Focolares realizam 'Mariápolis 2016'

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O Movimento dos Focolares, fundado por Chiara Lubich realizou entre os dias 26 e 29, em Vargem Grande Paulista (SP), a 'Mariápolis 2016', com o tema "Unidade: Dádiva, Empenho e Meta".
Publicado em: 02/06/2016 - 12:45
Créditos: Diego Monteiro

 “Desde pequeno, eu e meus irmãos fomos educados na cultura da Unidade, do amor recíproco. E estes, com certeza, foram os maiores presentes que eles nos deram”, externou gratidão a seu pai e a sua mãe, Guto Motta Lima, 22, ao relatar sua experiência no convívio familiar. Seus pais, Maurino Lima e Maria Inêz Motta, casados há 27 anos, com três filhos, conhecem o Movimento dos Focolares desde a adolescência, e a espiritualidade da Unidade foi o alicerce para que as suas vidas: pessoal, profissional e matrimonial fossem pautadas nos valores humanos e cristãos: “No início do nosso casamento, queríamos colocar Deus como centro da nossa vida, pois só tinha sentido a nossa vida de família tendo Deus conosco. Então, tudo que fazíamos decidíamos juntos”, disse o casal.  

Esta foi uma das muitas experiências inspiradoras de atos de amor apresentadas durante a Mariápolis 2016, promovida pelo Movimento dos Focolares de 26 a 29 de maio, no Centro Mariápolis Ginetta, em Vargem Grande Paulista (SP), com o tema Unidade: Dádiva, Empenho e Meta.  Durante estes dias, 420 pessoas, de 33 cidades do Estado, a sua maioria pertencentes a Província Eclesiástica de São Paulo, composta por oito Dioceses, além, da Arquidiocese de São Paulo, foram agraciados pelo “Dom da Unidade”, carisma do Movimento fundado em 1943 por Chiara Lubich (1920-2008).

 Antes de presidir a Santa Missa, que contou com a presença de bispos da Igreja Metodista, o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, ouviu a experiência da família Motta Lima sobre como procuram viver o “Dom da Unidade” no seu dia a dia. Dom Odilo refletiu sobre o Sínodo da Família e das assembleias que o sucederam. Ele falou sobre a falta de relacionamento interpessoal e do uso excessivo das mídias sociais. “O que vocês fazem no Movimento dos Focolares é muito importante para ajudar a valorizar a questão da relação de pessoa a pessoa. De saber ouvir, falar, colocar-se em comunhão, sentir com, sofrer com, alegra-se com, caminhar com”, disse o arcebispo.

Família como base da sociedade

No Sínodo da Família, o Papa e os bispos sinodais analisaram questões cruciais para a humanidade e para a Igreja. Dom Odilo disse que cada vez menos se dá atenção e apoio estrutural à família. “Consequentemente, a própria sociedade sente as bases se esmigalhando porque a base da sociedade, querendo ou não querendo, é a família, não simplesmente o indivíduo”, afirmou o cardeal, ratificando que a ideologia que coloca o indivíduo como base da sociedade é uma ideologia individualista. E continuou: “O Papa Francisco tem falado muito do descarte onde só os fortes, os competitivos tem sucesso. A preocupação do Papa com a questão da família é com a humanidade, com a sociedade, antes de ser preocupação com a Igreja, pois descuidando da família estamos descuidando da humanidade”, concluiu Dom Odilo.

Mariápolis: Cidade de Maria

As primeiras Mariápolis surgiram de uma experiência de Chiara e suas amigas, que, durante as férias, iam para as regiões montanhosas ao norte da Itália para descansar e continuar vivendo o Evangelho.  “Esse fogo se irradiou e o amor foi contagiando, ano a ano, as outras pessoas que estavam lá, passando férias. Este número aumentou e começou a ter uma representatividade de pessoas de outros países, outros continentes”, explicou à reportagem do O São Paulo, Virginia Tesini, focolarina casada.A Mariápolis se tornou o encontro anual do Movimento dos Focolares, e acontece em todo planeta com a participação de crianças, jovens e adultos.

Nas Mariápolis, a Lei é o Amor

“E foi em Einsiedeln que entendi, vendo a basílica e seus arredores, do alto de uma colina, que no Movimento deveria surgir uma cidade, que não seria formada por uma abadia ou de hotéis, mas de casas, locais de trabalho, escolas, como uma cidade qualquer” - escreveu Chiara Lubich em seu diário, em 1967, recordando-se do verão de 1962, na Suíça, quando intuiu pela primeira vez o que hoje são as “mariápolis permanentes”.

No mundo, todo existem 34 mariápolis permanentes. No Brasil, três: Ginetta, em Vargem Grande Paulista (SP), Santa Maria, em Igarassu (PE), e Glória, em Benevides (PA). “Nas Mariápolis, a Lei é o Amor. Se vive o Evangelho, principalmente o que Jesus pediu: ‘Amai-vos uns aos outros (Jo 13,34)’. Aqui na Mariápolis Ginetta, por exemplo, tem famílias, locais de trabalho, Polo Industrial, onde se vive a Economia de Comunhão (EDC). Nas nossas Mariápolis destacam-se a vida de família e de comunhão, alicerçados no amor recíproco”, concluiu Virgínia. 

“Fazer frutificar esta figueira que somos nós”

Dom Odilo destacou em sua homilia sobre o Evangelho de São Marcos (11, 11-26), no qual Jesus avista uma figueira coberta de folhas, mas sem frutos. Ele recordou que a figueira somos nós e que todo dia é dia de produzir frutos.Ao falar sobre o Ano Santo da Misericórdia, o Arcebispo de São Paulo salientou que os frutos da vida cristã se traduzem, sobretudo, nas Obras de Misericórdia corporais e espirituais. E que elas, de alguma forma, expressam a nossa disposição em ir ao encontro do próximo que está sofrendo sem perguntar se ele é santo ou pecador.  “É preciso fazer frutificar esta figueira, que somos nós. Frutificar nas obras da fé, de misericórdia, de caridade, do amor fraterno. Porque, senão, corremos o risco que Nosso Senhor venha um dia recolher estes frutos e nós não estaremos preparados”, concluiu Dom Odilo.

 

 

 

 

 

 

Mariápolis 2016