Sínodo: Caminho de comunhão, conversão e renovação pastoral e missionária

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23/08/2017 - 17:00

Tomada de um ardente desejo de escutar atentamente a Palavra de Deus e de pô-la em pratica, foi que a nossa Arquidiocese de São Paulo iniciou no dia 25 de janeiro passado o seu primeiro sínodo arquidiocesano, convocado pelo seu Arcebispo Metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer. Foram meses de questionamentos, indagações, consultas, escutas e, finalmente, a decisão de realizar um sínodo arquidiocesano, como tem sido apresentado nos últimos meses, em diversas oportunidades e meios.

O sínodo da Arquidiocese de São Paulo será uma ação eclesial, um movimento de igreja, como significa o nome sínodo: caminhar juntos, na mesma direção, com o mesmo ideal, buscando o mesmo objetivo. O principal objetivo do sínodo da nossa Arquidiocese será, à luz dos evangelhos, dos ensinamentos da Igreja e da realidade desta imensa cidade de São Paulo, a renovação da evangelização e da vida pastoral da nossa Arquidiocese. O sínodo como caminho de comunhão nos interpela a todos enquanto cristãos católicos, portanto batizados, participantes ou não da Igreja, de modo que ninguém fique de fora. Todos são chamados a participar.

A caminhada sinodal conta com a participação ativa de cada um: bispos, padres, diáconos, religiosos e religiosas, consagrados e consagradas, leigos e leigas. É também missão do sínodo arquidiocesano envolver na sua dinâmica todas as forças vivas da sociedade, de modo que nenhuma contribuição seja ignorada ou esquecida, mas se some ao volume de contribuições oferecidas. Portanto, você não pode ficar de fora desse grande e fecundo momento da nossa querida Igreja em São Paulo. É um momento especial e de forte apelo à conversão. Especial porque o momento é este no qual nos encontramos, e não outro. Alguns de nós somos bispos, padres, diáconos, religiosos ou religiosas, consagrados ou consagradas. Muitos são os leigos e leigas católicos, homens e mulheres; adultos, jovens, adolescentes e crianças, todos marcados pelas experiências de vida, de estudo, de trabalho, de vivência da fé e acolhida eclesial recebida no Batismo. Todos são amados e queridos por Deus, apesar de suas falhas. Todos são igualmente desejosos de Deus e de seu amor paterno. Reconhecermos todos essa nossa necessidade de Deus é entrar neste processo de conversão que o sínodo nos propõe. Mediante uma profunda abertura de espírito e de conversão pessoal e comunitária, é que seremos capazes de uma verdadeira renovação pastoral e missionária em nossa Arquidiocese. Sem a conversão de nossas autossuficiências (falta de fé, competições, fofocas, carreirismos, isolamentos, apropriações, exibicionismo, enfim, tudo o que não constrói o Reino de Deus), não nos será possível uma verdadeira avaliação e tomada de consciência da realidade que envolve a nós e a nossa Igreja em São Paulo, suas organizações e sua ação evangelizadora e pastoral.

Ainda nesta etapa preliminar do nosso sínodo arquidiocesano, já nos é possível imaginar a “forte e saudável sacudida” que o sínodo nos dará, como que um “vento impetuoso de pentecostes”, que desfaz os nossos medos e falsas seguranças, nos impulsionando para as águas mais profundas de nossa missão evangelizadora na Igreja em São Paulo. A caminhada sinodal que temos para percorrer ao longo dos próximos três anos será uma excelente oportunidade para a participação de todos nós, povo de Deus, que amamos a Igreja, os nossos pastores e a fé que professamos.

Dom Eduardo Vieira dos Santos

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé