Obras de Misericórdia

A A
Paróquia São Patrício
Publicado em: 23/06/2016 - 10:30
Créditos: Redação

Catequese com bispo – Dom Júlio Endi Akamine, SAC

 

por: Mariana Al Zaher

 

 

Aconteceu nesta noite, 21 de junho de 2016, na paróquia São Patrício o primeiro dia da catequese com o tema Obras de Misericórdia. Primeiramente, Dom Julio nos ajuda a lembrar quais são as 14 obras de misericórdias tanto corporais como espirituais, além de mostrar um panorama sobre a importância de se meditar a questão da misericórdia.

Neste primeiro dia, fomos convidados a refletir sobre 5 obras corporais de misericórdia, entre as diversas questões levantadas por Dom Julio, podemos destacar:

1 – Fome e Apetite: a diferença se dá que quando temos fome é quando não se tem o que comer; diferentemente do apetite. Todos os dias 40 mil pessoas morrem de fome devido à falta de partilha, de solidariedade e de um sistema de distribuição mais justo. Uma ação concreta seria evitar o desperdício de alimentos.

2 – Tive sede e me deste de beber: relembrou a Campanha da Fraternidade deste ano em que o tema central era o Saneamento Básico. Um dado alarmante levantado é que 80% das doenças estão associadas a água contaminada.

3 – Acolher o estrangeiro: “um coração grande, não fechado, é mais rico e mais feliz”. Destaca que o mundo vive uma grande crise de imigração mais de 60 milhões de pessoas se deslocam devido a guerras, conflitos e perseguições religiosas e/ou civis.

4 – Vestir os nus: retoma a situação recente de nossa capital em que sete moradores em situação de rua morreram em decorrência as baixas temperaturas. Contudo, vestir a nudez não é somente doar roupas, mas também é saber não descriminar as pessoas. Reforça que devemos saber nos vestir com simplicidade e dignidade.

5 – Assistir os doentes: comovidos com tantos sofrimentos Cristo não apenas se deixar tocar pelos doentes, mas assume suas misérias. Citando “Curai os enfermos” (Mt 10,8), lembra que a Igreja recebe essa missão do Senhor, de assistir aos enfermos, destacando o papel da pastoral da Saúde e dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão.

 

No segundo dia da catequese com o bispo Dom Julio Endi Akamine, SAC, na paróquia São Patrício, continuamos a refletir sobre as obras de misericórdia. Primeiramente Dom Julio nos questiona como sermos misericordioso praticando as obra de misericórdias, e que Deus é por natureza misericórdia. Em seguida, retomou a explicação sobre as obras de misericórdias, entre os diversos pontos exposto podemos destacar:

6 – Visitar os encarcerados: fala sobre a experiência de Jesus e São Paulo com a prisão. Mostra que a palavra penitenciaria surge de penitência e esta ligada ao perdão. Nos alerta que muitas vezes não conseguimos visitar um encarcerado, mas que devemos orar e fazer o sinal da cruz todas as vezes que passamos em frente ao presídio, da mesma forma, que algumas pessoas o fazem quando passam em frente a igreja.

7 – Aconselhar quem esta na dúvida: é uma urgência, consiste em conduzir e orientar as pessoas no caminho da salvação, uma vez que quem esta em dúvida no sentido de que paralisa as decisões, que foge das responsabilidades e que faz se fechar em si mesma. Ressalta a importância de restabelecer os vínculos de solidariedade entre as gerações velhos/jovens.

8 – Advertir os pecadores: Dom Julio começa com uma questão – “o que é mais respeitoso: julgar e não dizer nada ou assumir a responsabilidade de ajudar o outro a se corrigir?”. Continua, no nosso mundo impregnado de individualismo é necessário redescobrir a importância da correção fraterna para caminhar juntos rumo à santidade. Finaliza relembrando que todos temos necessidade de sermos advertido quando erramos e pecamos, pois para nos salvar precisamos dos outros.

No terceiro dia Dom Julio falou sobre as obras de misericórdias espirituais: perdoar as ofensas e suportar pacientemente as pessoas molestas. Dentro de tudo que foi refletido, pode se destacar:

9 – Sepultar os mortos: é uma obra de misericórdia, pois Jesus foi sepultado e do sepulcro ressuscitou, portanto, temos a esperança fundada que os que jazem nos sepulcros serão ressuscitados, Jesus nos chama para uma Vida nova.  Dom Julio nos alerta que perdemos a familiaridade com a morte, e assim, muitos tem morridos sozinhos; uma vez que esta obra inclui a oração, o acompanhamento das pessoas gravemente doentes e o gesto de velar os mortos como ultima homenagem. Em sua fala, o bispo cita a passagem, Mt 8, 21-22, “Deixe que os mortos enterrem os mortos”, mostrando que é um paradoxo que provoca no discípulo uma advertência: o que vem primeiro o Reino ou a família.
10 – Perdoar as ofensas: para perdoar não basta simplesmente do esforço humano; é preciso da ajuda de Deus Misericordioso, pois quando rezamos no Pai-Nosso ‘perdoai-nos as nossas ofensas, assim, como nós perdoamos a quem nos tem ofendido’, pedimos que Deus não nos perdoe, se nós não perdoarmos os irmãos.  Diante disso, o bispo nos mostra que perdoar as ofensas significa fazer do mal recebido e sofrido uma ocasião de graça e superação, transformando a ferida em compaixão, diferente de pena, ressaltando que o fato de perdoar não tira e nem atenua a responsabilidade de quem cometeu o mal. Também nos adverte que perdoar não é esquecer o mal, uma vez que recordar o mal é importante para não repeti-lo. Dom Julio nos lembra que por maior que seja o prejuízo ou a ofensa que te façam Deus já perdoou muito mais. E pede para rezarmos uma Ave-Maria por cada pessoa que te ofender.
11 – Suportar pacientemente as pessoas molestas: a paciência hoje é uma virtude em falta, os tempos em que vivemos são acelerados. Dom Julio nos ajuda a compreender que a paciência em suportar o outro indica a perseverança na caridade, conviver cm pessoas difíceis é um teste de autenticidade da qualidade do amor. E encerra lembrando que Deus nos suporta com infinita e maravilhosa paciência.