Na noite da quinta-feira, 12, no Colégio Nossa Senhora de Sion, em Higienópolis, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, recebeu o Prêmio Fraternidade, concedido pelo Conselho de Fraternidade Cristão-Judaica a pessoas que se dedicam à causa do diálogo inter-religioso.
Anteriormente, o prêmio foi concedido, no ano 2000, a São João Paulo II, e em 1995 ao Rabino Hugo Schlesinger, um dos pioneiros do diálogo inter-religioso no Brasil, e avô do Rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista, que esteve presente à cerimônia de entrega da premiação ao Cardeal Odilo Scherer.
“Dom Odilo tem sido uma pessoa que se dedica muito pela memória da Shoah [como também é conhecido o holocausto], como um antídoto contra o fanatismo. Fez questão de visitar pessoalmente Auschwitz [campo de concentração mantido pelos nazistas durante a 2o Guerra Mundial] e me contou, emocionado, sobre o impacto dessa visita nele como Cardeal-Arcebispo e, sobretudo, como ser humano”, afirmou, destacando, ainda, o empenho do Arcebispo de São Paulo para a promoção do diálogo inter-religioso.
Também compuseram a mesa da solenidade a senhora Miriam Markus, Presidente da Fraternidade Cristão-Judaica de São Paulo; Dom Pedro Carlos Cipollini, Bispo de Santo André (SP) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da CNBB; e o Rabino Ricardo Schlesinger, que entregou a premiação ao Arcebispo de São Paulo: um diploma por seus esforços e dedicação à causa do diálogo inter-religioso e uma escultura da “Pomba da Paz”, confeccionada pela artista Hanna Brandt, e que permanecerá com Dom Odilo até 2022.
‘Bebemos da mesma fonte da revelação divina’
Ao agradecer pela homenagem recebida, o Cardeal Scherer recordou seus predecessores na Arquidiocese, Dom Cláudio Hummes e Dom Paulo Evaristo Arns, “que tiveram sempre uma grande estima pela comunidade judaica, pelas relações do diálogo e fraternidade com essa mesma comunidade e com as outras religiões e outras igrejas”.
Disse, também, que sua estima pela comunidade judaica tem motivos de fé, “pois somos espiritualmente unidos, bebemos da mesma fonte da revelação divina recebida por Abraão e seus descendentes. Não nos entendemos nós, cristãos, a não ser a partir da herança de Israel. Sinto, por isso, uma profunda afinidade espiritual e religiosa em relação ao povo judeu e uma admiração por esse povo que legou à humanidade tradições religiosas, morais e culturais tão vastas e profundas”.
Também expressou o desejo de que o Senhor abençoe e mantenha unidas essas duas comunidades e conceda a paz a toda a humanidade.
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