Dom Odilo: ‘Honrar a Maria é reconhecer a obra redentora de Deus’

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Arcebispo de São Paulo presidiu missa na Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário Arquidiocesano
Publicado em: 18/10/2023 - 15:30
Créditos: Redação

A Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida atraiu milhares de fiéis ao santuário arquidiocesano em honra à Padroeira do Brasil, no Ipiranga, na quinta-feira, 12.

Cerca de 50 mil pessoas passaram pelo templo histórico na zona Sul da capital paulista, para participar de uma das dez missas celebradas ao longo do dia. Uma das celebrações, às 10h, foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo.

A Eucaristia foi concelebrada por diversos sacerdotes, entre os quais o Padre Zacarias José de Carvalho Paiva, Pároco e Reitor do Santuário Nossa Senhora Aparecida.

Na homilia, Dom Odilo meditou a partir do Evangelho do dia, que narra o milagre das bodas de Caná, quando Jesus transforma água em vinho, após a intercessão de sua mãe, que orienta os empregados da festa a fazerem tudo o que seu filho lhes dissesse.

CHEIA DE GRAÇA

“Nós, católicos, temos um carinho todo especial para com a Mãe de Deus e nossa”, afirmou o Arcebispo, recordando o trecho do tradicional hino cantado pelos brasileiros em honra à padroeira.

O Cardeal enfatizou, ainda, que a devoção mariana se fundamenta na Sagrada Escritura, especialmente nos Evangelhos, que dizem que Deus escolheu a Virgem Maria, a “cheia de graça”, para ser a mãe do Salvador.

“O Senhor confiou uma missão muito grande à mulher que trouxe ao mundo o Filho de Deus na condição humana. Deus enviou seu Filho ao mundo, nascido de uma mulher… Essa mulher é Maria”, afirmou, acrescentando que “honrar a Maria é reconhecer a obra redentora de Deus” e, por outro lado, não valorizá-la seria menosprezar a ação de Deus.

Recordando outro trecho bíblico, quando o Senhor crucificado confia sua mãe ao discípulo amado e este aos cuidados da Virgem Maria, o Arcebispo sublinhou que “Maria é mãe da nova humanidade redimida por Jesus na cruz”.

Por fim, lembrando as palavras de São João Paulo II que se referia a Nossa Senhora como “Mestra da escola do Evangelho”, Dom Odilo exortou: “Renovemos a nossa alegria de contar com a Mãe de Deus na nossa Igreja”.

FESTIVIDADE

As festividades no Santuário Nossa Senhora Aparecida começaram no dia 3, com a novena preparatória. No dia da padroeira, a primeira missa foi realizada às 5h30.

Além das celebrações, houve atendimentos de Confissões e bênçãos aos fiéis e aos objetos sacros durante todo o dia. No pátio do Santuário, ocorreu a tradicional quermesse, com barracas típicas.

Às 17h, aconteceu a procissão pelas ruas do bairro com a imagem de Nossa Senhora Aparecida.

SANTUÁRIO ARQUIDIOCESANO

Elevada à categoria de santuário arquidiocesano em 2017 pelo Cardeal Scherer, a igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora Aparecida tem sua história estreitamente ligada ao Santuário Nacional de Aparecida, quando a Arquidiocese de São Paulo recebeu uma imagem peregrina da Padroeira para a realização do IV Congresso Eucarístico Nacional, entre 4 e 7 de setembro de 1942.

Após o Congresso, a imagem foi levada em procissão até a Várzea do Ipiranga, onde o então Arcebispo de São Paulo, Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva, abençoou a pedra fundamental da futura igreja dedicada à Padroeira do Brasil. Em 19 de setembro daquele ano, foi criada a Paróquia.

Nas paredes laterais do templo está registrada toda a história, por meio de pinturas em azulejo. De um lado, o encontro da imagem de Nossa Senhora, no rio Paraíba do Sul, em 1717. Do outro, a construção da igreja, com a bênção da pedra fundamental, além de uma homenagem às muitas pessoas que ajudaram a construir a igreja.

No decreto de aprovação do Santuário, Dom Odilo destacou esse templo tem a missão de ser um centro de propagação da fé e da devoção à Padroeira do Brasil na metrópole.

“O Santuário possui um grande valor simbólico e a piedade popular, verdadeira ação missionária espontânea do povo de Deus, encontra nele um espaço privilegiado para sua manifestação”, acrescentou o Arcebispo, na ocasião.

TIETÊ ESPERANÇA APARECIDA

Na quinta-feira, 12, Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, aconteceu mais uma edição do projeto Tietê Esperança Aparecida, realizado desde 2004 pelo Padre Palmiro Paes, do clero arquidiocesano. A ação, que tem o apoio Arquidiocese de São Paulo e da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, busca conscientizar a população e as autoridades sobre a urgência da despoluição do Rio Tietê e o resgate de suas boas condições naturais. A atividade começou com missa às 6h na Capela Santo Estêvão, na Região Ipiranga, seguida do translado da imagem de Nossa Senhora em carro aberto do Corpo de Bombeiros até a Ponte do Piqueri, onde ela foi venerada pelos fiéis (foto). Depois, a imagem foi transladada até a Catedral da Sé, sendo solenemente recepcionada pelo Cura da Catedral, o Padre Luiz Eduardo Baronto, antes da missa conclusiva, às 11h. (Colaboraram: Vera Gonçalves e Leandro Silva)