Querido Povo de Deus, congregado hoje aqui para acompanhar a ordenação episcopal de Padre Tarcísio Scaramussa! Desejo saudar especialmente:
Dom Célio de Oliveira Goulart, de Cachoeiro de Itapemirim
Dom Luiz Mancilha Vilela, Arceb. de Vitória
D.Décio Zandonade, de Colatina
Demais Arcebispos e Bispos presentes
Bispos Auxiliares de São Paulo
Reverendíssimo Padre Pascual Chávez Villanueva, Reitor Maior da Sociedade Salesiana de S.João Bosco
Estimado Padre Tarcísio Scaramussa, que estamos por ordenar para a Ordem Episcopal, como Bispo Auxiliar de São Paulo,
Digníssimas Autoridades civis e militares,

Quero manifestar minha grande alegria e gratidão a Deus pela graça que hoje nos é concedida, e que celebramos com muita devoção. Agradeço de modo muito especial ao Santo Padre, Bento XVI, por ter nomeado Pe. Tarcísio para ser Bispo Auxiliar de São Paulo, que muito precisa do seu serviço episcopal.

Peço a todos uma prece especial nesta Missa pelo Santo Padre, no dia em que recordamos o 3° aniversário de sua eleição como Sucessor de Pedro. Deus o conserve, ilumine e fortifique em sua missão de unir e conduzir a Igreja de Cristo e de ser o representante do Bom Pastor do Rebanho do Senhor.

As leituras nos falam da missão do Messias; Ungido pelo Espírito de Deus, ele é enviado para o meio dos homens para anunciar a Boa Notícia da Salvação, especialmente àqueles que mais precisam ouvir esse anúncio de esperança e alegria.

Essa é também a missão do Bispo na Igreja e no mundo: ser anunciador do Evangelho da salvação, de muitas maneiras, para que o povo o acolha e se volte para Deus.

Caro Padre Tarcísio,  em São Paulo há um grande povo sedento de ouvir a Boa Notícia da salvação; e eu quero agradecer também ao senhor por ter aceito esse chamado da Igreja através da nomeação que o Santo Padre lhe fez.

Caríssimos irmãos e irmãs, antes de realizarmos a ordenação do novo bispo, desejo refletir com vocês sobre o ministério que vai ser confiado na Igreja a este nosso irmão.

Jesus Cristo, nosso Senhor, enviado do Pai para salvar o gênero humano, enviou por sua vez os doze apóstolos ao mundo, a fim de que, cheios do Espírito Santo, anunciassem o Evangelho, santificassem e conduzissem todos os povos, reunindo-os num só rebanho.

Para que este ministério permanecesse até o fim dos tempos, os Apóstolos escolheram colaboradores, aos quais, pela imposição das mãos, que confere a plenitude do sacramento da Ordem, comunicaram o Dom do Espírito Santo, recebido de Cristo.

Assim ao Longo das gerações, este dom inicial dado aos Apóstolos foi sempre transmitido pela sucessão ininterrupta dos Bispos; e assim a obra do Salvador se prolonga e cresce até os dias de hoje.

No Bispo com os seus presbíteros está presente na Igreja o próprio Jesus Cristo, Senhor e Pontífice eterno. Pelo ministério do Bispo, é Cristo que continua a proclamar o Evangelho e a distribuir aos que crêem os sacramentos da fé.

Pela solicitude paternal do Bispo, é Cristo que incorpora novos membros à Igreja. Pela sabedoria e prudência do Bispo, é Cristo que seu povo conduz nesta peregrinação terrena, até a felicidade eterna.

Alegremo-nos, pois, e demos graças a Deus por este nosso irmão, que nós, Bispos aqui presentes vamos associar ao colégio episcopal pela imposição das mãos, repetindo o gesto simbólico que também os apóstolos realizaram.

Ele será assim ministro de Cristo e dispensador dos mistérios de Deus, pois a ele foi confiado testemunhar a verdade do Evangelho e presidir à celebração da Liturgia e dos demais sinais de santificação mediante os quais o Espírito Santo age na Igreja para a santificação do povo.

Lembremos sempre as palavras de Cristo aos Apóstolos: “Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, a mim despreza, e quem me despreza, despreza Aquele que me enviou”.

Quanto a ti, irmão caríssimo, escolhido pelo Senhor, lembra-te que foste tirado dentre os homens e colocado a serviço deles nas coisas de Deus.

O episcopado é um serviço e não uma honra; o Bispo deve distinguir-se mais pelo serviço prestado que pelas honrarias recebidas. Conforme o preceito do Senhor, aquele que é maior seja como menor, e aquele que preside, como o que serve.

Prega, portanto, a Palavra de Deus, quer agrade, quer desagrade. Admoesta com paciência e desejo de ensinar.
Orando e oferecendo o sacrifício pelo povo a ti confiado, procura haurir copiosamente da plenitude de Cristo as riquezas da graça.

No serviço da Igreja, como bispo, distribui com prudência e guarda fielmente os mistérios de Cristo. Escolhido pelo Pai para dirigir sua família, lembra-te sempre do Bom Pastor, que conhece as suas ovelhas e é por elas conhecido, e que não hesitou em dar a vida pelo rebanho.

Ama com amor de pai e de irmão todos aqueles que Deus te confiou, especialmente os Presbíteros e Diáconos, teus colaboradores no serviço de Cristo; e também os pobres e doentes, os peregrinos e migrantes.

Mostra um zelo incansável pelos que ainda não pertencem ao rebanho de Cristo, como se fossem entregues a ti pelo próprio Cristo.

Não te esqueças de que fazes parte do Colégio dos Bispos no seio da nossa Igreja, unida pelo vínculo da caridade. Desta maneira, estende tua solicitude pastoral a todas as comunidades cristãs, sempre disposto a ajudar as mais necessitadas.

Vela, pois, por todo o rebanho dos fiéis a cujo serviço te coloca o Espírito Santo, para reger a Igreja de Deus:

- em nome do Pai, de quem és a imagem entre os fiéis;

- em nome do Filho, cuja  missão de Mestre, sacerdote e pastor exerces;

- e em nome do Espírito Santo, que dá a vida à Igreja de Cristo e fortalece a nossa fraqueza. Amém.

Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São paulo