Ser missionário na família e nos confins do mundo

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Na Arquidiocese de São Paulo, Dia Mundial das Missões foi celebrado com missa na Catedral da Sé, no domingo, 23
Publicado em: 26/10/2016 - 16:30
Créditos: Edcarlos Bispo / Jornal O SÃO PAULO - Fotos: Luciney Martins
"Nunca podemos ser uma Igreja que se considera pronta” e, por isso, só se preocupa em cuidar e evangelizar os fiéis que possui. Esse alerta, feito pelo Cardeal Odilo Scherer, no domingo, 23, no Dia Mundial das Missões, chama a atenção dos fiéis para que a Igreja nunca perca o seu ardor missionário. 
 
O Arcebispo recordou que a ação missionária segue o mandato de Jesus Cristo, de ir ao encontro das pessoas, daquelas que estão longe e em dificuldade: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). 
É preciso pensar, conforme alertou Dom Odilo, que muitos ainda não ouviram a Boa-Nova. Por isso, os missionários se fazem importantes. Assim como na formação da cidade de São Paulo, com o Padre Manoel da Nóbrega e o jovem Anchieta, hoje São José de Anchieta, é necessário reconhecer a importância da ação missionária. 
 
“Na sua mensagem, o Papa Francisco nos ajuda a compreender que a ação missionária é testemunho da misericórdia de Deus para com a humanidade; esta é uma dimensão fundamental da missão da Igreja. Quando os missionários chegam a algum lugar, eles sempre realizam trabalhos relacionados à caridade e à misericórdia: cuidar dos doentes, assistir os pobres, promover a educação, desenvolver projetos para superar a fome ou a falta de saúde e de habitação”, escreveu o Cardeal em mensagem publicada naquele domingo no folheto litúrgico Povo de Deus em São Paulo. 
 
“Temos que pensar: Quantos ainda não ouviram a Boa-Nova do amor misericordioso de Deus para com todos? Quantos ainda têm medo de Deus? Quantos ainda não conhecem a misericórdia de Deus?”, questionou o Cardeal, lembrando que o missionário está incumbido de levar a Palavra de Deus e a misericórdia para todas essas pessoas.  
 
“Recomendo, pois, que hoje todos rezem, de modo muito especial, pelos missionários em dificuldades e em situações difíceis, em países ou regimes nem sempre abertos ao Evangelho; há missionários perseguidos, sequestrados, prisioneiros e até ameaçados de martírio. Outros trabalham com poucos recursos e em meio a grandes carências materiais para realizarem seu trabalho missionário. Rezemos por eles.”
 

Ser missionário na família 

Dom Odilo recordou que é preciso dar importância ao ser missionário dentro da própria casa e da família. A transmissão da fé começa em casa, quando se ensina as crianças a fazerem o sinal da cruz, ou quando a família vai à Igreja pedir o Batismo, por exemplo. Para o Cardeal, é preciso passar de uma geração para outra a fé cristã.  
 

Infância e adolescência missionária 

Para a Secretária da equipe estadual da Infância e Adolescência Missionária (IAM), Geize Costa dos Santos, 22, a celebração foi um momento de fortalecer a caminhada e reforçar tudo o que as crianças e os adolescentes escutam todo o ano sobre missão. 
 
Para ela, a IAM reforça a importância do ser missionário e mostra para as crianças e os adolescentes que eles também podem ser assim. “Crianças que evangelizam outras crianças, adolescentes que evangelizam outros adolescentes.”  
 
A IAM baseia-se em oração, sacrifício e solidariedade. Além da missão local, as crianças e os jovens são convidados a cotidianamente rezar pelas crianças e adolescentes do mundo todo, além de guardarem pequenas quantias em um cofrinho para que esse valor seja doado em favor das obras missionárias. 
Geize afirmou que precisamos recordar que todos os católicos batizados são missionários e, por isso, precisam assumir a tarefa de levar o Evangelho até os confins do mundo.