Dia de Oração pelos Cristãos perseguidos no Oriente Médio

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O Dia de Oração é celebrado mundialmente todo dia 6 de agosto, em favor dos cristãos que passam por sofrimentos, torturas e até são assassinados por professarem a sua fé
Publicado em: 05/08/2016 - 18:15
Créditos: Redação

Na sexta-feira, (5), na Catedral da Sé, houve uma missa presidida por Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, pelo Dia de Oração pelos Cristãos perseguidos no Oriente Médio, promovido pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN-Brasil).

A celebração contou com a presença de representantes das Igrejas Católicas de Rito Oriental, Dom Joseph Gébara, da Eparquia Nossa Senhora do Paraíso Greco – Melquita e Dom Damaskinos Mansour, arcebispo metropolitano da Igreja Ortodoxa Antioquina, e demais padres do clero arquidiocesano.

O Dia de Oração é celebrado mundialmente todo dia 6 de agosto, em favor dos cristãos que passam por sofrimentos, torturas e até são assassinados por professarem a sua fé. A ação também tem o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).  

Segundo o Frei Hans Stapel, Presidente da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (ACN) no Brasil, em carta enviada a Arquidiocese de São Paulo explicou o sentido real da celebração pelos Cristãos, “Nossa missão é ajudar todos os cristãos que não conseguem viver sua fé porque são perseguidos ou então porque vivem extrema carência”.

Rezar pelos que sofrem perseguição

Em sua homília, Dom Odilo recordou que nos primeiros tempos do Cristianismo existiam perseguições contra os cristãos. “Porém os mártires existem ao longo de toda história. O século XX foi um século de muitos mártires. No século XXI, está sendo um século de muitos mártires cristãos que são assassinados por conta de sua fé cristã”.

Ao recordar a intenção da missa, o arcebispo reforçou a importância de rezar pelos cristãos perseguidos do Oriente Médio. “É um direito humano que deve ser assegurado à todas as pessoas, a liberdade de crer e de professar a religião”.

Segundo o Cardeal, rezar pelos cristãos é também uma forma de apoiar e encorajar os irmãos a ficarem firmes em sua fé.  “A oração é muito importante e necessária, como forma de nossa solidariedade em relação aqueles que são perseguidos por causa da fé. Eles precisam da nossa oração fraterna e da nossa solidariedade”.

Não somente rezar pelos que são perseguidos, mas também é preciso dirigir as orações para que cessem todas as formas de perseguição religiosa.  Assim também como é necessário ajudar de forma financeira as paróquias, conventos, mosteiros e instituições que abrigam os cristãos que são perseguidos por sua fé.

A origem do Dia de Oração

O Dia de Oração tem origem na noite de 6 para 7 de agosto de 2014, quando milhares de cristãos fugiram do norte do Iraque, expulsos pelo grupo autodenominado Estado Islâmico. A região concentrava 25% dos cristãos do país e também reunia algumas minorias muçulmanas ameaçadas.

A fuga ocorreu à noite, com milhares de pessoas caminhando pelas estradas em direção às cidades curdas de Erbil e Dohuk. “Cerca de 100 mil cristãos, aterrorizados e em pânico, fugiram de suas casas sem nada, somente com as roupas do corpo, a pé, rumo às cidades curdas. Entre eles havia doentes, idosos, crianças e mulheres grávidas, precisando de água, comida, medicamentos e um lugar para ficar”, declarou o Patriarca Louis Raphael Sako, chefe da Igreja Católica Caldeia.

Assim que recebeu as primeiras informações na manhã do dia 7 de agosto, a ACN mobilizou os benfeitores e iniciou campanhas e projetos para socorrer materialmente e espiritualmente os perseguidos e refugiados. Desde então a Fundação Pontifícia fez um dos maiores esquemas de ajuda em sua história, direcionando seus esforços para alimento, abrigo e educação para os refugiados, ação que já resulta em mais de 2000 projetos no Oriente Médio desde o início da crise. E, no ano passado, ao completar um ano da fuga em massa dos Cristãos, a entidade realizou a 1ª edição do Dia de Oração.

Para a entidade realizar a 2ª edição do Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos no Oriente Médio é ainda mais urgente e com a preocupação de que a crise ainda esteja longe de um fim. Nessa região, os conflitos gerados pelos grupos terroristas já resultam na maior crise humanitária do mundo desde a Segunda Guerra Mundial. Em 15 de março de 2016, o conflito na Síria completou meia década, e já impacta o mundo todo. Mais de metade da população da Síria foi forçada a abandonar as suas casas. São mais de 4 milhões de refugiados registrados nos países vizinhos e no Norte de África. Durante 2015, mais de 293 mil sírios buscaram asilo na Europa.

Agora, as estimativas apontam que 13,5 milhões de pessoas na Síria precisam de proteção e alguma forma de assistência humanitária, incluindo 6 milhões de crianças. Com 8,7 milhões de pessoas incapazes de satisfazer suas necessidades básicas de alimentos, 70% da população não tem acesso a água potável. Hospitais e postos de saúde, escolas e outros serviços essenciais em todo o país estão operando com capacidade reduzida ou fechada.

No Líbano, em que 80% da população é pobre, receberam desde o início da crise mais de 1 milhão de refugiados, ou seja, um quarto da sua população agora é formada por refugiados. Os problemas gerados são imensos e vão desde os traumas de guerra até a prostituição infantil.

A crise no Oriente Médio atinge recordes insustentáveis e, na ausência de uma paz viável, o Dia de Oração pelos Cristãos no Oriente Médio serve como esperança para o fim da maior crise humanitária do início do século 21.

 

( Com informações da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN-Brasil) )