Cardeal Scherer ordenará 20 Diáconos

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No próximo sábado (10), serão ordenados 20 diáconos para servir o povo de Deus e a Igreja de São Paulo
Publicado em: 07/12/2016 - 14:00
Créditos: Larissa Freitas


O Diaconato é uma vocação ministerial dedicada ao serviço. Eles podem ser transitórios ou  permanentes e serão servidores da Palavra, da Caridade e da Liturgia. No próximo sábado (10), pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer, serão ordenados 20 novos diáconos para a Arquidiocese de São Paulo.

Serão ordenados diáconos transitórios: Antônio de Pádua Santos,59,  Christopher Costa Velasco, 24; Eduardo Augusto de Andrade,40;  Ernandes Alves da Silva Júnior,27; Jeferson Aparecido dos Santos Barbosa,40; José Edson Santana Barreto,30; José Ferreira Filho, 49; Luciano Carneiro Louzan,31; Maycon Wesley da Silva, 30; Pierre Rodrigues da Costa,34; Rodrigo Felipe da Silva,28;  Rodrigo Moraes Pereira,32. E mais oito serão ordenados  diáconos permanentes: Antônio Geraldo de Sousa,61; Evangelista João de Souza, 60; Francisco Nunes Pereira,56; Haroldo Simões de Macedo,55; Márcio Cesena, 61; Mauricio Luz Lima, 53; Paulo José Oliveira, 50; Ricardo Donizeti dos Santos,46;.

Na Arquidiocese de São Paulo, o diaconato permanente foi inserido no ano  2000, pelo Cardeal Cláudio Hummes, que ao mesmo tempo introduziu também a Escola São José para Diaconato Permanente, onde até os dias atuais, os futuros diáconos estudam para sua ordenação.

Pai e marido, o diácono permanente permeia pela vida eclesial e trabalha em serviço do Senhor, sempre se empenhando a estar próximo do altar como ministro da sagrada comunhão, se unindo a Palavra de Deus e sendo atuante em comunidade.

Já os outros 12, fazem parte do diaconato transitório. Para eles, o diaconato é uma fase provisória. Eles se preparam para receber o sacerdócio, porém, no meio do caminho precisam receber a ordenação diaconal. Passado esse longo período de estudo e auxílio no servir, eles saem do primeiro grau da ordem para o caminho do segundo grau, o presbiterado.

Em entrevista ao Portal ARQUISP, os futuros diáconos contaram um pouco sobre as expectativas para receber a ordenação e o caminho que traçaram para chegar até aqui.

Caminho Missionário

Maycon está se preparando para o diaconato transitório, o jovem, comenta que após realizar missão no Amazonas se sentiu tocado e ouviu mais de perto o chamado de Deus. “Visitei uma tribo indígena, bem afastada, no interior do Amazonas, lá fazia mais ou menos oito anos que não ia um padre. Quando eu cheguei, os índios, o cacique, vieram me abraçar me falando que eu era um padre, sim padre! Isso mexeu muito com o meu coração, e foi aumentando esse desejo de poder dar minha vida para aqueles que necessitam, para os pobres, os indígenas, com isso fui sentindo esse chamado de Deus de poder dar mais, de entregar e me preparo para daqui uns dias receber a ordenação diaconal”. Maycon Wesley da Silva, 30.

A decisão

Homens solteiros e dispostos a viver o celibato, para assim, exercer o ofício sacerdotal. Assim, enfatiza Rodrigo que abandonou a vida de festas e namoro para seguir os passos do pai. “Eu me afastei bem da Igreja, vivi em uma realidade de noites, tocava em grupos de samba, de pagode e na minha adolescência vivi minha vida deste modo. Mas tive a oportunidade de fazer o encontro de jovens do movimento da renovação carismática, aonde fiz ali uma experiência com Deus, o Encontro com Cristo mudou a minha vida! Depois disso, voltei a viver a minha vida de fé como cristão, conheci a Aliança de Misericórdia e fazíamos evangelização com os doentes, as crianças abandonadas, as garotas de programa, com famílias necessitadas, mas só isso não me satisfazia, senti a necessidade de dar algo mais para Deus. Foi então que no ano de 2004, deixei tudo, emprego, pai, mãe, carro, namorada também, para poder viver a experiência missionária na Aliança de Misericórdia onde estou há 12 anos e aonde eu fui descobrindo ainda mais a importância da Igreja, a importância de evangelizar, e fui entendendo e amadurecendo o chamado de Deus na vocação ao sacerdócio”.  Rodrigo Moraes Pereira,32

Eu e minha casa serviremos ao senhor

Pai de Thiago, Victor e Thamiris, o diácono permanente Ricardo, carrega como lema diaconal algo que se assemelha a sua trajetória até o diaconato. "Eu e minha casa serviremos o Senhor". O futuro diácono afirma que o encorajamento da esposa contou muito em sua escolha: “Em 2009, participarmos do ECC 2ª Etapa, conhecemos um Diácono Permanente e suas colocações como Ministro Ordenado, daí em diante com o incentivo de minha esposa Inêz, entrei para o Seminário Propedêutico e fui aceito na PUC, após passar no vestibular em dezembro de 2010, com a entrada e, 2011 na Teologia pude aprender e quebrar vários paradigmas, e, isto fez com que minha vocação se alicerçasse ainda mais em função de eu já trabalhar na Pastoral da Catequese, ECC e como Ministro da Palavra, levando como mensageiro e com muita fé o que Cristo nos pediu, levar e praticar a Palavra de Deus, Jesus sempre enfatizou a Verdade, em sua vida pública, com suas parábolas, ensinamentos, milagres e sobretudo o amor ao próximo como o servo servidor, assim procurarei levar a Palavra de Deus, como diácono, sem perder o foco no nosso Amor Primeiro, a Trindade Santa".  Ricardo Donizeti dos Santos, 25.

O Senhor é minha herança para sempre

Esposo de Roseli e pai de Edvan, Evangelista carrega como lema o Salmo 73,26, “O Senhor é minha herança para sempre”. Ele comenta que seu ponta pé no diaconato surgiu do convite do já diácono permanente João Bottura: “Após o convite, comecei o curso propedêutico diaconal ministrado pelo Pe. Aury (na época ainda Diácono). Fui admitido na Escola Diaconal no ano de 2011, nesse mesmo ano iniciei a Faculdade de Teologia na Puc-Santana. Sempre tive vontade de fazer o curso de teologia, mas nunca tive incentivo para tal, escutava muitas pessoas dizerem que quem fazia teologia perdia a fé, porém, para ser diácono era necessário faze-lo. Hoje eu digo o contrário, aumentou a minha fé! A princípio achei que não tinha condições de conseguir concluir o curso, pois fazia muitos anos que estava sem estudar. Ao começar o curso tive algumas dificuldades na área de Filosofia, enquanto que na área de Teologia me sentia muito bem, com o passar do tempo fui me adaptando ao curso e assim fui vencendo as dificuldades e percebendo como é realmente importante este curso que é exigido pela Escola Diaconal da Arquidiocese. Não foram poucas as dificuldades, porém, tive incentivo do meu Pároco Padre Syllas Reschilliani que me acolheu em sua Paróquia desde o começo, dando-me todo apoio necessário”. Evangelista João de Souza,60. Vinte homens e uma grande expectativa, receber às 15h, no sábado (10)  na Catedral da Sé, por imposição das mãos do Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, o diaconato. Herdar o Sacramento da Ordem é obter um sinal que não se apaga jamais, uma marca indestrutível de fé.

(Colaborou Milena Guimarães)