Semana de Fé e Política debate a realidade nacional e a ação da Igreja

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XVIII Semana de Fé e Política da Região Episcopal Belém, foi realizada no Centro Pastoral São José, entre os dias 31 de julho e 2 de agosto
Publicado em: 18/08/2017 - 13:15
Créditos: Região Belém

“A partir da premissa evangélica de vida com dignidade é que a relação fé e política se estabelece”, afirmou Márcia de Castro, Coordenadora da Escola de Fé e Política Waldemar Rossi, durante a XVIII Semana de Fé e Política da Região Belém, que aconteceu, entre 31 de julho e 2 de agosto, no Centro Pastoral São José.

Na abertura da atividade, Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, falou da importância do evento, sobretudo em um momento de mudanças nas legislações trabalhista e da Previdência.

“A luta é grande, temos um grande caminho a percorrer”, ressaltou o Bispo. “Coloco-me, de fato, a serviço e à disposição de todos”, disse, pontuando, ainda, que as discussões que a Semana de Fé e Política proporcionam são “em vista de maior dignidade do nosso povo da região Leste”.

Aproximadamente 300 pessoas participaram da atividade, a maioria educadores da Pastoral do Menor e integrantes de movimentos de moradia. Também marcaram presença religiosas e membros das Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s), Conselho de Leigos, Pastoral Operária, Pastoral da Juventude, Movimento de Integração Campo e Cidade, Pastoral da Ecologia, Pastoral da Pessoa Idosa, entre outras pastorais, associações e apostolados leigos. 

No dia de abertura, o economista Odilon Guedes apresentou uma análise de conjuntura, com enfoque para a atual crise econômica, e lembrou que a Igreja tem um papel fundamental no debate da justiça social.

Os “três t’s” do Papa Francisco, apresentados pelo Pontífice no encontro com os movimentos populares na Bolívia, foram o tema da segunda noite de discussões. Teto, terra e trabalho foram tratados por três lideranças.

Edilson Mineiro, do movimento de moradia, discutiu sobre “teto”. “Lutamos por um sistema que não tenha explorados e nem exploradores”, disse, recordando os 30 anos do Movimento Sem Terra Leste. Quem falou sobre “terra” foi Raimundo Silva, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Ele lembrou que “a luta por terra no Brasil tem 500 anos” e citou os ideais de “fraternidade da criação” de São Francisco de Assis. Manifestando-se contrária a reforma trabalhista, a terceirizações e a reforma da Previdência, Nádia Gebara, da Intersindical, apresentou a atual conjuntura do trabalho e dos trabalhadores no Brasil. 

No último dia do encontro, o engenheiro sanitarista Carlos Campos e César Pegoraro, da SOS Mata Atlântica, falaram sobre a recuperação ambiental dos córregos, ação assumida pela Região Belém como ato concreto da Campanha da Fraternidade de 2017. Dom Luiz Carlos Dias também falou aos participantes, referendando o compromisso assumido pela Região e motivando o compromisso das paróquias na ação.

Segundo Márcia, o trabalho com o compromisso assumido se dará “com o poder público, enquanto pedido pela responsabilidade do saneamento; e com a população e a comunidade, no sentido da educação política, da formação de grupos, da conscientização e da motivação”.

Semana Fé e Política Região Belém