Vereadores permitirão que a Ideologia de Gênero invada o Plano Municipal de Educação?

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Vereadores permitirão que a Ideologia de Gênero invada o Plano Municipal de Educação?
Publicado em: 28/05/2015 - 13:30
Créditos: João Bechara Ventura

    Tomando-se como parâmetro notícias publicada pela Câmara Municipal de São Paulo (http://www.camara.sp.gov.br/blog/comissao-de-financas-realiza-ultima-aud...), podemos supor que os vereadores de nossa cidade pretendem simplesmente ignorar o clamor de mais de uma centena de jovens que compareceram à última audiência pública de debate do Plano Municipal de Educação (PME), na segunda-feira, 25.

    Ao tratar desse importante encontro, realizado no Auditório Prestes Maia, o site oficial da Câmara limitou-se a descrever em linhas gerais a finalidade da audiência, realizada pela Comissão de Finanças e Orçamento da Casa, com participação de mesa composta pelo Secretário Municipal da Educação, Gabriel Chalita, e pelos vereadores Paulo Fiorilo (PT), Toninho Vespoli (PT) e Ricardo Nunes (PMDB). Contudo, não fez sequer uma menção à reivindicação que unia a esmagadora maioria dos cidadãos que lotavam o recinto: a retirada da palavra "gênero" do texto do Projeto de Lei 415/12, que dará origem ao novo PME. O Plano, uma vez aprovado, fornecerá as diretrizes para a educação pública do município de São Paulo nos próximos dez anos. 

    Embora pareça inofensiva para indicar a distinção homens e mulheres, aparentemente apensa substituindo o vacábulo mais habitual "sexo", na verdade a palavra "gênero" esconde uma ideologia. Pertencer ao "gênero" masculino ou feminino não seria, como indica a palavra "sexo", um simples fato biológico. Segundoa Ideologia de Gênero, cada indivíduo escolhe o seu próprio "gênero" a partir das suas experiências sexuais e afetivas. Portanto, segundo essa compreensão, a escola deveria parar de ensinar a diferença entre os sexos, tratando meninos e meninas como se fossem idênticos biológica, psicológica e pedagogicamente. Além disso, deveria favorecer às crianças o acesso a experiências que propiciassem escolher a sua "orientação sexual", sem nenhuma referência a valores antropológicos ou religiosos claros, e independente dos valores de suas famílias. 

    A questão é polêmica a tal ponto, que a terminologia "gênero" foi excluída, no ano passado, do Plano Nacional de Educação. Preocupados com a aventura pedagógica de se incluir a ideologia de gênero na educação municipal, centenas de pessoas - professores, estudantes, profissionais liberais e pais de família - compareceram a audiência. "Isso éalgo que discutimos longamente, foi votado em 2014 e rejeitado para o Brasil inteiro. Por que queremaprovar isso agora para a cidade de São Paulo?!", questionou ao microfone Andreia Medrado, professora do Ensino Fundamental e Médio. "Ao simplesmente ignorar as diferenças entre homens e mulheres, a Ideologia de Gênero faz mal inclusive à causa feminista e à defesa dos direitos dos homossexuais", disse Enrico Misasi, aluno do curso de Direito da USP.