Diáconos são ordenados em paróquias da Arquidiocese

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Anderson Pereira Bispo e Claudio José Ribeiro, foram ordenados diáconos pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Scherer
Publicado em: 18/12/2017 - 17:00
Créditos: Redação

O sino tocou às 18h, seguido de um anúncio: “Chegou a hora”. A frase foi dita pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, que presidiu missa na Paróquia Santa Cristina, no Parque Bristol, na zona Sul, no fim da tarde do sábado, 9. A hora era exatamente aquela em que teria início, dentro da celebração eucarística, o rito de ordenação, em que Claudio José Ribeiro iria receber o diaconato, primeiro grau da Ordem.

Já no domingo, 10, em uma missa campal celebrada na quadra de uma escola próxima à matriz da Paróquia Santíssima Trindade, no Jardim Alto Alegre, na zona Leste da Cidade, reuniram-se os fiéis para a ordenação diaconal de Anderson Pereira Bispo, também presidida por Dom Odilo. Algumas pessoas acompanharam os ritos das lajes das casas no bairro periférico. Muitas delas viram uma ordenação pela primeira vez, como pôde constatar o Arcebispo ao perguntar para a assembleia durante a homilia.

Este ano, na Arquidiocese de São Paulo, as ordenações diaconais aconteceram nas paróquias em datas diferentes, com objetivo de animar as comunidades e despertar, por meio do testemunho dos jovens que seguiram o caminho para a vida sacerdotal, outros jovens a realizarem um caminho vocacional, bem como a intensificarem suas orações pelas vocações. No próximo sábado, 16, será a vez da ordenaçao de Maykom Sammuel Alves Florêncio. A missa acontecerá na Paróquia Nossa Senhora da Consolação, no centro, às 18h.

Na homilia da missa de ordenação de Claudio Ribeiro, Dom Odilo falou sobre o chamado de Deus, que acontece por amor. “A missão de João Batista é também a nossa missão. O mais importante é Jesus”, disse o Cardea l, refletindo também sobre o Evangelho da liturgia do segundo domingo do Advento. “O diácono é aquele que deve ajudar o bispo e os padres no serviço à Palavra, no serviço do altar e da caridade. Ele deve mostrar-se servidor de todos”, continou o Arcebispo.

Gratidão à família
No fim da celebração, o recém-ordenado Claudio se emocionou ao agradecer a todos os que o acompanharam no caminho formativo e, principalmente, seus familiares, que já junto de Deus, foram os que o “iniciaram no caminho da fé”.

Ao lado do esposo, João José Ribeiro, Josefa da Silva Ribeiro, mãe de Claudio, falou sobre a felicidade que sentiu pela ordenação do filho. “Eu sempre pensei que ele seria alguém importante. Cheguei a imaginar que um dia ele poderia ser até presidente e fiquei muito feliz pelo caminho que ele escolheu, de ajudar as pessoas”, disse à reportagem do O SÃO PAULO.

Maria Inês Fernandes participa da Pa-róquia Santa Cristina há mais de 30 anos e estava na equipe de acolhida durante a celebração. “O Claudio é uma pessoa muito presente na Paróquia e organizamos esta celebração com muito amor”, ressaltou. Ana Lopes Pereira Bispo veio de Bom Jesus da Lapa (BA) para participar da ordenação do filho Anderson. O pai, Manuel Pereira Bispo, não pôde vir a São Paulo, mas acompanhou a celebração em oração. “É um sentimento muito grande ver um filho se tornar diácono, pois eu sou mãe. Mas sei que a escolha não foi minha, mas de Deus”, disse Ana, que entre seus oito filhos tem agora um diácono e três consagradas.

Ao fazer seu agradecimento, no final da missa, o Diácono Anderson destacou o papel fundamental de sua família no cultivo da fé e da vocação. “Nós, de fato, não esperávamos, mãe, que aquele Rosário rezado antes de cada refeição noturna nos fizesse chegar, como fruto, a este momento que estamos vivendo”, disse.

Início do ministério
No final das celebrações, o Cardeal Scherer informou onde os neodiáconos vão iniciar seu ministério. O Diácono Claudio foi designado para a Paróquia Santa Angela e São Serapião, na Vila Moraes. Já o Diácono Anderson atuará na Paróquia Santa Paulina, em Heliópolis. Ambas as paróquia ficam na Região Episcopal Ipiranga.

Imitadores daquele que veio para servir


Embora seja uma etapa que antecede a ordenação presbiteral, o diaconato não tem um caráter transitório, uma vez que mesmo como padres e bispos, os ministros ordenados continuam chamados a exercer a “diaconia”, isto é, o serviço, imitando o próprio Cristo.

É no rito de ordenação diaconal que o candidato ao sacerdócio assume o propósito de se consagrar a Deus, guardando para sempre o celibato “por amor do Reino dos céus, a serviço de Deus e da humanidade”. É também a primeira vez que o candidato promete respeito e obediência ao bispo e a seus sucessores, bem como se prostra pela primeira vez diante do altar como sinal de entrega a Deus enquanto se invoca a intercessão de todos os santos.

O momento central da celebração é a imposição das mãos do arcebispo, seguida da Prece de Ordenação, que lhe conferem a dignidade diaconal. Depois de revestido com os paramentos diaconais – a estola transversal e a dalmática –, o neodiácono recebe das mãos do celebrante o Livro dos Evangelhos.

Tal oração recorda a origem do diaconato: “Assim, no início da Igreja, os apóstolos do vosso Filho, movidos pelo Espírito Santo, escolheram sete homens de bem para ajudá-los no serviço diário, confiandolhes a distribuição dos alimentos, pela oração e imposição das mãos, a fim de que eles próprios pudessem dedicar-se mais à oração e à pregação da Palavra”.

A mesma prece descreve como deve ser o diácono: “Resplandeça nele as virtudes evangélicas: amor sincero, a solicitude para com os enfermos e os pobres, a autoridade discreta, a simplicidade de coração e uma vida segundo o Espírito. Brilhem em sua conduta os vossos mandamentos, para que o exemplo de sua vida desperte a imitação do vosso povo e, guiando-se por uma consciência reta, permaneça firme e estável no Cristo. Assim, imitando na terra o vosso Filho, que não veio ao mundo para ser servido, mas para servir, possa reinar com ele no céu”.