Um Sínodo Pastoral

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<p>Padre Augusto César Pereira explica o que é um Sínodo Pastoral.</p>
Publicado em: 11/09/2014 - 14:45
Créditos: O SÃO PAULO edição 3015 – página 05

O próximo Sínodo dos Bispos tem a finalidade e a preocupação de propor orientações pastorais ao Povo de Deus sobre as situações – novas ou antigas – que exigem posturas da Igreja atual, para que os cristãos possam testemunhar suas convicções de vida no mundo e nas presentes circunstâncias.

O que é uma postura pastoral? É imitar a maneira como o pastor trata suas ovelhas e como elas se comportam. Algumas das qualidades do Bom Pastor e das ovelhas que constam da Bíblia estão no Evangelho, conforme entendiam as comunidades de São João.

O guia é o condutor que acompanha o caminho para aonde se quer chegar.

Do caminho fazem parte o tempo e os trabalhos da empreitada que um grupo toma a peito.

A voz do pastor se inspira no que Jesus dizia de si próprio, comparando-se ao Bom Pastor, que fala com as ovelhas. O pastor fala a linguagem das ovelhas e sobre suas necessidades. De tal forma que elas o entendem. Daí, que essa escuta das ovelhas é para se informar da orientação do Bom Pastor para permanecer no caminho certo.

O conhecimento do pastor sobre suas ovelhas e das ovelhas sobre o seu pastor é fundamental para criar um relacionamento de confiança entre o que dirige e os que são dirigidos. Todos, afinal, querem o mesmo, têm o mesmo caminho, o pastor e as ovelhas.

Dar a vida é o extremo a que chega o Bom Pastor. É a característica do amor dele pelas ovelhas. Em contrapartida, o mercenário – no seu contrato de trabalho assinado com o dono do rebanho – não tem obrigação de dar a vida pelas ovelhas. Pode abandoná-las à sua sorte e safar-se na hora do perigo. O pastor é o primeiro a enfrentar o perigo.

O Sínodo inspira-se na postura do Bom Pastor para desenvolver o relacionamento pastoral com relação ao rebanho ampliado de Cristo, espalhado sobre a terra, naquilo que a humanidade tem de mais humano, a família.

A atividade pastoral, às vezes, se choca com a lei. Mas ambas se completam. A pastoral está a serviço da vivência da lei. Essa ordena a vivência para todos igualmente em todas as condições. A pastoral está a serviço da pessoa humana para orientá-la no cumprimento da lei, em sua aplicação, numa situação concreta de cada ser e em suas necessidades particulares.

Dentre as funções relacionadas à ação pastoral está a virtude do discernimento, que é a capacidade de distinguir com clareza o que convém do que não convém ao cristão (cf. Jô 10, 1-18.27-30).

Com a relação à família, a Igreja entende que sua colaboração está relacionada à sua defesa e promoção. Defender a família, posicionando-se contra os ataques ou tentativas de destruir seus valores; promover, no âmbito da difusão dos valores da vida em família com o objetivo da melhor convivência.

Padre Augusto César Pereira