Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade

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Aconteceu na sexta-feira, (9), no Centro Pastoral São José do Belém, a apresentação do Documento 105 da CNBB “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade”.
Publicado em: 12/09/2016 - 18:30
Créditos: Redação

Aconteceu na sexta-feira, (9), no Centro Pastoral São José do Belém, a apresentação do Documento 105 da CNBB “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade”, Sal da Terra e luz do mundo. O documento foi aprovado na 54ª Assembleia Geral da CNBB, realizada em Aparecida, nos dias 6 a 15 de abril de 2016.

Promovido pela Arquidiocese de São Paulo, o encontro foi mediado por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia e Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação.

O tema foi apresentado  por Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, Professor Luiz Antônio Amaral, coordenador arquidiocesano da Pastoral da Educação e do Ensino Religioso, e Professor Alex Villas Boas, Pós-doutorado em Teologia pela Pontificia Università Gregoriana (Roma).

“Sal da terra e luz do mundo, na Igreja e na sociedade! Os cristãos leigos e leigas receberam, pelo Batismo e pela Crisma, a graça de serem Igreja e, por isso, a graça de serem sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-14) ”, aponta a apresentação do documento 105. 

O documento tem como perspectiva a afirmação dos cristãos leigos e leigas como verdadeiros sujeitos eclesiais. Pretende-se animar a todos os cristãos leigos e leigas a compreenderem a sua própria vocação e missão e atuarem como verdadeiros sujeitos eclesiais nas diversas realidades em que se encontram inseridos, reconhecendo o valor de seus trabalhos na Igreja e no mundo.

O Cristão Leigo, sujeito na Igreja e no Mundo: Esperanças e Angústias

No início do encontro, Dom Odilo falou sobre a preparação do documento e suas principais referências. O arcebispo  explicou que  o processo de elaboração do documento, que começou na Assembleia Geral dos Bispos do Brasil de 2014, Em 2015, foi reeditada uma versão com a redação revisada com as contribuições e observações recebidas das dioceses brasileiras. Na última Assembleia Geral, em abril, foi aprovado o texto definitivo do documento do episcopado sobre o laicato.  

Segundo o Cardeal Scherer, o objetivo do documento é afirmar que o leigo é o sujeito eclesial, não sujeito passivo, mas membro ativo da Igreja. “A Igreja no Brasil reflete sobre si mesma olha de maneira toda especial para os leigos e quer lançar não só novas luzes, mas novos incentivos." O texto segue a metodologia ver-julgar-agir e divide-se em três capítulos. O primeiro apresenta inicialmente o marco histórico-eclesial da caminhada da vida dos cristãos leigos e leigas, com seus avanços e recuos e, de modo sucinto, os rostos do laicato.  

Sujeito eclesial: Discípulos missionários e cidadãos do mundo

O segundo capítulo, predominantemente eclesiológico, à luz do Concílio Vaticano II, trata da eclesiologia conciliar da comunhão na diversidade, como base para a compreensão da identidade e da dignidade laical como sujeito eclesial. O Arcebispo destacou também neste capítulo a participação dos leigos na vida interclesial da Igreja, e o aumento da consciência missionária dos leigos na Igreja, na defesa da vida, da dignidade humana e na dignidade da mulherIdentificando também o surgimento das novas instituições laicais, movimentos e organizações sociais.

Já o Professor Luiz Antônio Amaral destacou alguns trechos deste capítulo. “O cristão leigo é verdadeiro sujeito na medida em que cresce na consciência de sua dignidade de batizado, assume de maneira especial e livre as interpelações da sua fé, abre-se de maneira integrada às relações fundamentais (Com Deus com o mundo, consigo mesmo e com os outros) e contribui efetivamente na humanização do mundo, rumo a um futuro em que Deus seja tudo em todos”.

Ação transformadora na Igreja e no Mundo

O terceiro capítulo trata da ação transformadora dos cristãos leigos e leigas na Igreja e, sobretudo, no mundo. Trata da dimensão missionária da Igreja, desenvolve aspectos da espiritualidade encarnada, recorda aspectos da história da organização do laicato no Brasil, e indica aspectos, princípios e critérios da formação do laicato.

Professor Alex Villas Boas destacou em linhas gerais o papel do cristão na sociedade, apontando algumas chaves de leitura do trecho do Evangelho de São Mateus: ‘ser sal da terra e luz do mundo’.  “É preciso fazer diferença no mundo, na busca da justiça e do amor. Entender também que Deus age em dois lugares fundamentais, no mais profundo do nosso ser (alma) e na cidade”, disse o teólogo.

Na compreensão do documento, Villas Boas destacou quatro tipos de ação laicato: o testemunho pessoal, a ação profissional, o agir e a dimensão sócio política.“Ter discernimento da ação de Deus, escutar o que ele quer de nós. Reconhecer a bondade de Deus, amar a criação. Servir e agir”. O teólogo resumiu que o leigo ajuda a Igreja a compreender o mundo contemporâneo, enquanto a Igreja ajuda o laicato a ser comunidade.  

O capítulo também aponta lugares específicos da ação dos cristãos leigos e leigas no mundo de hoje, e conclui enunciando indicativos, encaminhamentos e compromissos para a caminhada do laicato no paísAo final das explanações, os leigos puderam dirigir perguntas aos assessorados, partilhando seus entendimentos e esclarecendo dúvidas.

(Com informações do Portal Paulinas)