matéria explicando o que é a ideologia de gênero e o por quê é motivo para tanta preocupação.

1- O QUE É A “IDEOLOGIA DE GÊNERO”?

É a idéia de que ninguém nasce homem ou mulher, mas deve formar a sua própria identidade sexual. Diferente do “sexo” masculino ou feminino, que já é definido desde o nascimento, o “gênero” seria algo a ser definido por cada indivíduo: cada um seria livre para ser “transgênero”, “cisgênero”, “gay”, “lésbica”, “neutro”, etc.

2 - ENTÃO NÃO IMPORTARIAM AS DIFERENÇAS FÍSICAS, PSICOLÓGICAS E ESPIRITUAIS ENTRE OS SEXOS?

Para a ideologia de gênero, esses dados não são relevantes. O importante é a “identidade de gênero” que cada um escolhe para si mesmo: tendo nascido homem, alguém poderia se considerar do “gênero feminino”. Além disso, cada um deveria escolher a sua própria “orientação sexual”, isto é, se gosta de relacionar-se sexualmente com homens, mulheres ou ambos.

3 - A IDEOLOGIA DE GÊNERO LEVA EM CONTA ALGUMA LEI MORAL OU RELIGIOSA?

Não. Cada um seria livre para escolher arbitrariamente a sua “identidade de gênero” e a sua “orientação sexual”, independentemente da Lei de Deus, ou de quaisquer valores morais ou religiosos. O único critério seria a vontade do indivíduo e a busca de prazer sem regras.

4 - COMO SE EXPLICARIA QUE A MAIOR PARTE DAS PESSOAS SEJAM HETEROSSEXUAIS?

Segundo os adeptos da ideologia de gênero, a maior parte das pessoas é heterossexual devido a uma “imposição” da sociedade (eles chamam isso de “heteronormatividade”), Dizem que, como as crianças são desde cedo acostumadas a desempenhar “papéis” e comportamentos de meninos e de meninas (por exemplo, meninos brincam de bola, vestem-se de calça e usam cabelo curto; meninas brincam de boneca, utilizam saia e cabelo comprido), acabam sendo constrangidas a assumir a “identidade de gênero” correspondente ao seu sexo biológico, masculino ou feminino. Mas isto, segundo defendem, deveria mudar.

5 - POR QUE TENTAM INSERIR A IDEOLOGIA DE GÊNERO NO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO?

Os defensores do “gênero” insistem tanto em se “discutir gênero nas escolas” por dois motivos principais:

1 - Porque, para definir o seu próprio “gênero”, as crianças deveriam ser introduzidas desde cedo nos mais variados aprendizados e experiências sexuais, livres de regras morais e expostas a uma “educação sexual” que os encoraje à masturbação, às relações sexuais precoces e à homossexualidade.

2 - Porque, para isso, a escola deveria substituir os pais na educação sexual e moral das crianças, uma vez que, em sua maioria, os pais ensinam a heterossexualidade e não aceitam facilmente comportamentos como a transexualidade,a masturbação, as orgias e as relações homossexuais.

Os defensores do “gênero” veem a introdução dessa ideologia na escola como algo essencial, para se superar o “conservadorismo” das famílias!

6- NA PRÁTICA, COMO ACONTECE A IDEOLOGIA DE GÊNERO NAS ESCOLAS?

A ideologia de gênero manifesta-se nas escolas, por exemplo:

  • Retirando-se toda separação entre meninos e meninas na educação física, nos banheiros e nos vestiários.
  • Obrigando-se os meninos a brincar de bonecas ou casinha, e as meninas a brincar de futebol ou carrinhos, alegando-se que deste modo “eliminam-se as diferenças”, ou dizendo que cada um “pode ser o que quiser”.
  • Substituindo-se o Dia dos Pais e o Dia das Mães por “Dia do Cuidador” ou “Dia da Família”.
  • Ensinando-se às crianças em aulas, materiais didáticos ou “debates”, que cada um pode viver a sexualidade como achar melhor, equiparando heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade e transexualidade, como se fossem todos comportamentos equivalentes e normais.
  • Dizendo que o Casamento entre homem e mulher seria apenas a “família tradicional”, mas que hoje em dia há muitas formas de famílias; e chamando de “conservador”, “fundamentalista” e “homofóbico” quem pense diferente.
  • Oferecendo a crianças desde cedo uma “educação sexual” que não leva em conta valores morais, apresentando como única regra o pretenso “direito” de cada um ter prazer como quiser.

7 - COMO A IDEOLOGIA DE GÊNERO É INTRODUZIDA NAS LEIS E NA5 ESCOLAS?

A ideologia de gênero é colocada nas leis e projetos pedagógicos de maneira escondida, para que as pessoas não se choquem. Em geral, aparece por meio de expressões como: “debate de gênero”, “identidade de gênero”, “igualdade de gênero”, “diversidade”, “orientação sexual”, “heteronormatividade”, “empoderamento das mulheres”, etc.

8 - COMO AS PESSOAS ACEITAM A IDEOLOGIA DE GENERO, SE ELA É TÃO RUIM?

Para dar uma aparência de bondade a essa ideologia, os seus defensores a justificam e disfarçam como algo inofensivo, alegando que ela visa “acabar com o machismo”, “prevenir a discriminação”, “pôr fim à homofobia”. Em geral, acusam as pessoas que não a aceitam de ser “intolerantes”, “fundamentalístas”, “conservadores” ou “homofóbicos”.

Pe. João Bechara Ventura